Editorial
Os números do Brasil
A Organização Não Governamental (ONG)
Auditoria Cidadã da Dívida resolveu ir para dentro da Dívida Pública Brasileira
e eviscerar os números do Brasil e assim desvendar que porque das distorções
tão gritantes que se verifica no Brasil. A 6ª Economia do mundo e o 84ª em qualidade
de vida. Este estudo merece respeito e elogio da sociedade brasileira. Parabéns
a comandante do trabalho, Maria Lucia Fatorelli e a e todos os técnicos que colaboraram.
A auditoria tomou por base o Orçamento
Geral da União do ano de 2011, da ordem de R$ 1,571 trilhão, hoje, óbvio, está
bem maior. O trabalho traz entre outros, o mérito o de mostrar as prioridades
do governo federal e a razão pela qual o Brasil é um País injusto socialmente e
que divide tão mal seu dinheiro.
Segundo o estudo feito este orçamento
foi dividido exatamente assim: 45,05% para pagamentos de juros e amortização da
dívida. Previdência Social levou 22,01% dos recursos e a Transferência para
Estados e Municípios 9,95%. Essas três rubricas representam no orçamento exatamente
77,01%, restando para os demais setores 22,99%.
Na apresentação do trabalho, Fatorelli
levanta um questionamento afirmando porque o Brasil a 6ª potência econômica
mundial abriga tanta miséria, fome, violência, carência e até ausência de
serviços básicos de saúde, educação, saneamento, transporte, segurança,
assistência e etc.
A resposta nos parece está nesses
percentuais. Na área da educação 34,5% dos estudantes de ensino médio tem
distorção idade-série (IBGE/2010). 10,3% é a taxa de abandono escolar no ensino
médio (IBGE/2010). Apenas 26,5% dos brasileiros são plenamente alfabetizados
(INAF/IBOPE). Segundo o Ibope 7,2 anos é o tempo médio de estudo de um
brasileiro. O mesmo do Zimbábue um dos Países mais pobres do Continente
Africano.
Mudemos para o setor saúde. Começamos
como uma estarrecedora taxa de mortalidade infantil. De cada mil bebês nascidos
vivos, 17,56% morrem antes de completar um ano. No Brasil havia 2,26 leitos por
100 mil habitantes em 2009. O número era de 3,71 em 1990.
Sem comida não há dignidade. O homem
não pensa, não trabalha. Veja os números do Brasil neste setor crucial. 11
milhões de brasileiros passam fome no Brasil, enquanto isso o Brasil produziu
em 2010 mais de 150 milhões de toneladas de grãos.
A situação não melhora no trabalho, na
habitação, na previdência social. Esse modelo excludente a União exporta para
os estados brasileiros. Com raras exceções constata-se qualidade vida digna
para o conjunto da sociedade, mas em alguns estados o quadro tem ilhas de
excelência e o Amapá?
O Tribuna faz uma reportagem sobre a
economia amapaense e constata, na visão do economista Jurandil Juarez que o
setor está fadado ao fracasso. A Pirâmide Econômica do Estado está invertida e
os setores produtores, primário (agricultura e pecuária) e o setor secundário
(indústria) têm uma participação no PIB do Amapá pífia.
Não temos planejamento, essa é a visão
do técnico amapaense e sem planejamento as coisas não acontecem de forma
ordenada capaz de produzir o desenvolvimento, são fatos soltos. Desconexos e de
fora para dentro.
O Amapá ao que perece segue um modelo
de pouco investimentos em setores estratégicos e, como o Brasil, optou pelo pior
caminho para captar recursos financeiros. Os empréstimos bancários. Assim nossa
dívida pública engorda com a cobrança de juros e inviabiliza uma economia
estatizada e frágil. O Amapá é um estado mal das pernas, está em último lugar
num País rico com uma multidão de miseráveis. Qual a saída?
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