No Brasil o Partido dos Trabalhadores pode ser comparado ao futebol e ao carnaval. É preferência nacional. O PT é povão!
Com pouco mais de três décadas de existência e com 10 anos governando o País, o jeito PT de governar caiu nas graças do brasileiro. Quem respalda a afirmativa são os dois institutos de pesquisa respeitadíssimos. Ibope e Vox Populi.
Em março de 2012 o Vox Populi constatou que 51% dos cidadãos brasileiros possuem simpatia pelo partido político. Desses, 28% simpatizam com o PT, 6% com PMDB e 5% com o PSDB. E os 21% que sobram se dividem entre as demais 26 siglas registradas no TSE. Em outubro de 2012 o Ibope fez o mesmo trabalho e os números tiveram variação mínima. O PT abocanhou 24% da preferência, PMDB 6% e PSDB 5%. Percebe-se que após o mensalão o PT teve uma queda na preferência nacional, contudo para os vermelhinhos, o que é alentador é que mesmo os que possuem preferência por outro partido, apreciam o PT. Não sei porque, mas eu também. Apesar de ácido crítico dos caciques do partido.
Pra minha geração, 54 anos, que cresceu sob a égide do regime de exceção, o surgimento do PT em 1979 foi á luz que acendeu naquele período de escuridão, patrocinada pelo regime autoritário. Para quem já não suportava a arrogância do regime militar, manietado pelos americanos do Norte, o caminho era o PT ou o balaio de gato do PMDB. Porém as lutas sindicais e a figura emblemática do Lula, sindicalista, ficaram na memória dessa geração. É o que penso e é ai que encontro a explicação para minha simpatia, apesar das sacanagens. Minha inquietação é com o PT do Amapá. Se o partido cresce a nível nacional o Amapá tem uma contribuição pífia nessa estatística. Aqui ele vai definhando a olhos vistos e para um partido que governa o Brasil, sua participação no naco de poder do Estado e dos principais municípios é risível, para não dizer ridículo.
Na última eleição o PT nacional aumentou sua participação nas gestões municipais. Na última eleição (2012) cresceu 14% se comparado com 2008. Em 2008 governava 565 cidades em 2012 passou a governar 635 e com relação à edilidade não foi diferente. O número de vereadores cresceu também, mas no Amapá ficou menor. Perdeu no segundo maior colégio eleitoral do estado, Santana e na capital, Macapá não concorreu à eleição. Foi mais uma vez coadjuvante da candidatura do PSB, apesar de ter um cenário favorável para lançar candidatura própria, pois a eleição se apresentava sem favorito. Roberto Góes que buscava a reeleição sabia que teria que superar junto ao eleitorado a pecha de ter sido preso e acusado de corrupção. A candidata do PSB, partido que governa o Amapá sabia que herdaria a rejeição de Camilo Capiberibe que atingiu índices estratosféricos. O nome novo no processo era o do vereador Clécio Luis, candidato do Psol. Ganhou a terceira via. Cristina Almeida sequer foi para o segundo turno. Mas o PT preferiu se fantasiar de PMDB. Ou melhor, a vice-governadora Dora Nascimento e o Secretário de Infraestrutura, Joel Banha optaram pelos cargos. Aliás, cargos em posições não estratégicas e com rédeas além de curta, bem seguras pelas mãos de ferro do PSB que trata o PT a pão e água, por assim dizer.
Dalva Figueiredo, professora e oriunda da base do movimento sindical têm sido ainda, a referência do partido no Amapá, apesar de ter sido derrotada nas disputas internas. Com a corrente minoritária, as decisões têm passado ao largo de seu mandato, aliás, o único nacional. Mas ninguém pode negar que Dalva foi quem levou o PT mais longe no Estado. Assumiu o governo em 2002. Lançou candidatura, passou para o segundo turno com reais chances de ganhar a eleição, foi vítima do maquiavelismo capiberiano. Levou uma tremenda rasteira do antigo aliado que no segundo turno para não ver o PT no governo optou por Waldez Góes, que após oito anos de mandato, acabou preso. Se culpado ou não é problema da justiça.
Mas Dalva voltaria ao cenário político partidário, desta feita na condição de deputada federal. Eleita e reeleita. Mas chegar à Câmara está cada vez mais difícil, principalmente se levarmos em consideração que o PT não tem reformado seus quadros. Nomes que possam contribuir para o coeficiente eleitoral cada vez mais alto. Outra barreira são os rachas peculiares promovidos pelas diferentes correntes que o PT abriga em seu intestino a situação de um possível terceiro mandato fica cada vez mais opaco.
Na realidade o PT perde terreno político no estado por adotar uma política refratária de não se apresentar para as eleições majoritárias. O comodismo tem feito com que o partido abra mão da sua superioridade nacional e se permita servir de moeda de troca para o Diretório Nacional do partido. O Estado do Amapá e a capital sempre foram alvos de negociação com o PSB. Se as lideranças nacional são assanhadas e voluntariosas, as amapaenses, se é que existe alguma, são apáticas e sem confiança o que os leva a baixar a cabeça e se quedar inerte na garupa do PSB, mesmo sabendo que o seu parceiro é adúltero, com traições explicitas.
O que falta ao PT amapaense? Por que não batem o pé e saem do ostracismo e da desconfortável posição de coadjuvantes e partem para vôo solo? Essas perguntas inquietam os que acompanham a política nacional, pois no Amapá o que vemos é um paradoxo.
O que é fato é que a estrela do PT que brilha da margem direita do rio amazonas Brasil à dentro, não brilha do lado esquerdo do mesmo rio. Aqui a estrela se apresenta fosca, sem luminosidade ao ponto da candidata Marcivânia tê-la estilizado, dando ao adversário o mote de dizer que ela estava roxa de vergonha com o PT amapaense.
Para alguns analistas o distanciamento das disputas majoritárias tem enfraquecido o partido que não discute no Amapá seu modelo de gestão, que no Brasil é preferência nacional disparado e que ao analisarmos os números indicam que deu certo, pois a pobreza e a economia caminharam em direção oposta. A primeira diminuiu e a segunda cresceu. Dilma fatalmente será reeleita presidente do Brasil. A estrela vermelha brilhou e brilhou forte em São Paulo de Hadad, que saiu como azarão e hoje manda em São Paulo.
No Amapá PT é traço. Seu peso está exatamente no tempo de televisão, o resto é perfume.
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