quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pioneirismo


“O que precisamos é acertar a Mega Sena dos nossos governantes, no dia que conseguirmos isso, e que eles tenham o foco voltado exclusivamente para o crescimento e desenvolvimento do nosso estado, cada vez valorizando mais a nossa prata de casa, com certeza teremos resultados mais satisfatórios, mas a responsabilidade está em nossas mãos, pois somos os que escolhemos nossos governantes, resta definirmos e trançarmos o futuro do nosso Estado”.
Laércio Aires dos Santos – Engenheiro Florestal

De família da origem judia por parte de pai, o nosso pioneiro começou sua trajetória na vida com a orfandade. Aos oito meses de vida Laércio Aires dos Santos, veio a perder sua genitora Deocelsa Aires dos Santos que era casada com Isaac Peres que tinha parentesco com a família amapaense Alcolumbre.
Macapaense da gema, nascido em 06 de fevereiro de 1948 foi criado pelo avô paterno Francisco Pacífico dos Santos, carpinteiro e funcionário público municipal que lhe deu a formação. Laércio relembra a infância sob os cuidados do avô e que para ajudar nas despesas familiares ainda criança, meteu a mão na massa e foi para a Olaria Territorial e carregava tijolos, mas não foi só isso. “Fiz de tudo um pouco, vendi açaí, pasteis e carvão juntamente com meu avô. Aprendi todos os meios honestos de ganhar dinheiro, comprava ossadas no Supermercado da ICOMI, salgava e vendia no ancoradouro do Canal da Mendonça Junior, ali onde é hoje a Agência do Banco da Brasil, quando não trocava por “cambadas” de peixe trazido pelos embarcadiços que ali ancoravam, já tínhamos clientela certa. Fui apontador de obras da empresa de Construção Civil A. Rodrigues pertencente ao então engenheiro civil Alírio Rodrigues”.
Uma ruptura veio acontecer de novo na vida de Laércio Ayres, no início da adolescência, que já era vivida com maturidade, aos 17 anos perdeu o esteio da família e da sua vida, seu avô faleceu, deixando-o com mais três outros netos, Raimundo Aires da Costa, José Domingos Aires da Costa e Josafá Aires da Costa (falecido), órfãos outra vez. O avô se foi, porém os ensinamentos que lhe deu foram a sua maior herança, e começou a pô-los em prática. “Meu velho avô me deu além do amor a base de minha existência humana e moral: Não roubar, não querer nada de ninguém, não atropelar ninguém para crescer, respeitar as pessoas e esses ensinamentos até hoje eu professo, por onde passo. Minhas mãos são sempre limpas”.
Estudos
Espelhado no irmão Raimundo Aires da Costa, que nessa época já cursava Farmácia em Belém, que lhe foi estímulo para seguir também nos estudos. “Foi quando optei pela Engenharia Florestal”.
Os estudos de Laércio Aires aconteceram nas escolas públicas de Macapá, fez seu primário na antiga Escola Evangélica, anexo do Colégio Amapaense e na Escola Paroquial São José; o ginasial e o colegial foram realizados no Colégio Amapaense, considerado o colégio Padrão do Amapá (1971); Em 1972 prestou e foi aprovado no vestibular para a Engenharia Florestal na Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, hoje Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Carreira profissional
Após seu retorno a Macapá e passar a exercer a engenharia florestal, Laércio Aires se destacou nas suas atividades e a exercer uma liderança dentro do seu segmento do trabalho, assim como a preocupação com o desenvolvimento do seu torrão natal. Foi fundador e primeiro delegado do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), hoje IBAMA de 1979 a 1984; foi eleito inspetor do CREA-AP de 84 a 86; pertenceu a diretoria da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), como diretor Administrativo no período de 1985 a 1988; foi Assessor da então Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Amapá em 1991; Secretário do Conselho Estadual da Política Agrária, fundiária, agricultura e extrativismo vegetal/AP – 1992; Delegado da Delegacia Federal de Agricultura de Abastecimento e Reforma Agrária do Amapá – 1995 a 1998; Foi vice-presidente do SEBGE – Sindicato dos engenheiros e é atualmente Presidente do CREA/AP para um mandato de três anos.
Engenheiro na política
Laércio Aires foi um engenheiro na política e não um político engenheiro, tanto que ao iniciar a carreira foi eleito como o terceiro vereador mais votado de Macapá (2000-2004) pela sua atuação profissional em todos os cargos que ocupou no Amapá. No período de vereança desenvolveu alguns projetos e ações populares. Todas suas ações na tribuna da Câmara Municipal de Macapá tiveram grande repercussão na sociedade, e alguns atos foram modificados em vista de seus pleitos e um que até hoje repercute nacional e internacionalmente é a questão do Parque Montanhas do Tumucumaque.
