No dia 27 de março de 2012 um grupo de servidores públicos ligados ao SINDSEP (Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amapá), liderado pelo ex-dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amapá, Cláudio Miranda, deu entrada no Ministério Público Estadual (MP) com uma série de denúncias de irregularidades praticadas pela atual diretoria do SINDSEP, que tem a frente Hedoelson Uchoa, o Doca. Os fatos foram amplamente divulgados na imprensa local, chegando ao conhecimento da categoria.
As denúncias conjuntadas de documentos foram endereçadas a própria Procuradora Geral do MP, Ivana Cei. Porém, a categoria reclama que até a presente data não teve nenhum resultado do procedimento instaurado no âmbito no MP. No dia 29 de maio o autor da representação, Cláudio Miranda, enviou documento à Procuradora Geral do MP cobrando informações sobre os resultados das investigações que estão sendo feitas. O documento foi subscrito por vários servidores descontentes com o modo que vem sendo conduzido o SINDSEP, que não agrada uma boa parte dos sindicalizados que defendem a saída da atual diretoria que está à frente do sindicato de forma irregular.
Segundo Cláudio Miranda, do MP a categoria só tem a informação de que a denúncia havia sido transformada em um Auto de Investigação Preliminar (AIP) nº 278/12, que se encontra transitando no Núcleo de Apoio Técnico Administrativo (NATA) do órgão. "A categoria espera que o MP mantenha seu compromisso de apurar as denúncias e exigir, pelos meios legais, a punição dos responsáveis pelas irregularidades apontadas", disse Miranda.
Entre as denúncias que pesam contra a gestão de Doca no SINDSEP, estão ausência de prestação de contas, fraude eleitoral, uso de recursos da entidade em benefício próprio, uso de notas fiscais de empresas fantasmas para justificar despesas do sindicato. Com relação à prestação de contas, vários sindicalizados do SINDSEP afirmam que Doca há mais de 10 anos não coloca a mesma para apreciação da categoria em assembleia geral como determina o Estatuto da entidade. Só esse fato já é o suficiente para Doca perder o mandato. Ele já está em seu quarto mandato e prestes a completar 12 anos a frente do SINDSEP de forma irregular. Daí a categoria ter buscado a intervenção do MP a fim de adotar as providências necessárias sobre as denúncias apontadas que rondam a gestão de Doca até hoje não esclarecidas pela sua diretoria.
Desde quando as denúncias de irregularidades no SINDSEP vieram a público, Doca nunca se manifestou sobre as mesmas, embora sendo dado à ele o direito de se defender das acusações. A exemplo dele, ninguém de sua diretoria também se manifestou. De acordo com Cláudio Miranda, independentemente das investigações do MP, a categoria está acionando Doca na Justiça onde ele vai ter que se explicar sobre as irregularidades no SINDSEP.
Mais negócios suspeitos:
A má fama de Doca entre a categoria só se agrava. Nesse cenário todo de descrédito de sua gestão, está a suspeita da categoria de que o nome do SINDSEP pode estar envolvido na compra de um veículo adulterado, popularmente conhecido por "cabrito". Trata do veículo marca Ranger, placa NEZ 6477 que conforme levantamento junto ao DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito) é de propriedade do sindicato. O carro até então vinha sendo utilizado para fins particulares pelo irmão de Doca conhecido por Marconi, tudo bancado pelos associados da entidade.
Desde quando a suspeita da categoria foi levantada o veículo sumiu de circulação. De acordo com Cláudio Miranda, a categoria pretende levar o fato ao conhecimento das autoridades policiais para que se apure, já que até hoje a secretaria de administração do SINDSEP não deu resposta ao documento encaminhado à pasta pedindo esclarecimentos do possível envolvimento do SINDSEP na compra de veículo "cabrito".
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