Desenvolvimento Humano. PARTE I
De:adrimauro.gemaque@ibge.gov.br
O Brasil está entre os 15 países
que mais conseguiram reduzir o déficit no IDH entre 1990 e 2012, uma trajetória
que o coloca no grupo de alto desempenho em desenvolvimento humano.
As conclusões são do Relatório de
Desenvolvimento Humano 2013 – Ascensão do Sul: progresso humano num mundo
diversificado, lançado dia 14 pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento - PNUD.
A classificação de “alto
desempenho” foi dada aos países que: tiveram desenvolvimento humano
significativo pois, além de experimentar aumento do rendimento nacional,
registram valores superiores à média nos indicadores de saúde e educação;
reduziram o hiato necessário para alcançar o teto do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) igual a 1, e tiveram desempenho melhor em relação a seus pares, ou
seja países que se encontravam em patamares semelhantes em 1990.
A estratégia de política
estrutural de longo prazo adotada pelo Brasil, com a universalização do bem
estar social, foco na redução das desigualdades e redução da pobreza, coloca o
país em posição de destaque no relatório deste ano, ao lado de outras nações em
desenvolvimento como China e Índia.
A promoção da coesão e da
integração sociais, um objetivo declarado nas estratégias de desenvolvimento de
países como o Brasil, tem por base o manifesto impacto positivo que uma
sociedade unificada tem sobre o desenvolvimento. As sociedades mais
igualitárias tendem a produzir melhores resultados na maioria dos parâmetros
relativos ao desenvolvimento humano.
Brasil, China e Índia estão remodelando
a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano.
Diante do peso crescente que
estes países exercem na economia mundial, seja pelo comércio, pelo acúmulo de
reservas internacionais, pela aposta na cooperação Sul/Sul ou pelas medidas
inteligentes de combate a conjunturas adversas, o relatório afirma que é
necessário que se promova um debate sobre o remodelamento da geopolítica
global.
Pela primeira vez em 150 anos, o produto
combinado das três principais economias do mundo em desenvolvimento – o Brasil,
a China e a Índia, é aproximadamente iguais ao PIB combinado das antigas potências
industriais do Norte: Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados
Unidos.
Até 2050, prevê-se que Brasil,
China e Índia, em conjunto, sejam responsáveis por 40% do produto mundial.
A ascensão do Sul tem decorrido a uma velocidade e escala sem
precedentes.
O relatório recomenda a criação
de novas instituições que facilitem e fomentem ainda mais a integração regional
e a cooperação Sul/Sul.
Além disso, aponta para a
necessidade de um olhar crítico sobre as instituições existentes de governança
global, para que estas reflitam melhor esta nova realidade.
Outra característica apontada
para os países do Sul é a resiliência.
Enquanto durante a crise de
2008-2009 os países do Norte adotaram políticas de austeridade econômica,
enfrentaram estagnação no seu crescimento econômico e problemas recorrentes de
desemprego e privações de direitos sociais, o que se observou nos países do Sul
foi o contrário: estes países experimentaram progresso substantivo no
desenvolvimento humano, crescimento econômico com sinais de robustez e
sustentabilidade e perspectivas concretas de redução da pobreza.
A mudança de cenário financeiro
no Sul tem potencial para promover a estabilidade e a resiliência financeiras,
apoiar o desenvolvimento das capacidades produtivas de longo prazo, favorecer
objetivos compatíveis com o desenvolvimento humano e alargar o espaço político
nacional.
O Brasil, a China, a Índia e
outras economias emergentes estabeleceram relações econômicas mais profundas e
mais fortes com os seus vizinhos e em todo o mundo em desenvolvimento: expandem
rapidamente seus mercados e sua produção a nível mundial; apresentam
complementos inovadores das instituições financeiras de Bretton Woods; exercem
cada vez mais influência na regulação mundial do comércio, da moeda e das
finanças; e influenciam a cultura, a ciência, o ambiente, a paz e a segurança.
Novos modelos de desenvolvimento
Três são os fatores impulsionantes
para esta ascensão de países do Sul.
Primeiro, um estado
desenvolvimentista, proativo e orientado para o investimento nas capacidades
das pessoas, alargando os serviços sociais de base.
Segundo, a integração a mercados
globais, especialmente nas dinâmicas Sul/Sul.
Por fim, a implementação de
políticas sociais inovadoras e criativas, customizadas para as realidades
nacionais.
A aplicação de programas
inovadores bem conhecidos no Brasil, Índia e México – programas de
transferência condicionada de renda e de garantia de emprego rural – são
exemplos de um vivo interesse na promoção de uma distribuição mais equitativa
das oportunidades econômicas e sociais.
A ênfase comum destas iniciativas
sociais tem sido a promoção da equidade e da integração social, aspectos menos
valorizados nos modelos de desenvolvimento do passado, mas que provam ser
elementos essenciais de qualquer percurso sustentável rumo ao progresso humano.
A promoção de emprego, o
expressivo aumento dos investimentos em educação, a universalização dos
serviços de saúde e o estímulo às capacidades industriais são outros exemplos
de políticas inovadoras do Brasil citadas no Relatório e que colocam o país entre
o que os autores chamam de novos modelos de desenvolvimento.
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