Por Reinaldo Coelho
Morador do Bairro do Pacoval batia "pelada" no campo
do Kurru, juntos com amigos do bairro desde os 10 anos e sempre me destacava
entre eles" é assim que começou a carreira no futebol amapaense de Joaquim
da Silva Pereira, o Juca. O nosso atleta do passado desta semana tem 37 anos de futebol no costado.
Sua carreira começou em uma partida amistosa na localidade de
Ambé, sua cidade natal, contra a equipe do Esporte Macapá, e na ocasião o
saudoso mestre Sacaca, massagista da equipe do Leão da Avenida FAB, que já
tinha assistidos suas jogadas no Pacoval, gostou do que viu e o convidou para
participar da equipe do Juvenil do clube, na época tinha 16 anos.
"Perdemos a partida para o azulino, porém ganhei uma vaga no Clube",
narra orgulhoso o nosso atleta.
O Juca destaca que começou como centro
avante, nesse inicio vertiginoso de sua carreira, pois não demorou muito na
equipe juvenil do azulino, que fazia um campeonato paralelo ao adulto. "O
campeonato estadual já tinha começado e pelo o que realizei nos primeiros jogos
na equipe juvenil fui alçado para a equipe adulta e disputei meu primeiro
estadual e fui campeão".
Ele cita que os jogadores que compõem a equipe azulina naquela
época e com que ele teve a honrar de dividir os gramados eram seus ídolos.
"Tive a honra de começar minha carreira no futebol jogando com o Leo,
Ademir França, João de Deus, Bandeirantes entre outros. E os admirava e escutava
seus jogos pelo radio e de repente estava ali, lado a lado com esses craques do
futebol amapaense. Destaco que tive como técnico o grande Roque Torres e
Aluízio Augusto", emociona-se Juca.
Juca conta que em todos os clubes que passou em sua carreira
futebolística conquistou títulos. "Após o Macapá cerrei fileiras no
Independente, onde tive a honra de conquistar dois títulos de campeão, o do
Estadual amapaense de 1982 e a Copa Norte (antigo Copão da Amazônia), dentro de
Roraima contra o Ferroviário",
Retornando a capital amapaense, passou a vestir a camisa do
tradicional Amapá Clube, onde foi campeão.
"Em 1985 defende o Amapá Clube, porém tenho tristes recordações
dessa época, pois numa partida contra o Oratório, no começo estadual, tive uma
fratura que me deixou de molho por três meses, foi um dos piores momentos da
minha carreira. Só retornei nos últimos jogos. Nessa época eu estava fazendo
gols de olhos fechados e a pressão foi grande para eu retornar aos gramados.
Não joguei, porém o Amapá foi campeão ".
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O centro-avante Juca iniciou
sua carreira no Esporte Clube
Macapá
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Após esse período no Zebra macapaense Juca voltou para o Leão da Avenida FAB, clube
do início da sua carreira passando ali mais cinco temporadas. "Neste
retorno ao Macapá, tive como dirigente, uma pessoa que marcou muito na vida
pessoal e profissional, Benedito Bittencourt e o Orlando Santana, pessoas que
cumpriam a palavra dada. A minha maior felicidade como jogador foi à conquista
do titulo do primeiro Campeonato de Futebol Profissional Amapaense".
Juca teve uma passagem pelo Clube da
Torre, onde foi campeão, ele ressalta que o único clube que não conquistou um
titulo foi no Atlético Cristal, "No Cristal eu fui contratado pelo Vovó
Figueira, só para disputar a Copa Norte,
que infelizmente não trouxemos o titulo", destaca.
Em 1997 Juca encerrou a sua carreira nos gramados amapaenses,
pelo motivo de qualquer craque: a idade. Estava com 37 anos. Hoje Joaquim da
Silva Pereira atua como motorista de uma empresa privada é casado e tem filhos.
"Chega um momento que temos de decidir e tomarmos um novo ruma na vida.
Infelizmente o futebol não estava me dando condições financeiras de manter uma
família e de estabilização".
Voltando o olhar para o atual futebol amapaense, o craque Juca
diz que não está se repetindo a época de ouro dos grandes craques, tais como:
Bira, Marco Antônio, Jason, Roberto Gato, entre outros. "Eu vejo com muita
tristeza o futebol amapaense, não esta sendo investindo em equipe de base. Eu
quando fui revelado as equipes tinha Juvenil e Juniores e foi ali que nasci e
cresci como jogador. Se fosse hoje eu não seria o considerado craque do
futebol, pois não temos as categorias de base. Os clubes trazem jogadores de
fora que aqui chegam, e não mostram nada nas jogadas que se dizem bons",
relata.
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