“A questão da Zona de Livre Comércio de Macapá e Santana, que está hoje em pauta novamente, no início da década de 2000 uma Portaria Ministerial do então Ministro da Fazenda Pedro Malan, limitava a saída de mercadorias no estilo sacoleiro, o que inviabilizou o mercado de livre comércio local. E esse estilo que funcionava na fronteira Brasil /Paraguai, até hoje garante a geração de emprego e renda para os dois lados e aqui pifou”.
Outra ação foi com referência à obrigatoriedade da realização de Concurso Público para Procurador, Defensor Público e Procurador de Contas, o que não acontecia, hoje está faltando somente para o defensor, mas já existe decisão judicial e do executivo para ser realizado.
Um grande defensor do Meio Ambiente, respeitando o homem inerente que ali vive. Na época Macapá, possui uma Lixeira Pública, semelhante a de hoje no município de Santana, a céu aberto em pleno centro da cidade, produzindo a proliferação de insetos e animais nocivos a saúde pública e causando prejuízo ao município, inclusive com a poluição dos mananciais com churume. “O que foi feito e hoje temos um Aterro Controlado”.
O aeroporto internacional de Macapá realizava cobrança de pedágios para estacionamentos e por não haver nenhum investimento que justificasse essa cobrança, pedi seu cancelamento, o que foi acatado pelo Procurador Geral da República; pediu a retirada dos fotos sensores por terem sido implantados sem Licitação Pública e nunca terem sido aferidos pelo Inmetro e eram obsoletos, pois vinham do Estado de Ceará, ou seja, já usados, era um perfeito caça níquel da empresa privada.
 Esta ação foi a mais beligerante da carreira profissional, política e de cidadão de Laércio Aires. “Entrei com a Ação Popular na Justiça Federal para anular o decreto presidencial de 22 de agosto de 2002, que criou o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), no Amapá. Não houve consulta pública à população atingida pelo parque antes da criação da referida Unidade de Conservação (UC). Eles não tomaram conhecimento do que essa medida traria de consequências às suas vidas”.
No dia 13 de maio de 2013 o juiz federal João Bosco, titular da 2ª Vara Federal concedeu liminar para anular o decreto presidencial de 22 de agosto de 2002, que criou o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), no Amapá. O juiz federal acatou o argumento utilizado pelo engenheiro Laércio Aires e determinou que a união procedesse à realização de novas consultas públicas nos municípios abrangidos diretamente pela criação do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no prazo máximo de um ano.
O empresário Laércio Aires recebeu a notícia do atendimento de seu pleito pela Justiça Federal “com surpresa e esperança que a decisão venha se consolidar em um amplo debate quando das consultas públicas e a sociedade principalmente dos municípios do entorno realmente agora sejam escutadas e escolher que tipo de unidade é melhor para elas”.
Laércio Aires faz uma análise política do Amapá
Outrora no Amapá, nós que éramos estudantes, não tínhamos quase esperança de sairmos daqui para galgar a Universidade, pois naquela época, poucos eram os pais que tinham condições financeiras de enviar os filhos na busca de uma qualificação profissional e trazerem seus conhecimentos para servirem o Amapá. Na década 70, porém, esse número dos que foram buscar essa formação foi grande e muitos estão até hoje contribuindo com o desenvolvimento do Amapá.
Hoje, temos uma facilidade enorme, com a implantação das inúmeras escolas superiores no Estado, além da federal e estadual. E isso é uma oportunidade ímpar, mesmo para aqueles pais que ainda não tem condições financeiras de enviar todos os seus filhos, agora eles a tem aqui, ao menos um deles poderá cursar o Ensino Superior. Tornando-se exemplo e multiplicador dentro da família dos conhecimentos adquiridos.

O desenvolvimento do Estado está caminhando. O que precisamos é acertar a Mega Sena dos nossos governantes, no dia que conseguirmos isso, que eles tenham o foco voltado exclusivamente para o crescimento e desenvolvimento do nosso estado, cada vez valorizando mais a nossa prata de casa, com certeza teremos resultados mais satisfatórios, mas a responsabilidade está em nossas mãos, pois somos os que escolhemos nossos governantes, resta definirmos e trançarmos o futuro do nosso Estado.

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