quinta-feira, 30 de maio de 2013

NO GOVERNO
Semelhanças entre PSOL e PSB são cada vez mais gritantes

José Marques Jardim
Da Editoria
Governador Camilo Capiberibe (PSB)
Prefeito Clecio Luiz (PSoL)
                     


Os garotos “socialistas” que hoje administram o Amapá (Estado e Município) têm algo em comum, estão perdidos. Carlos Camilo Góes Capiberibe, que ganhou as rédeas do Amapá de presente em 2011 depois de uma operação da Polícia Federal que mais pareceu um golpe político, até hoje não definiu uma marca para sua administração confusa. Definiu-se, ela se apoia tão somente na falta de experiência para o diálogo, talvez fruto do despreparo. É indiscutível que Camilo não estava preparado para governar. Nas pesquisas oficiais e de consumo divulgadas antes das eleições, ele aparecia pouco acima da última colocação ocupada pelo PSTU. Tinha um discurso fraco e sem qualquer elemento capaz de convencer o eleitor. Aí veio a Operação Mãos Limpas, responsável pela virada. Com um banquete à sua frente faltava só a orientação de por onde começar a degustação, e ela viera. Visto erroneamente como o salvador da pátria e atacando os adversários aproveitando a desconstrução, o então deputado viu seu percentual de aceitação crescer e chegar lado a lado com Lucas Barreto e Jorge Amanajás e os passou.

O povo não sabia, mas seria o início de uma administração perdida e sem propósito, apoiada em apenas criticar a gestão passada para justificar seus erros. Uma das primeiras crises foi com a Justiça, quando o governador mexeu no orçamento e provocou declarações ácidas vindas do TJAP. A greve dos professores veio em seguida. Foram para as ruas já no primeiro ano de governo. Acamparam, discursaram, criticaram e receberam como resposta, somente promessas que contornaram a situação. A certeza do engodo veio em seguida. No ano seguinte, mais greve e o comprometimento do ano letivo. O governador manda o caso para a Justiça que inicialmente declara o movimento legal, mas em seguida, muda de ideia e multa o Sindicato dos Professores, enquanto quem estava fora da Lei do Piso, era o governo. Curioso. O passo seguinte foi punir. A regência de classe foi cortada, o ponto de milhares de educadores também. Muita gente ainda recebe de forma parcelada o que lhe é de direito.
Este ano a situação foi mais grave. Mais uma vez fazendo o que acha certo, o governador mandou um projeto para a Assembleia Legislativa aprovado em tempo recorde, para depois ser sancionado. Tudo no mesmo dia. Nele, estava o fim da regência de classe dos professores, que a partir dali seria incorporada aos vencimentos. E aí, quem passava a pagar a obrigação do governo, era a categoria e não a gestão estadual.
Os médicos também são parte das discussões com o Estado. Por falta de condições de trabalho entraram em greve. A reação foi o corte de plantões e posteriormente a condução de vários profissionais a uma delegacia criada na atual gestão para cuidar dos desafetos do governo. Com tantos desacertos, a rejeição de Carlos Camilo Góes Capiberibe se aproxima dos 80%. Uma antipatia confirmada nas eleições municipais de 2012, quando apoiou Cristina Almeida e colocou a “máquina” à disposição da campanha e serviu de garoto propaganda em várias peças publicitárias da candidata que nem sequer foi para o segundo turno, apesar da suposta força da tão temida “máquina” administrativa.
Em Pedra Branca do Amapari, o fiasco se repetiu. Uma imensa força tarefa foi montada para eleger o candidato da situação. Obras eleitoreiras, bandeiras e mais bandeiras, carreatas e caminhadas e um palanque cheio de lideranças da tal esquerda e quem a apoiava. Nada disso adiantou e mais uma derrota ganhou forma. Duas em um curto período de tempo. Analistas dizem que os resultados dos pleitos nada mais são que um demonstrativo do que virá em 2014, tendo por base a rejeição e um estado em falência, o processo será lógico e natural.

O município


A administração municipal de Clécio Luís, que se rotulou como o “novo”, durante a campanha, é bem semelhante a de Camilo Capiberibe. Os dois governam sozinhos e embaixo de uma cortina negra. Não conseguem ver o que está à frente e nem dos lados e tentam levantar o pano que por vezes sufoca.

O marketing é o aparelho para amenizar a opinião pública. Foi assim com os tão propagandeados 100 dias de um plano emergencial que não aconteceu, com exceção da limpeza de canais e capina de algumas ruas. Fora isso, nada de extraordinário. A buraqueira varreu o asfalto e o que foi resolvido voltou a ser problema por causa do trabalho feito na chuva. A ajuda do Estado prometida na campanha, onde estava Camilo depois da derrota de Cristina, demorou a sair e quando chegou veio tímida na prática, mas anunciada com pompa no Palácio do Governo, com direito à presença dos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL) e João Capiberibe (PSB). Fora isso, os 100 dias emergenciais da administração de Clécio Luís passaram em branco.

Depois deles, a administração do ex-vereador estacionou e já vem sendo alvo críticas da opinião pública que novamente acreditou no “novo”, depois de já ter se decepcionado com a “mudança” proposta por Camilo. A exemplo da administração do PSB, Clécio não consegue se entender com os aliados de campanha, que o diga Jorge Amanajás, um dos lugares cativos na época dos palanques e que desistiu de fazer parte da administração. Saul Peloso, professor indicado por Amanajás para a pasta da Educação pulou do “barco” sob alegação de não ter espaço e nem autonomia. Administrativamente o prefeito dá provas genéticas do mesmo rancor político de Camilo. Pais de alunos que antes recebiam uniformes, cadernos, sapatos e mochilas, hoje reclamam da ausência dessa entrega. Eram os mesmos que levavam para casa no período das férias, cestas básicas para complementar a alimentação. O Programa Escola Viva foi interrompido e informações dão conta de que centenas de kits deixaram de ser entregues pelo simples fato de conterem as cores e a marca da administração passada do prefeito Roberto Góes. Fora isso, a debandada continua com substituições quase que diárias. O último episódio ocorreu na CTMAC, onde o advogado Wladimir Belmino caiu depois de confrontar dois servidores que não estariam cumprindo suas funções como deveriam. Descontente, o gestor entregou seu pedido de exoneração ao prefeito, que surpreendentemente acatou deixando de ao menos averiguar a reclamação do agora ex-diretor presidente. Na mídia, durante a semana, o que se leu e ouviu foi que o prefeito optou pelo erro fechando olhos e ouvidos para a apuração dos fatos. Possivelmente resultado do efeito da cortina.
ex-deputado Jorge Amanajás


E em 2014 eles, PSB e PSOL se apresentarão à população novamente. O primeiro, com o governador tentando a reeleição e o segundo com o senador recentemente acusado de corrupção, lançando candidatura. Resta saber se eles vêm juntos ou separados. Juntos, é “overdose”, separados é veneno em dose homeopática. Mas é bom saber que em grande ou pequena dose, veneno sempre faz mal. 

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