Pioneirismo
“O que precisamos é acertar a Mega
Sena dos nossos governantes, no dia que conseguirmos isso, e que eles tenham o
foco voltado exclusivamente para o crescimento e desenvolvimento do nosso
estado, cada vez valorizando mais a nossa prata de casa, com certeza teremos resultados
mais satisfatórios, mas a responsabilidade está em nossas mãos, pois somos os
que escolhemos nossos governantes, resta definirmos e trançarmos o futuro do
nosso Estado”.
Laércio
Aires dos Santos – Engenheiro Florestal
De família da origem judia por parte
de pai, o nosso pioneiro começou sua trajetória na vida com a orfandade. Aos
oito meses de vida Laércio Aires dos Santos, veio a perder sua genitora
Deocelsa Aires dos Santos que era casada com Isaac Peres que tinha parentesco
com a família amapaense Alcolumbre.
Macapaense da gema, nascido em 06 de
fevereiro de 1948 foi criado pelo avô paterno Francisco Pacífico dos Santos,
carpinteiro e funcionário público municipal que lhe deu a formação. Laércio
relembra a infância sob os cuidados do avô e que para ajudar nas despesas
familiares ainda criança, meteu a mão na massa e foi para a Olaria Territorial
e carregava tijolos, mas não foi só isso. “Fiz de tudo um pouco, vendi açaí,
pasteis e carvão juntamente com meu avô. Aprendi todos os meios honestos de
ganhar dinheiro, comprava ossadas no Supermercado da ICOMI, salgava e vendia no
ancoradouro do Canal da Mendonça Junior, ali onde é hoje a Agência do Banco da
Brasil, quando não trocava por “cambadas” de peixe trazido pelos embarcadiços
que ali ancoravam, já tínhamos clientela certa. Fui apontador de obras da
empresa de Construção Civil A. Rodrigues pertencente ao então engenheiro civil
Alírio Rodrigues”.
Uma ruptura veio acontecer de novo na
vida de Laércio Ayres, no início da adolescência, que já era vivida com
maturidade, aos 17 anos perdeu o esteio da família e da sua vida, seu avô
faleceu, deixando-o com mais três outros netos, Raimundo Aires da Costa, José
Domingos Aires da Costa e Josafá Aires da Costa (falecido), órfãos outra vez. O
avô se foi, porém os ensinamentos que lhe deu foram a sua maior herança, e começou
a pô-los em prática. “Meu velho avô me deu além do amor a base de minha
existência humana e moral: Não roubar, não querer nada de ninguém, não
atropelar ninguém para crescer, respeitar as pessoas e esses ensinamentos até hoje
eu professo, por onde passo. Minhas mãos são sempre limpas”.
Estudos
Espelhado no irmão Raimundo Aires da
Costa, que nessa época já cursava Farmácia em Belém, que lhe foi estímulo para
seguir também nos estudos. “Foi quando optei pela Engenharia Florestal”.
Os estudos de Laércio Aires
aconteceram nas escolas públicas de Macapá, fez seu primário na antiga Escola
Evangélica, anexo do Colégio Amapaense e na Escola Paroquial São José; o ginasial
e o colegial foram realizados no Colégio Amapaense, considerado o colégio
Padrão do Amapá (1971); Em 1972 prestou e foi aprovado no vestibular para a
Engenharia Florestal na Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, hoje
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Carreira profissional
Após seu retorno a Macapá e passar a
exercer a engenharia florestal, Laércio Aires se destacou nas suas atividades e
a exercer uma liderança dentro do seu segmento do trabalho, assim como a
preocupação com o desenvolvimento do seu torrão natal. Foi fundador e primeiro
delegado do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), hoje
IBAMA de 1979 a 1984; foi eleito inspetor do CREA-AP de 84 a 86; pertenceu a
diretoria da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), como diretor
Administrativo no período de 1985 a 1988; foi Assessor da então Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Amapá em 1991; Secretário do Conselho Estadual
da Política Agrária, fundiária, agricultura e extrativismo vegetal/AP – 1992; Delegado
da Delegacia Federal de Agricultura de Abastecimento e Reforma Agrária do Amapá
– 1995 a 1998; Foi vice-presidente do SEBGE – Sindicato dos engenheiros e é
atualmente Presidente do CREA/AP para um mandato de três anos.
Engenheiro na política
Laércio Aires foi um engenheiro na
política e não um político engenheiro, tanto que ao iniciar a carreira foi
eleito como o terceiro vereador mais votado de Macapá (2000-2004) pela sua
atuação profissional em todos os cargos que ocupou no Amapá. No período de vereança
desenvolveu alguns projetos e ações populares. Todas suas ações na tribuna da
Câmara Municipal de Macapá tiveram grande repercussão na sociedade, e alguns
atos foram modificados em vista de seus pleitos e um que até hoje repercute
nacional e internacionalmente é a questão do Parque Montanhas do Tumucumaque.
