Thais Pucci
Da Redação
Nada melhor que complementar os estudos feitos na universidade com cursos em outros países e é isso que alunos de várias partes do Brasil tem feito. O número de intercambistas tem crescido exponencialmente, não só para cursos de línguas estrangeiras, como para graduação e pós-graduação.
Todos
os destinos são procurados pelos estudantes. Os que buscam cultura ou tem
facilidade com a língua espanhola e francesa costumam escolher os países europeus,
quem pretende vivenciar uma experiência diferente ou trabalhar como voluntário
costuma optar pela África. Os Estados Unidos tem se mostrado a opção dos alunos
que buscam não só complementar os estudos, como o aprimorar a língua mais
falada no mundo, o inglês.
Para isso, o
Governo Federal disponibiliza diversos programas de intercâmbio, o mais
conhecido deles, Ciência sem Fronteiras,
é um programa que busca promover a expansão e internacionalização da ciência e
tecnologia. Juntos, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o
Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de
fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino
Tecnológico do MEC, utilizarão 101 mil bolsas até 2015, de forma que alunos de graduação e
pós-graduação possam manter contato com sistemas educacionais competitivos em
relação à tecnologia e inovação.
A
maior parte dessas bolsas é para a chamada “graduação sanduíche”, modalidade em
que o estudante inicia a graduação no Brasil, vai para o exterior, onde
permanece por um determinado período e retorna para o seu país de origem para
conclusão dos estudos. Para tal, os alunos são submetidos a um exame para medir
o grau de conhecimento do idioma do país de destino.
Uma das instituições parceiras
deste programa é a Universidade do Estado do Amapá (Ueap), que já foi
contemplada com bolsas sanduíche no exterior. Como incentivo à participação dos
acadêmicos no Programa, a Ueap firmou acordo de cooperação com 10 escolas de
idioma do Estado, que oferecem desde desconto até bolsas integrais e
possibilidade de intercâmbio com o país de escolha do idioma.
No
Amapá, por conta da proximidade com a Guiana Francesa, uma parte da população
tem o domínio do francês, e por isso, muitos alunos amapaenses interessados
nessa modalidade de estudo buscam oportunidades na Europa. É o caso da jovem
aluna do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Vera Leal, de apenas 17 anos, que
foi selecionada para participar da expedição “De
la Selva del Darién a la Europa de Carlos V”.
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Ruta Quetzal estudante do 3º ano do curso Integrado de Alimentos |
A estudante do 3º
ano do curso Integrado de Alimentos foi classificada para participar do evento Ruta
Quetzal, que acontece desde 1979, sempre com um trajeto expedicionário
diferente visando fortalecer as relações entre os membros da comunidade
iberoamericana e demais países que falam espanhol, além de Portugal e Brasil.
“Hoje, existem muitas
oportunidades para nós jovens e, se tivermos força de vontade e formos bem
orientados em casa e na escola, com o apoio de pais e professores, nós do Amapá
temos cada vez mais condições de participar de eventos científicos”, comentou Vera
ao jornalista de seu campus.

Lucas
Abrahao, de 21 anos, é um carioca de Nova Iguaçu, mas de coração amapaense que
já participou de um intercâmbio programado de voluntariado, projeto chamado Urban Warriors, na Inglaterra. O jovem
havia acabado de finalizar o ensino médio e se aventurou durante 6 meses como
monitor em 2 escolas públicas, auxiliando os alunos nas aulas de matemática,
química e outras atividades culturais, junto aos professores locais. “Fiquei
impressionado com as aulas práticas que os estudantes tinham, com a qualidade e
seriedade da educação” disse ele.
Para
Lucas, o estudante amapaense que vive uma experiência em outro pais tem duas
escolhas: reclamar de seu estado e ir embora, ou lutar para transformar sua
realidade. “Depois que voltei, foquei ainda mais as energias na ONG Seven,
voltadapara princípios e valores nas escolas”, finalizou o aluno de Gestão Pública
da Uninter/Ibpex e Relações Internacionais da Unifap.
Segundo Erick Frank Nogueira da
Paixão, diretor dos cursos de extensão da Unifap, existe uma parceria da
universidade com o Santander Universidade,
que já proporcionou a diversos alunos realizar uma parte da graduação em outro
estado ou pais. “Muitos dos nossos alunos que foram selecionados no ano de 2012
estão indo, ou estão cursando os programas de mobilidade agora.” No programa
conhecido como Bolsa Iberoamerica,
três alunos do curso de arquitetura cursam um semestre de sua graduação na Universitat Rovira i Virgili, na Espanha.
Existe também o Top Espanha, intercâmbio
cultural que visa aprimorar a língua espanhola, por 3 semanas em Salamanca
(Espanha), e que contou com a participação de 4 acadêmicos da instituição.
O programa Mobilidade Regional terá sua primeira seleção de 2013, na
segunda-feira, dia 25 de março. Serão disponibilizadas 3 vagas para a
mobilidade acadêmica regional, que permitirá a realização de parte da graduação
em qualquer universidade da região norte. Os
alunos da Unifap interessados devem entrar no site da universidade no campo de
extensão e observar os detalhes no edital disponível.
“Muitas vezes é caro estar em outro país. Esta
é a oportunidade do aluno conhecer outras culturas e aprimorar uma língua
estrangeira. Estes intercâmbios melhoram a capacitação para os profissionais do
estado, ou seja, a qualificação da mão de obra amapaense se eleva”, completou Erick.
A Unifap
conta ainda, na pós-graduação, com as bolsas do programa Ciência sem Fronteiras com cursos em países como Austrália, Canadá
e Portugal com duração entre seis meses a um ano, e possibilidade de estágio
durante este período. Os cursos contemplados com o programa, considerados
prioritários pelo Governo Federal para o desenvolvimento do país são de
Engenharia e demais áreas tecnológicas, devido a escassez de mão de obra
qualificada.
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