sexta-feira, 22 de março de 2013

Intercâmbio de conhecimento

Thais Pucci
Da Redação

Nada melhor que complementar os estudos feitos na universidade com cursos em outros países e é isso que alunos de várias partes do Brasil tem feito. O número de intercambistas tem crescido exponencialmente, não só para cursos de línguas estrangeiras, como para graduação e pós-graduação.

Todos os destinos são procurados pelos estudantes. Os que buscam cultura ou tem facilidade com a língua espanhola e francesa costumam escolher os países europeus, quem pretende vivenciar uma experiência diferente ou trabalhar como voluntário costuma optar pela África. Os Estados Unidos tem se mostrado a opção dos alunos que buscam não só complementar os estudos, como o aprimorar a língua mais falada no mundo, o inglês.

Para isso, o Governo Federal disponibiliza diversos programas de intercâmbio, o mais conhecido deles, Ciência sem Fronteiras, é um programa que busca promover a expansão e internacionalização da ciência e tecnologia. Juntos, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC, utilizarão 101 mil bolsas até 2015, de forma que alunos de graduação e pós-graduação possam manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.

A maior parte dessas bolsas é para a chamada “graduação sanduíche”, modalidade em que o estudante inicia a graduação no Brasil, vai para o exterior, onde permanece por um determinado período e retorna para o seu país de origem para conclusão dos estudos. Para tal, os alunos são submetidos a um exame para medir o grau de conhecimento do idioma do país de destino.

Uma das instituições parceiras deste programa é a Universidade do Estado do Amapá (Ueap), que já foi contemplada com bolsas sanduíche no exterior. Como incentivo à participação dos acadêmicos no Programa, a Ueap firmou acordo de cooperação com 10 escolas de idioma do Estado, que oferecem desde desconto até bolsas integrais e possibilidade de intercâmbio com o país de escolha do idioma.

No Amapá, por conta da proximidade com a Guiana Francesa, uma parte da população tem o domínio do francês, e por isso, muitos alunos amapaenses interessados nessa modalidade de estudo buscam oportunidades na Europa. É o caso da jovem aluna do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Vera Leal, de apenas 17 anos, que foi selecionada para participar da expedição “De la Selva del Darién a la Europa de Carlos V”.

 Ruta Quetzal estudante do 3º ano do curso Integrado de Alimentos
A estudante do 3º ano do curso Integrado de Alimentos foi classificada para participar do evento Ruta Quetzal, que acontece desde 1979, sempre com um trajeto expedicionário diferente visando fortalecer as relações entre os membros da comunidade iberoamericana e demais países que falam espanhol, além de Portugal e Brasil.

“Hoje, existem muitas oportunidades para nós jovens e, se tivermos força de vontade e formos bem orientados em casa e na escola, com o apoio de pais e professores, nós do Amapá temos cada vez mais condições de participar de eventos científicos”, comentou Vera ao jornalista de seu campus.





O responsável por articular a participação da faculdade nestes programas internacionais é o Reitor Emanuel Alves de Moura, que junto ao Conselho Nacional dos Reitores dos Institutos Federais (Conif) garantiu a presença da instituição nesta expedição. As direções gerais dos campus tem se empenhado para fazer com que o máximo de  oportunidades como essas cheguem aos alunos.

Lucas Abrahao, de 21 anos, é um carioca de Nova Iguaçu, mas de coração amapaense que já participou de um intercâmbio programado de voluntariado, projeto chamado Urban Warriors, na Inglaterra. O jovem havia acabado de finalizar o ensino médio e se aventurou durante 6 meses como monitor em 2 escolas públicas, auxiliando os alunos nas aulas de matemática, química e outras atividades culturais, junto aos professores locais. “Fiquei impressionado com as aulas práticas que os estudantes tinham, com a qualidade e seriedade da educação” disse ele.
   
Para Lucas, o estudante amapaense que vive uma experiência em outro pais tem duas escolhas: reclamar de seu estado e ir embora, ou lutar para transformar sua realidade. “Depois que voltei, foquei ainda mais as energias na ONG Seven, voltadapara princípios e valores nas escolas”, finalizou o aluno de Gestão Pública da Uninter/Ibpex e Relações Internacionais da Unifap.

Segundo Erick Frank Nogueira da Paixão, diretor dos cursos de extensão da Unifap, existe uma parceria da universidade com o Santander Universidade, que já proporcionou a diversos alunos realizar uma parte da graduação em outro estado ou pais. “Muitos dos nossos alunos que foram selecionados no ano de 2012 estão indo, ou estão cursando os programas de mobilidade agora.” No programa conhecido como Bolsa Iberoamerica, três alunos do curso de arquitetura cursam um semestre de sua graduação na Universitat Rovira i Virgili, na Espanha. Existe também o Top Espanha, intercâmbio cultural que visa aprimorar a língua espanhola, por 3 semanas em Salamanca (Espanha), e que contou com a participação de 4 acadêmicos da instituição.

O programa Mobilidade Regional terá sua primeira seleção de 2013, na segunda-feira, dia 25 de março. Serão disponibilizadas 3 vagas para a mobilidade acadêmica regional, que permitirá a realização de parte da graduação em qualquer universidade da região norte. Os alunos da Unifap interessados devem entrar no site da universidade no campo de extensão e observar os detalhes no edital disponível. 

 “Muitas vezes é caro estar em outro país. Esta é a oportunidade do aluno conhecer outras culturas e aprimorar uma língua estrangeira. Estes intercâmbios melhoram a capacitação para os profissionais do estado, ou seja, a qualificação da mão de obra amapaense se eleva”, completou Erick.

A Unifap conta ainda, na pós-graduação, com as bolsas do programa Ciência sem Fronteiras com cursos em países como Austrália, Canadá e Portugal com duração entre seis meses a um ano, e possibilidade de estágio durante este período. Os cursos contemplados com o programa, considerados prioritários pelo Governo Federal para o desenvolvimento do país são de Engenharia e demais áreas tecnológicas, devido a escassez de mão de obra qualificada.

A oportunidade de associar o aprendizado e a vivência no exterior, aliando qualidade de ensino, novas línguas, experiência cultural e de amadurecimento, fazem com que estes intercâmbios transformem a vida dos estudantes amapaenses. Eles ajudam a formar não só profissionais extremamente qualificados como cidadãos prontos para os desafios do mundo contemporâneo.

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