sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ídolos de gesso


"Quem tem rabo de palha não passa perto do fogo." Ouvi esse adágio durante toda minha infância e adolescência e, como natural, quando  escutei pela primeira vez o ditado foi por intermédio de minha mãe, a curiosidade infantil me tomou e não resisti: mãe! Eu não tenho rabo, muito menos de palha e porque a senhora fala isso pra mim todas as vezes que faço acusação contra um dos meus irmãos? Bem! A professora Zoraide pacientemente explicou-me que antes de acusar alguém sobre alguma coisa era necessária uma análise detida sobre nossas atitudes. Se realmente tivéssemos consciência limpa de que nossa conduta era ilibada, então podíamos fazer a denúncia, mas se não... primeiro faça meã culpa e depois arrole seus irmãos. 

Esse ditado seguiu-me a vida toda e todas às vezes alguém invocando muita honestidade e fazendo desse comportamento obrigatório a qualquer cidadão ou ente público uma plataforma de vida, fico a desconfiar. Será que é tudo isso mesmo? A mentira vem a galope, a verdade viaja no lombo da tartaruga, quelônio longevo e famoso por se locomover com muita parcimônia, mas chega ao destino. É só ter paciência.

Esse foi dos "post" feito no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, "Conversa afiada" na data de 21 de maio de 2013 às 19:36
Henrique.

O Randolph ficou na mão do Gurjô, que livrou sua cara nesse processo. Depois, o senador… do PSOL foi se sentar … do Gilmar Dantas, de mãos dadas com Agripino Maia e outros do mesmo padrão moral. Que vergonha esse PSOL, deveria assumir logo sua condição de partido de direita, ao lado do PPS, do PV e do DEM.

Na realidade esse foi apenas mais um das dezenas de comentários desairosos sobre o comportamento de Randolfe Rodrigues após a constatação de que as assinaturas nos recibos que comprovavam que ele recebia um extra na Assembleia Legislativa do Amapá para votar favoravelmente as matérias de interesse do governador João Alberto Rodrigues Capiberibe eram absolutamente verdadeiras.

A comprovação veio após detido exame pericial feito por uma dos mais renomados peritos deste País, Ricardo Molina de Figueiredo, professor da Unicamp e um dos mais conhecidos peritos em fonética do Brasil. Contestável o laudo? Até pode, mas até que alguém diga diferente do que o perito Molina laudeou, fica patente que Randolfe Rodrigues e João Capiberibe, senadores amapaenses, mentiram no Senado da República ao negarem os fatos cometidos por eles e que os qualifica em vários tipos penais, como corrupção passiva, ativa, formação de quadrilha e peculato. Apesar disso, ambos, de forma orquestrada ao fazerem uso da prerrogativa senatorial usaram a Tribuna daquela Casa de Leis, aliás, Casa de Senhores, e, não só desmentiram a denúncia como desqualificaram o denunciante em tom jocoso, como se Fran Junior, por ter sido cassado por compra de voto e ter sido denunciado por vários crimes não pudesse falar a verdade em uma delação espontânea.

Ao que parece, que tal qual Demóstenes Torres, o Procurador de Goiás, que foi um dia trazido ao Amapá por Randolfe Rodrigues para falar de ética e moralidade na condução da coisa pública e mais tarde percebeu-se que sua estátua de ícone da moralidade era de gesso, Randolfe Rodrigues começa a sentir que o povo hoje sabe que a dele também é frágil, portanto, confeccionada do mesmo material da estátua que ele ajudou a quebrar no Congresso Nacional atirando a primeira pedra, a propor a CPI do Carlinhos Cachoeira.

Randolfe Rodrigues que ganhou o mandato de senador de mãos beijada da Polícia Federal poderá; se investigado a fundo pela polícia nacional, vir a ser vítima do próprio veneno. Ele parece que fez o discurso da moralidade diante do espelho e tudo o que disse voltou para ele.


O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel não acreditou na denúncia a descartou mesmo antes da conclusão do laudo pericial, mas agora é fato e ai. Como vai ficar a situação? Será que a professora Luiza Helena que abraçou o companheiro Randolfe Rodrigues se posiciona? E o Partido do Socialismo e Liberdade e seu estatuto severo contra o capitalismo selvagem, espoliador do trabalhador da cidade e do campo, piam? Quem tem rabo de palha não passa perto do fogo Senador. Não lhe ensinaram isso?

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