sábado, 16 de março de 2013

Atleta do Passado – Joaquim da Silva Pereira, o Juca

"Perdemos a partida para o azulino, porém ganhei uma vaga no clube"

Por Reinaldo Coelho
  
Morador do Bairro do Pacoval batia "pelada" no campo do Kurru, juntos com amigos do bairro desde os 10 anos e sempre me destacava entre eles" é assim que começou a carreira no futebol amapaense de Joaquim da Silva Pereira, o Juca. O nosso atleta do passado desta semana  tem 37 anos de futebol no costado.

Sua carreira começou em uma partida amistosa na localidade de Ambé, sua cidade natal, contra a equipe do Esporte Macapá, e na ocasião o saudoso mestre Sacaca, massagista da equipe do Leão da Avenida FAB, que já tinha assistidos suas jogadas no Pacoval, gostou do que viu e o convidou para participar da equipe do Juvenil do clube, na época tinha 16 anos. "Perdemos a partida para o azulino, porém ganhei uma vaga no Clube", narra orgulhoso o nosso atleta.
 
O Juca destaca que começou como centro avante, nesse inicio vertiginoso de sua carreira, pois não demorou muito na equipe juvenil do azulino, que fazia um campeonato paralelo ao adulto. "O campeonato estadual já tinha começado e pelo o que realizei nos primeiros jogos na equipe juvenil fui alçado para a equipe adulta e disputei meu primeiro estadual e fui campeão".

Ele cita que os jogadores que compõem a equipe azulina naquela época e com que ele teve a honrar de dividir os gramados eram seus ídolos. "Tive a honra de começar minha carreira no futebol jogando com o Leo, Ademir França, João de Deus, Bandeirantes entre outros. E os admirava e escutava seus jogos pelo radio e de repente estava ali, lado a lado com esses craques do futebol amapaense. Destaco que tive como técnico o grande Roque Torres e Aluízio Augusto", emociona-se Juca.

Juca conta que em todos os clubes que passou em sua carreira futebolística conquistou títulos. "Após o Macapá cerrei fileiras no Independente, onde tive a honra de conquistar dois títulos de campeão, o do Estadual amapaense de 1982 e a Copa Norte (antigo Copão da Amazônia), dentro de Roraima contra o Ferroviário",

Retornando a capital amapaense, passou a vestir a camisa do tradicional Amapá Clube, onde foi campeão.  "Em 1985 defende o Amapá Clube, porém tenho tristes recordações dessa época, pois numa partida contra o Oratório, no começo estadual, tive uma fratura que me deixou de molho por três meses, foi um dos piores momentos da minha carreira. Só retornei nos últimos jogos. Nessa época eu estava fazendo gols de olhos fechados e a pressão foi grande para eu retornar aos gramados. Não joguei, porém o Amapá foi campeão ".

O centro-avante Juca iniciou
sua carreira no Esporte Clube Macapá
Após esse período no Zebra macapaense  Juca voltou para o Leão da Avenida FAB, clube do início da sua carreira passando ali mais cinco temporadas. "Neste retorno ao Macapá, tive como dirigente, uma pessoa que marcou muito na vida pessoal e profissional, Benedito Bittencourt e o Orlando Santana, pessoas que cumpriam a palavra dada. A minha maior felicidade como jogador foi à conquista do titulo do primeiro Campeonato de Futebol Profissional Amapaense".

Juca teve uma passagem pelo Clube da Torre, onde foi campeão, ele ressalta que o único clube que não conquistou um titulo foi no Atlético Cristal, "No Cristal eu fui contratado pelo Vovó Figueira, só  para disputar a Copa Norte, que infelizmente não trouxemos o titulo", destaca.

Em 1997 Juca encerrou a sua carreira nos gramados amapaenses, pelo motivo de qualquer craque: a idade. Estava com 37 anos. Hoje Joaquim da Silva Pereira atua como motorista de uma empresa privada é casado e tem filhos. "Chega um momento que temos de decidir e tomarmos um novo ruma na vida. Infelizmente o futebol não estava me dando condições financeiras de manter uma família e de estabilização".

Voltando o olhar para o atual futebol amapaense, o craque Juca diz que não está se repetindo a época de ouro dos grandes craques, tais como: Bira, Marco Antônio, Jason, Roberto Gato, entre outros. "Eu vejo com muita tristeza o futebol amapaense, não esta sendo investindo em equipe de base. Eu quando fui revelado as equipes tinha Juvenil e Juniores e foi ali que nasci e cresci como jogador. Se fosse hoje eu não seria o considerado craque do futebol, pois não temos as categorias de base. Os clubes trazem jogadores de fora que aqui chegam, e não mostram nada nas jogadas que se dizem bons", relata.

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