“A questão da Zona de Livre Comércio
de Macapá e Santana, que está hoje em pauta novamente, no início da década de
2000 uma Portaria Ministerial do então Ministro da Fazenda Pedro Malan,
limitava a saída de mercadorias no estilo sacoleiro, o que inviabilizou o
mercado de livre comércio local. E esse estilo que funcionava na fronteira
Brasil /Paraguai, até hoje garante a geração de emprego e renda para os dois
lados e aqui pifou”.
Outra ação foi com referência à
obrigatoriedade da realização de Concurso Público para Procurador, Defensor
Público e Procurador de Contas, o que não acontecia, hoje está faltando somente
para o defensor, mas já existe decisão judicial e do executivo para ser
realizado.
Um grande defensor do Meio Ambiente,
respeitando o homem inerente que ali vive. Na época Macapá, possui uma Lixeira
Pública, semelhante a de hoje no município de Santana, a céu aberto em pleno
centro da cidade, produzindo a proliferação de insetos e animais nocivos a
saúde pública e causando prejuízo ao município, inclusive com a poluição dos
mananciais com churume. “O que foi feito e hoje temos um Aterro Controlado”.
O aeroporto internacional de Macapá
realizava cobrança de pedágios para estacionamentos e por não haver nenhum
investimento que justificasse essa cobrança, pedi seu cancelamento, o que foi
acatado pelo Procurador Geral da República; pediu a retirada dos fotos sensores
por terem sido implantados sem Licitação Pública e nunca terem sido aferidos
pelo Inmetro e eram obsoletos, pois vinham do Estado de Ceará, ou seja, já
usados, era um perfeito caça níquel da empresa privada.
Esta ação foi a mais beligerante da carreira
profissional, política e de cidadão de Laércio Aires. “Entrei com a Ação
Popular na Justiça Federal para anular o decreto presidencial de 22 de agosto de 2002, que criou o
Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), no Amapá. Não houve consulta pública à
população atingida pelo parque antes da criação da referida Unidade de Conservação
(UC). Eles não tomaram conhecimento do que essa medida traria de consequências
às suas vidas”.
No dia 13 de maio de 2013 o juiz federal João Bosco, titular da
2ª Vara Federal concedeu liminar para anular o decreto presidencial de 22 de
agosto de 2002, que criou o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), no
Amapá. O juiz federal
acatou o argumento utilizado pelo engenheiro Laércio Aires e determinou que a
união procedesse à realização de novas consultas públicas nos municípios
abrangidos diretamente pela criação do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque,
no prazo máximo de um ano.
O empresário Laércio Aires recebeu a
notícia do atendimento de seu pleito pela Justiça Federal “com surpresa e
esperança que a decisão venha se consolidar em um amplo debate quando das
consultas públicas e a sociedade principalmente dos municípios do entorno
realmente agora sejam escutadas e escolher que tipo de unidade é melhor para
elas”.
Laércio Aires faz uma análise política do Amapá
Outrora no Amapá, nós que éramos
estudantes, não tínhamos quase esperança de sairmos daqui para galgar a
Universidade, pois naquela época, poucos eram os pais que tinham condições
financeiras de enviar os filhos na busca de uma qualificação profissional e
trazerem seus conhecimentos para servirem o Amapá. Na década 70, porém, esse número
dos que foram buscar essa formação foi grande e muitos estão até hoje
contribuindo com o desenvolvimento do Amapá.
Hoje, temos uma facilidade enorme, com
a implantação das inúmeras escolas superiores no Estado, além da federal e
estadual. E isso é uma oportunidade ímpar, mesmo para aqueles pais que ainda
não tem condições financeiras de enviar todos os seus filhos, agora eles a tem
aqui, ao menos um deles poderá cursar o Ensino Superior. Tornando-se exemplo e
multiplicador dentro da família dos conhecimentos adquiridos.
O desenvolvimento do Estado está
caminhando. O que precisamos é acertar a Mega Sena dos nossos governantes, no
dia que conseguirmos isso, que eles tenham o foco voltado exclusivamente para o
crescimento e desenvolvimento do nosso estado, cada vez valorizando mais a
nossa prata de casa, com certeza teremos resultados mais satisfatórios, mas a
responsabilidade está em nossas mãos, pois somos os que escolhemos nossos
governantes, resta definirmos e trançarmos o futuro do nosso Estado.
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