segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Atleta do Passado - Baraquinha



"O futebol significa tudo na minha vida"


por Fabiana Figueiredo

O passado do futebol amapaense guarda recordações de bons momentos e ótimos jogadores que, em sua época, mostraram as melhores técnicas com a bola, fizeram sucesso com a torcida de seus times e com os amigos de campo. A editoria Atletas do Passado desta semana contará a história de Adervani Costa de Oliveira, 53 anos, mais conhecido pelo codinome "Baraquinha", que marcou sua era, é memória viva, e contribui com o futebol do Amapá até hoje.

Baraquinha nasceu em 1959, e desde os primeiros dias de vida o futebol já fazia parte do seu cotidiano: "O meu futebol já vem de berço. Meu pai - o Setenta - quando chegou em Macapá, na criação da Vila, veio para trabalhar e jogar; ele jogou no Trem Desportivo Clube. Ele teve dois filhos que jogaram futebol: o Baraca e o Baraquinha. Era meu sonho de criança; já nasci com o dom e com vontade de jogar futebol", conta.

Aos 8 anos, Baraquinha começou a jogar no time do Guarany ..., na categoria dente de leite [primeira categoria, antes do infanto-juvenil], no ano de 1974. No ano seguinte, nosso atleta do passado foi para o Amapá Clube, time do coração e onde ganhou seu primeiro campeonato amapaense, aos 15 anos, no adulto. Na estrela solitária, Baraquinha mudou de categoria como se trocava roupa: foi para o time Infanto-Juvenil, Juvenil, Juniors e depois até jogou pelo time principal.

O jogador se recorda que chegou a jogar na Seleção Amapaense, categoria Juniors; e de um jogo em Roraima, no Campeonato Brasileiro da Região Norte, em 1979. "Foi à única seleção que representou bem o Amapá; tínhamos vários craques como Camecran, Paulinho, Birungueta, Walter Vieira, Bilico, Roberto Foguetinho, Taurys, Marcelino, Jason e o Eldo; Roberto Gato, Mário Sérgio, Palitinho, Jordan e Itamar", conta.

As lembranças são as melhores desta época: "Desse campeonato, seis jogadores receberam convite pra jogar no Remo: eu, Gato, Taurys, Marcelino, Itamar e Jason"; e eles foram. Baraquinha ficou dois anos no time paraense; e em 1981, foi jogar, junto com Zezinho Macapá, nos times Deportivo Quito e Independiente Del Valle, no Equador. Jogou também em Rondônia, durante quatro anos, nos times São Domingos Esporte Clube e Ferroviário.

Em 1986, jogou pelo Esporte Clube Macapá, e no ano seguinte, pelo Ypiranga Esporte Clube, onde encerrou a carreira naquele mesmo ano, aos 25 anos: "Eu encerrei minha carreira cedo, porque consegui um emprego na Prefeitura [de Macapá]; fiquei trabalhando e ajudando as categorias de base", conta o atleta do passado, que depois continuou a carreira de treinador, e assumiu a diretoria do Estádio Municipal Glicério de Souza Marques, o Glicerão; foi, também, membro da diretoria do Ypiranga, e hoje é da diretoria do Amapá Clube.

"Eu só tenho felicidades de ter participado de uma época áurea do futebol, e eu sempre converso com as pessoas da época. Sempre fui humilde, simples, sincero e honesto, e tenho certeza que contribuí muito para o desenvolvimento do esporte no Amapá, pela minha trajetória. Peguei muitos treinadores que me ensinaram um caminho de vida, como Chefe Humberto, Manga, João Oliveira e o Maranhão", afirma Baraquinha.

Nosso atleta do passado se orgulha muito em falar do futebol em sua vida, pois desde criança o acompanha e lhe proporcionou diversas oportunidades: "Hoje sou o que sou graças ao futebol, eu amo o futebol. [...] Ganhei muito no futebol amador, mas como profissional, não. Quem jogava no amador tinha emprego garantido, um carro, uma casa, uma bicicleta... Foi uma época de felicidade" - Baraquinha acrescentou que no futebol amador se pagava com benefícios, e quando ele jogou em time profissional, o salário não era tão bom como é hoje.

Além de benfeitorias materiais, exemplos de vida foram o que não faltou à Baraquinha: "O futebol significa tudo na minha vida, é o esporte que eu construí amizades, fiquei conhecido, foi através dele que eu amei mais a minha vida, aprendendo a conviver com as mais diferentes pessoas; aprendi um pouco de cada coisa".

Baraquinha quer que o futebol seja tratado com seriedade, e ainda crê que o futebol amapaense voltará a ser de ouro, como um dia foi em sua época. "O futebol tem que ser levado a sério, cumprir com seus direitos e obrigações ao contratar alguém, ao fazer uma tabela, ao fazer um campeonato. Aos jovens que estão iniciando no futebol, que trabalhem com dedicação, que tenham amor pelo que fazem; porque através do esporte você pode dar o primeiro passo para poder obter algo na vida, seja em qualquer modalidade. [...] Quero ver, um dia, o esporte amapaense galgando o lugar que ele já teve lá em cima do pódio", finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...