sexta-feira, 3 de maio de 2013

Santana - Buraqueira toma conta das vias da cidade
John Silva
Especial para o TA







O segundo maior município do estado em  importância econômica, Santana, que fica a aproximadamente 30 quilômetros de Macapá, sofre as consequências da má administração de Antônio Nogueira (PT). Pelo menos no que se refere à pavimentação asfáltica, a realidade de uma cidade que possui como potencialidade o comércio, não é nada boa. Diversas ruas e avenidas estratégicas para o desenvolvimento local estão literalmente em péssimo estado de conservação. Com o período chuvoso, os prejuízos aumentam e atingem pedestres, ciclistas, motociclistas, afetando principalmente aos motoristas.

As duas principais artérias da sede do município, Avenida Santana e Cláudio Lúcio Monteiro responsáveis pela ligação da cidade com Macapá e Mazagão estão praticamente intrafegáveis. As duas vias recebem intenso fluxo de veículos durante o dia e boa parte da noite, está com sua pavimentação asfáltica mais comprometida no trecho compreendido da Rua Adálvaro Cavalcante a Cláudio Lúcio Monteiro. Nesse perímetro os motoristas de carros leves e pesados não conseguem dirigir com tranqüilidade, pois são obrigados em todo momento fazerem manobras arriscadas para desviar dos buracos, colocando em risco suas vidas e de outros motoristas, mas, principalmente dos transeuntes. 

A Rua Cláudio Lúcio Monteiro é outra via responsável pelo trânsito de dezenas de carretas e ônibus. Ela corta o populoso bairro da área portuária e o vai e vem dos veículos ano após ano vem deteriorando o asfalto, sem que haja um serviço de pavimentação de qualidade, apenas paliativos, como o famoso "tapa buracos", que muitos engenheiros, como Agostino Murilo Pinheiro, condena e considera essa alternativa desperdício de dinheiro público, sobretudo quando o tempo de vida útil do asfalto já está vencido. Isso é apenas maquiagem, com a volta da chuva a buraqueira reaparece.

A Cláudio Lúcio além de estratégica no aspecto econômico local é por onde transitam diariamente as carretas da empresa Amcel e das mineradoras que utilizam o Porto da Companhia Docas de Santana, CDSA. O constante trânsito dos veículos tem causado impactos irreparáveis a via. Após o acidente no Porto da Anglo American, que paralisou as atividades da empresa, o Porto da CDSA surgiu como alternativa para o escoamento da produção mineral, como medida compensatória, após reunião com representantes das empresas, órgãos estaduais e municipais, uma das alternativas é que a responsabilidade para a melhoria da via seja das empresas.     
     
De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Semdurs), aproximadamente 70% da malha viária da cidade precisa de reparos (asfaltamento). Esta semana a Prefeitura de Santana iniciou uma operação de tapa buracos com quatro frentes de serviços, que segundo o secretario Marcelo Gama, deverá sanar paliativamente o problema. Uma das preocupações se refere ao desperdício de dinheiro.  Segundo Marcelo Gama, os serviços não podem ser realizados durante as chuvas e por isso os trabalhos serão executados em período de sol. "Quando chove não dá pra fazer nada, pois a chuva vem e destrói tudo. Com esse plano de ações agora, esperamos que pelos menos as principais vias e com mais problemas, possam ser melhoradas.

"Um dos trabalhos se concentra num trecho da Avenida Castelo Branco que vai desde a Rua Presidente Kennedy até a Rua Tancredo Neves. O local é um dos pontos mais críticos do município. Taxistas que utilizam a via tem reclamado com frequência dos prejuízos contabilizados. De acordo com Gleison Soares que esta na praça há três anos,  o veículo é usado para o sustento da família e semanalmente é levado à oficina mecânica. "É a suspensão do carro, pneu que não suportam a buraqueira e até mesmo a caixa de marcha, porque a gente precisa trocar direto."


Prejuízos 

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Santana (Sitasan), João Pulica, afirma que tendo em vista as inúmeras reclamações dos trabalhadores do setor, há cerca de um mês reuniu com o Prefeito de Santana, Robson Rocha (PTB) e cobrou providências para situação caótica das vias. Em resposta teria ouvido do administrador que necessitava de prazos para poder realizar os serviços. "Ele disse que precisava de tempo. Agora iniciou os serviços, tomara que chegue às ruas que realmente precisem, porque está difícil para categoria que todo dia reclama com a gente." 

Caso a situação não seja sanada, o presidente do sindicato disse que não descarta a possibilidade de acionar judicialmente os responsáveis pela situação das ruas e avenidas. "Caso esses problemas continuem, vamos realizar uma assembléia com a categoria e decidir por uma medida mais séria. vamos sim acionar o Ministério Público Estadual para cobre da prefeitura solução desta situação."
A Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL, também se posicionou sobre o assunto. De acordo com Adelaide Feitosa, os prejuízos são incalculáveis. Segundo ela, a movimentação no comércio vem caindo mês a mês. Como alternativa os consumidores estão preferindo ir à Macapá ou a Rua Salvador Diniz. "Infelizmente a gente tem sofrido na pele essa situação. O que é notado é que o movimento caiu mesmo e os filiados reclamam pra gente."

Providências 

Ainda de acordo com o Marcelo Gama, da Semdurs, na Rua Cláudio Lúcio Monteiro, será feito inicialmente o serviço de tapa buracos, porém, um projeto esta sendo elaborado com objetivo de incluir serviços de drenagem e estudos de solo, para que em seguida a pavimentação asfáltica seja realizada em definitiva. "Será feito um trabalho especifico naquela via. Logicamente, que esse trabalho deverá feito principalmente pelas empresas que mais utilizam a mesma. Mas certamente que será um trabalho de qualidade e que deverá suportar por muito tempo o tráfego dos veículos pesados.

"A operação tapa buracos esta sendo realizada num ação conjunta que envolve Prefeitura de Santana, Governo do Estado e Ministério das Cidades. A maioria dos recursos vem do Governo Federal que disponibilizou R$ 6 milhões, verba que já esta disponível e sendo empregada. Para os serviços, a PMS fez a aquisição de mil toneladas de massa asfáltica, sendo que a quantidade suficiente para todo o município seria 12 mil toneladas. 
"Já formalizamos e entregamos um projeto mais amplo junto ao Governo Federal para o serviço de pavimentação completa de vias do município. O recurso chega à ordem de R$ 80 milhões e aguardamos uma resposta em médio prazo. Mas é bom destacar que a maioria dos serviços nas vias da cidade está sendo feita com recursos do próprio município."

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