quinta-feira, 30 de maio de 2013


Ainda só discurso

O Clécio Luiz, geógrafo, com sólida formação política e com uma bagagem de ter sido bom vereador ainda não lhe caiu à ficha de que agora é prefeito. Razão pela qual permanece ainda na fase do discurso, esquecendo-se que esta era sua função de parlamentar. Equivocado, é o que parece, imagina que na gestão tudo são discurso e teoria. Mas olha, quebrou bem no toco pra usar uma linguagem chula e nortista.
Prefeito! Quando está na mesa à necessidade de outrem, o buraco é mais em baixo. Destruir é sempre mais fácil que construir. Até porque na desconstrução não precisa zelo. É meter à pancada e... Foi. Já na construção! Ai a coisa é mais laboriosa. Ainda mais quando se é caprichoso e se quer fazer bem feito o troço.
Clécio assumiu a Prefeitura de Macapá que saía de uma gestão controversa. Roberto Góes viveu altos e baixos na sua administração. De reconhecimento público com grande aprovação popular foi ao fundo do poço, mas teve força para se recuperar e ter a solidariedade do eleitor macapaense que sufragou seu nome dando-lhe um empate técnico na disputa pelo Palácio Laurindo Banha. Talvez a coerência de Roberto Góes lhe permitisse realizar muitas coisas. Essa é a verdade. Programa Escola Viva que dava comida e uniforme à molecada carente, transporte público, recuperação das praças, asfaltamento e etc. Faltou muito para que Roberto Góes fizesse uma gestão ideal. Em alguns aspectos não avançou, sobretudo na modernização da máquina municipal. A saúde também claudicou, porém um fato é que se comparado às gestões anteriores, como a do João Henrique e Barcellos, fez muito e ao que parece à atual gestão também vai perder de goleada para Roberto Góes.
O plano emergencial de 100 dias foi um belo discurso de campanha. Não aconteceu nada, mas absolutamente nada! Uma equipe perdida e dando discurso estapafúrdio para justificar a inércia da gestão que não sabia para onde a banda tocava. O mote foi desqualificar a administração anterior revelando os rombos no caixa do município. Malversação do erário municipal é esse, ao que parece, o maior pecado da administração “Cidade Forte” para Clécio Luiz e seu secretariado. Hoje temos uma prefeitura lerda que para retirar uma árvore da frente da Sede da OAB/AP, que caiu em janeiro passou quatro meses.
Mas já com a metade do ano à porta, qual a maior virtude da gestão Psolistas? O que realmente aconteceu de novo em Macapá para ancorarmos a gestão ensolarada de Clécio? O Sol do Psol está em eclipse, nada se ver, não há horizonte e já é inclusive alvo de críticas dos ex-aliados. É a mais pura realidade. Clécio Luiz, Randolfe e Chelala, os que mandam na gestão já têm ex-aliados. Jorge Amanajás, membro do partido do vice-prefeito, Alan Sales (MD) saiu, e com ele os que o acompanhavam. Não teve trabalho para sair, pois não lhe foi dado o espaço prometido em campanha na secretaria de educação municipal. Deram-lhe uma cabeça sem corpo e assim... Agora quem começa a bater em retirada é o PTB de Lucas Barreto, que foi fundamental para a eleição de Randolfe para o Senado e de Clécio para a prefeitura. Dois azarões.
A relação com o Partido Socialista Brasileiro é entre “tapas e beijos”. Após apoiar Robson Rocha em Santana e receber adesão do DEM em Macapá, os “amarelinhos” fizeram beicinho e publicaram carta fazendo exigências e cobrando explicações sobre o comportamento do Psolistas. Receberam o silêncio como resposta e no apagar das luzes resolveram voltar atrás da posição e apoiaram Clécio. Mas no início da gestão Clécio andou reclamando da ausência da parceria do Estado e após troca de farpas Camilo e Clécio anunciaram a tão esperada parceria, mais uma vez só discurso, de prático nada acontece entre PMM/GEA.
Fica a impressão para quem olha tudo de longe que à aproximação do Psol e PSB foi mais uma estratégia de defesa de Capiberibe e Randolfe Rodrigues, que resolveram unir os mandatos na defesa das acusações que sofreram do ex-presidente da Assembleia Legislativa Fran Soares do Nascimento Júnior e que caiu como um banho de água fria no discurso sempre muito moralizador de Randolfe Rodrigues e do discurso hipócrita da velha raposa da política Tucujú, Capi. Esse com a voz sempre bem pausada e postada encarna o papel da vítima. Vítima do regime militar. O perseguido! Vítima de um grupo de políticos locais, desonestos, e que atentam contra seu mandato. Porém Capiberibe não explicou o dinheiro que sumiu da conta da Amprev, quando a mesma foi liquidada, não foi convincente na compra da casa de um empresário que tinha resto a pagar do governo Barcellos, não explica e nem toca no assunto da nomeação de Raquel Capiberibe, sua irmã, para o Tribunal de Contas, e não convenceu a justiça brasileira de que não comprou voto. Mas vai ao Senado e com muita tranqüilidade diz que é honesto e no Amapá é parte de uma casta de políticos reduzidíssima que pauta-se na vida pública pela ética, moralidade, transparência, honestidade, razoabilidade, publicidade e legalidade. O resto, que não está do seu lado, é ladrão. Apesar da gravação onde aparece negociando Jaraqui com Milhomem e Jorge Salomão.



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