Mutirões anunciados na saúde pelo governo não passam de fracasso
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Da Reportagem
A falta de
equipamentos básicos e medicamentos tem transformado a estratégia de propaganda
eleitoreira do governo com os mutirões da saúde em mais uma falha
administrativa. Na última ação anunciada, dos 70 procedimentos operatórios
previstos na área da ortopedia, apenas 25 puderam ser feitos devido à
deficiência enfrentada pelos médicos. Mas a deficiência está em todas as frentes
médicas por conta da falta de estrutura. Um dos exemplos é a oncologia, onde
faltam médicos e medicamentos. A radioterapia, um dos procedimentos do
tratamento, tem que ser feita fora do Estado. A espera dos pacientes chega a
mais de sessenta dias para autorização da viagem.
Indo para o
Hospital Maternidade Mãe Luzia (HMML), a situação também é precária e foi
denunciada esta semana pelo Presidente do Conselho Regional de Enfermagem
(Coren/AP), Aureliano Pires. “O fator que me chamou a atenção foi durante a
visita realizada, que ao entrar no hospital o primeiro impacto é um forte fedor
de esgoto que exala pelo hospital, e que segundo os funcionários, vem ocorrendo
há vários dias. O resultado pode ser uma infecção generalizada nos
recém-nascidos e pacientes”, relatou Aureliano.
E agora governador?
Com tudo isso
caindo no colo do governador Camilo Capiberibe (PSB), a equipe do “tem que se
remediar o irremediável”, montou uma estratégia para tapar a visão e a fala da
população. A primeira foi a ação “Governo Perto de Você”, onde a SESA acompanha
equipes do PPA aos municípios fazendo consultas oftalmológicas, de clínicos
gerais e pediatras, além do atendimento com dermatológicas, imunização e exames
clínicos de glicemia, colesterol, HIV e aferição da pressão arterial.
Mutirão ortopédico
O enfermeiro Regiclaudo Alencar diretor do HE |
A reportagem do
Tribuna Amapaense esteve no Hospital de Emergências e conversou com o diretor,
o enfermeiro Regiclaudo Alencar. Sobre o mutirão ortopédico ele respondeu que
“o governador pediu que fosse feito o mutirão, até que a ampliação da rede
física aconteça”. Segundo ele, foi a forma encontrada para amenizar a demanda
das vítimas de acidentes de trânsito, que vem aumentando a cada dia. O detalhe,
é que sem material não há como realizar os procedimentos. Cerca de 45 pessoas
estão internadas hoje no Hospital de Emergências aguardando por cirurgia. Foram
programadas no mutirão da semana passada, 70 procedimentos, mas apenas 25
puderam ser realizados.
secretária da SESA Olinda Consuelo |
Com relação à verba
para o mutirão, o diretor explicou que sempre dispôs de verba, e que o
procedimento para pagar os médicos funciona pelos plantões. Além da falta de
equipamentos, a ausência de profissionais contribuiu para o fracasso do mutirão
ortopédico. A Secretária de Estado da Saúde, Olinda Consuelo confirmou a
deficiência em entrevista na mídia local. Faltaram anestesiologista e ortopedista.
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