O atleta do passado desta semana é bastante conhecido no meio esportivo por Rodrigo Chevrolet (61). Ele começou a praticar o esporte das multidões, o futebol, como todo e qualquer garoto, jogando nas ruas de Macapá. O que entusiasmava Rodrigo é que ele é morador da Avenida Mendonça Junior, quase esquina com o Estádio Glicério de Souza Marques, o panteão do futebol amapaense. No bate papo na varanda da casa de sua genitora, ele traça o roteiro dessa vida no futebol amapaense e nacional. Saiu de Macapá e chegou até as Minas Gerais. Acompanhe essa trajetória narrada com entusiasmo e orgulho dos feitos desse amapaense, que agradece aos desbravadores esportistas, que abriram as portas para os amapaenses chegarem aos clubes do sudeste.
Equipe da Tuna, Chevrolet é o segundo da esquerda para direita em pé |
Aos oitos anos já era peladeiro de rua, praticava no campo de futebol que tinha perto da CEA, hoje a FIEAP e o SENAI. "Recordo-me que batia bola com Zé Góes, garoto Bento Góes, Milton Barbosa entre outros". Ele narra que tudo começou por indicação do Lelé, para o Juventus Clube, que infelizmente não teve "brecha" para compor a equipe, pois tinha 15 anos. O meu apelido no início da carreira era "Crioulo". "De imediato recebi indicação para o Santana Esporte Clube, que me recebeu e onde fiquei durante dez anos. Fui campeão amapaense, e joguei durante um ano no Macapá Esporte Clube".
Durante um passeio em Belém (PA) joguei uma pelada, e uma pessoa que ali estava reconheceu meu potencial. Coincidentemente tinha acesso à diretoria do Tuna Luso e me convidou para treinar na equipe. "Como eu tinha experiência em jogar em uma equipe organizada, me dei bem e fui logo assinando contrato. Eu estava com 20 anos. Após cinco anos, fui quatro vezes vice-campeão paraense e logo fui para o Fortaleza, no Ceará, a convite do presidente da equipe cearense, Antônio Diniz, onde fiquei um ano. Em seguida, com intercessão do João Ferreira, fui submetido durante 30 dias em treinamento no Atlético Mineiro, não fui escalado por que apareceram outros jogadores e eles achavam que a minha experiência não estava boa. De lá, fui para Vila Nova em Nova Lima (MG), fiquei jogando um ano e depois fui emprestado para o Taubaté (SP), para subir para 1ª divisão e conseguimos o acesso. Sempre fui titular onde joguei".
Como estava atuando por empréstimo no Taubaté (SP), Rodrigues teve que voltar para o Vila Nova que o encaminhou, também por empréstimo, para o Galícia (BA) durante dois anos e de lá foi para o Chapecoense (SC). "Nessa época retornei para Minas Gerais e fui jogar no Democrata de Sete Lagoas (MG). Este foi meu último contrato. Em 1983, encerrei minha carreira profissional. Ao retornar para o Amapá em 1984, o futebol ainda não era profissional, e fui para o Trem Desportivo Clube que estava há 22 anos sem conseguir um título e neste ano conquistamos o Amapaense de 1985".
O Amapá deu muitos craques para outros estados, éramos um celeiro. "Cara, tínhamos muitos jogadores excelentes. Aqui em Macapá Biló, Jongito, Zezé, tudo fizeram e deram nome para o Amapá. Ninguém pode chegar hoje e dizer 'eu levei o nome do Amapá para fora', eles nos antecederam. Hoje, o nosso futebol está uma lástima. Os clubes quando terminam o campeonato, fecham, e não seguram os jogadores. Em nenhum lugar que leva o futebol a sério isso acontece isso, é amadorismo. Assim, o atleta não cria amor a uma camisa e nem tem um clube com referência. Eles tem que ficar o ano treinando e aprendendo e só assim teremos profissionais em campo", finaliza.
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