Francisco Jorge Almeida Filho, Jorginho Macapá.
Francisco Jorge Almeida Filho é um ex-futebolista brasileiro. Jorginho Macapá
como é conhecido no Amapá e no Pará, está hoje à frente da gerencia do Centro
Didático Milton de Souza Correa, o Zerão, e já declara que quer ali instalar o
seu grande Projeto do Futebol Amapaense denominado de ‘Museu do Esporte’.
Logo cedo, Jorge
começou a mostrar intimidade com a bola. Assim como muitas crianças apaixonadas
pelo futebol, imaginava as
jogadas que faria na próxima partida de seu
bairro. Nessas peladas tinha uma característica marcante: era o mais fominha e
exigia de seus companheiros que as jogadas de ataque passassem pelos seus pés.
Contudo, quando recebia a bola, dificilmente a devolvia.
Aos 12
anos, o pequeno Jorge já era titular da equipe do Japão que iria disputar a já
tradicional Copa Marcilio Dias, no campo da Praça Nossa Senhora da Conceição,
Bairro do Trem. Lá conquistaram o titulo da Copa. “Em meados dos anos 60,
quando estudava o primário no antigo Ginásio de Macapá, a seleção Japonesa na
época era comandada pelo ‘famoso’ professor de educação física, conhecido
popularmente como: 91”, conta.
Dai, para
compor em uma equipe de renome foi um chute, o jovem jogador de futebol se formou
nas categorias de base do Trem Desportivo Clube junto com o gigante meio
campista Mário Sérgio, além de Vitor e Roberto Foguetinho. Na época o time de
juniores do Trem era o profissional. Depois ele se transferiu para o Esporte Clube Macapá da
Avenida FAB, foi para o Amapá Clube, e depois, o São José no Laguinho, e
Ypiranga Clube no Trem.
O futebol paraense
Como
muitos amapaenses que migraram para o futebol paraense, visto que o Amapá era
considerado um celeiro de craques, Jorginho Macapá seguiu pelo mesmo caminho.
“Naquela época existia um torneio que era disputado pelas seleções estaduais, o
Amapá mesmo sendo Território Federal, disputava o Campeonato Brasileiro de
Seleções”, explicou Jorginho.
No período que jogou no Locomotiva, o
clube paraense Tuna Lusa Brasileira veio ao Amapá para uma disputa amistosa e o
treinador, na época da Tuna, era Fernando Oliveira também da Seleção Paraense, que
ficou de olho no jogador. “Já como integrante da Seleção amapaense, disputei o
campeonato brasileiro que acontecia no Estado do Piauí. Foi quando recebi o
convite para integrar a equipe da Tuna. Fui em 1984, pois teria como
companheiros Thiaguinho, e Ronaldo e no ano seguinte (1985) fomos campeões brasileiros
da Taça de Prata”, narra Jorginho. Em 1986, foi para o Sport Club Recife, voltando em 87
para Belém, para atuar pelo Yamada Clube.
Em 1988, já estava no Clube do Remo fazendo parte de um legado de craques, onde conquistou o bi-campeonato paraense, com os títulos de 1989, e 1990. Passou para o Paysandu em 1991, sendo também campeão brasileiro da 2ª Divisão. Foi ele, o autor do gol do clássico com o Remo, que tirou o time azulino da competição, garantindo a permanência do Papão, que jogava pelo empate na partida final, por placar de: 1x1.
Em 1988, já estava no Clube do Remo fazendo parte de um legado de craques, onde conquistou o bi-campeonato paraense, com os títulos de 1989, e 1990. Passou para o Paysandu em 1991, sendo também campeão brasileiro da 2ª Divisão. Foi ele, o autor do gol do clássico com o Remo, que tirou o time azulino da competição, garantindo a permanência do Papão, que jogava pelo empate na partida final, por placar de: 1x1.
Convidado por Dario Maravilha, que era o
treinador do Ypiranga Clube, voltou em 1992, para Macapá, onde se consagrou
campeão amapaense da época. No ano seguinte, Dario foi para o São José, e levou
o craque artilheiro nato mais uma vez, e novamente, se tornaram
campeões amapaenses. Encerrou a carreira em 1994, jogando pelo Robin Hood, do
Suriname. Hoje é professor de educação física, com registro de Nº 0615, no
Conselho Regional de Educação Física (CREF).
Fim de carreira
O jogador
conta que nesta temporada de 1993 começou a pensar em encerrar a carreira.
