Ainda só discurso
O Clécio Luiz, geógrafo, com sólida
formação política e com uma bagagem de ter sido bom vereador ainda não lhe caiu
à ficha de que agora é prefeito. Razão pela qual permanece ainda na fase do
discurso, esquecendo-se que esta era sua função de parlamentar. Equivocado, é o
que parece, imagina que na gestão tudo são discurso e teoria. Mas olha, quebrou
bem no toco pra usar uma linguagem chula e nortista.
Prefeito! Quando está na mesa à
necessidade de outrem, o buraco é mais em baixo. Destruir é sempre mais fácil
que construir. Até porque na desconstrução não precisa zelo. É meter à pancada
e... Foi. Já na construção! Ai a coisa é mais laboriosa. Ainda mais quando se é
caprichoso e se quer fazer bem feito o troço.
Clécio assumiu a Prefeitura de Macapá
que saía de uma gestão controversa. Roberto Góes viveu altos e baixos na sua
administração. De reconhecimento público com grande aprovação popular foi ao
fundo do poço, mas teve força para se recuperar e ter a solidariedade do
eleitor macapaense que sufragou seu nome dando-lhe um empate técnico na disputa
pelo Palácio Laurindo Banha. Talvez a coerência de Roberto Góes lhe permitisse
realizar muitas coisas. Essa é a verdade. Programa Escola Viva que dava comida
e uniforme à molecada carente, transporte público, recuperação das praças,
asfaltamento e etc. Faltou muito para que Roberto Góes fizesse uma gestão
ideal. Em alguns aspectos não avançou, sobretudo na modernização da máquina
municipal. A saúde também claudicou, porém um fato é que se comparado às
gestões anteriores, como a do João Henrique e Barcellos, fez muito e ao que
parece à atual gestão também vai perder de goleada para Roberto Góes.
O plano emergencial de 100 dias foi
um belo discurso de campanha. Não aconteceu nada, mas absolutamente nada! Uma
equipe perdida e dando discurso estapafúrdio para justificar a inércia da
gestão que não sabia para onde a banda tocava. O mote foi desqualificar a administração
anterior revelando os rombos no caixa do município. Malversação do erário
municipal é esse, ao que parece, o maior pecado da administração “Cidade Forte”
para Clécio Luiz e seu secretariado. Hoje temos uma prefeitura lerda que para
retirar uma árvore da frente da Sede da OAB/AP, que caiu em janeiro passou
quatro meses.
Mas já com a metade do ano à porta,
qual a maior virtude da gestão Psolistas? O que realmente aconteceu de novo em
Macapá para ancorarmos a gestão ensolarada de Clécio? O Sol do Psol está em
eclipse, nada se ver, não há horizonte e já é inclusive alvo de críticas dos
ex-aliados. É a mais pura realidade. Clécio Luiz, Randolfe e Chelala, os que
mandam na gestão já têm ex-aliados. Jorge Amanajás, membro do partido do
vice-prefeito, Alan Sales (MD) saiu, e com ele os que o acompanhavam. Não teve
trabalho para sair, pois não lhe foi dado o espaço prometido em campanha na
secretaria de educação municipal. Deram-lhe uma cabeça sem corpo e assim...
Agora quem começa a bater em retirada é o PTB de Lucas Barreto, que foi
fundamental para a eleição de Randolfe para o Senado e de Clécio para a
prefeitura. Dois azarões.
A relação com o Partido Socialista
Brasileiro é entre “tapas e beijos”. Após apoiar Robson Rocha em Santana e
receber adesão do DEM em Macapá, os “amarelinhos” fizeram beicinho e publicaram
carta fazendo exigências e cobrando explicações sobre o comportamento do
Psolistas. Receberam o silêncio como resposta e no apagar das luzes resolveram
voltar atrás da posição e apoiaram Clécio. Mas no início da gestão Clécio andou
reclamando da ausência da parceria do Estado e após troca de farpas Camilo e
Clécio anunciaram a tão esperada parceria, mais uma vez só discurso, de prático
nada acontece entre PMM/GEA.
Fica a impressão para quem olha tudo
de longe que à aproximação do Psol e PSB foi mais uma estratégia de defesa de
Capiberibe e Randolfe Rodrigues, que resolveram unir os mandatos na defesa das
acusações que sofreram do ex-presidente da Assembleia Legislativa Fran Soares
do Nascimento Júnior e que caiu como um banho de água fria no discurso sempre
muito moralizador de Randolfe Rodrigues e do discurso hipócrita da velha raposa
da política Tucujú, Capi. Esse com a voz sempre bem pausada e postada encarna o
papel da vítima. Vítima do regime militar. O perseguido! Vítima de um grupo de
políticos locais, desonestos, e que atentam contra seu mandato. Porém
Capiberibe não explicou o dinheiro que sumiu da conta da Amprev, quando a mesma
foi liquidada, não foi convincente na compra da casa de um empresário que tinha
resto a pagar do governo Barcellos, não explica e nem toca no assunto da
nomeação de Raquel Capiberibe, sua irmã, para o Tribunal de Contas, e não
convenceu a justiça brasileira de que não comprou voto. Mas vai ao Senado e com
muita tranqüilidade diz que é honesto e no Amapá é parte de uma casta de
políticos reduzidíssima que pauta-se na vida pública pela ética, moralidade,
transparência, honestidade, razoabilidade, publicidade e legalidade. O resto,
que não está do seu lado, é ladrão. Apesar da gravação onde aparece negociando
Jaraqui com Milhomem e Jorge Salomão.
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