“Nesse tempo pensei em parar a carreira futebolística, retornei para Macapá e
fui compor o Ipiranga em 1992, fui campeão e fechei com chave de ouro meu
trajeto no futebol com o titulo de campeão pelo São José, em 1994”, resume o
jogador.
O jogador
Jorginho Macapá justifica o encerramento da carreira pela legislação da época,
que mantinha os atletas com o passe amarrado aos clubes que os contratavam.
“Ficava inviável qualquer troca de clube. Tive excelentes oportunidades para ir
para os clubes sulistas, caso do Bragantino, em São Paulo. O Remo teve uma
partida contra eles e o técnico do clube era o Wanderley Luxemburgo, que na
ocasião indicou três jogadores remistas que lhe interessavam: eu, Chico Alegre
e Bebeto, mais infelizmente o famoso “passe preso” nos impediu. Mas para mim
foi uma linda trajetória. Ter a oportunidade de sair de Macapá e passar pelos
melhores clubes paraenses me trouxe uma boa descoberta: O Amapá só tem quatro
campeões brasileiros: Bira, campeão brasileiro pelo Internacional; Aldo, Thiago
pela Tuna e Jorginho Macapá, Campeão Brasileiro pela Tuna e pelo Paysandu”.
Atualmente
Jorginho
Macapá já atuou como técnico, em 2011 comandou o São José, e em Belém dirigiu o
Grêmio Caixa Pará. “Hoje a minha maior pretensão e procurar meios e maneiras de
dar oportunidades aos garotos de terem no futebol, uma oportunidade de ascensão
social. Antigamente, em cada quadra macapaense tinha um campo de pelada, hoje
isso não existe mais. Quero conscientizar os dirigentes que a solução dos
problemas do futebol do Amapá é a categoria de base. Não existe outro caminho.
Enquanto todos que lidam com o futebol diretamente ou indiretamente não
assimilarem que a categoria de base é fundamental, e é lá que surgem os craques,
não sairemos dessa letargia do futebol amapaense”, expõe o atleta.
Sobre o
Amapazão que além de ser um campeonato curto e fora do calendário nacional, não
tem plantel fixo, atuando somente por contrato por temporada, o que invalida
uma identificação do jogador com os clubes. Nessas contratações, mercenários
que vem de fora do Estado não executam o máximo que podem em campo. Questionado
sobre o assunto, Jorginho foi categórico “Isso me preocupa muito e é discutido
fora do estado, já fui indagado pela imprensa de diversos lugares, que afirmam
que o Amapá não fornece mais craque como acontecia no passado. Hoje, temos a
Internet e a maioria da garotada vive conectada, os afastando dos campos de
futebol. Se os dirigentes tomarem consciência de que é possível tornar
profissionais os jogadores daqui e dar oportunidade para esses garotos que
estão iniciando, vão aparecer muito mais craques”.
Com referência
aos estádios, Jorginho que atualmente gerencia o Zerão, diz que ainda temos
grandes arenas como o Glicério Marques. “O futebol amapaense merece um campo
esportivo de grande envergadura e de qualidade como é o caso do Zerão, que
neste segundo semestre deverá está sendo entregue”, contemporiza.
Quanto ao
Projeto no Museu do Futebol, ele deverá registrar a história daqueles que
fizeram parte da biografia do futebol amapaense de todos os tempos. O resgate
da história do futebol contempla desde aos ex-craques de futebol, árbitros, dirigentes,
cartolas, cronistas e administradores dos estádios, enfim, os protagonistas do
cenário do futebol amapaense. “Alegra-me muito esse projeto. Sei da
responsabilidade que tenho a partir de agora e quero deixar resgatada a
história do futebol no Museu do Estádio, através da galeria esportiva. O
torcedor que visita-lo vai poder conhecer um pouco da história no provedor online,
e esperamos que dê certo”, completou Macapá.
Sobre o atual
futebol amapaense, Jorginho Macapá se diz esperanço quanto aos dirigentes, no
sentido de profissionalizar o futebol local, e oferecer aos que estão iniciando
no esporte, condições de se engajarem fazendo surgir assim novos craques. “Ao
olharmos o passado e o presente temos uma visão do futuro do futebol amapaense.
Os grandes dirigentes do passado se dedicavam com amor aos clubes. Exemplo
disso é o desportista Milton Corrêa, fundador do Guarany, que em sua bicicleta
administrava o clube e seus pupilos”, relembra.
Escalação do
Paysandu no último jogo (Paysandu 2x0 Guarani): Luiz Carlos; Paulo Cruz, Ari,
Léo e Pedrinho; Edgar, Oberdan e Maurício(Jorginho Macapá), Cacaio, Dadinho e
Jérson.
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