sexta-feira, 13 de setembro de 2013

HOTÉIS DE TRÂNSITO
Foram abandonados e equipamentos sumiram
Hotel de Transito de Oiapoque - Abandonado

Hotel de Trânsito de Calçoene


Reinaldo Coelho
Da Reportagem

O potencial turístico do Amapá é imenso. São tantos os locais para serem explorados, mas as políticas públicas voltadas para o segmento são ínfimas, principalmente em relação à rede hoteleira. O setor sempre desperta dúvida em quem visita o Amapá pela primeira vez, pois maioria dos bons hotéis está situada na capital amapaense.

Macapá possui uma pequena rede hoteleira que, em função do numero de turistas na capital tem conseguido atender a demanda. No que se refere a restaurantes, a cidade está bem servida com uma variada oferta de estabelecimentos oferecendo a culinária regional que agrada até a clientela de paladar mais exigente.

A decepção dos turistas começa quando chegam aos municípios interioranos. Lá, estão as pousadas rústicas, mas não no sentido ecológico e sim na adaptação de residências e aluguel de quartos. A exceção é Ferreira Gomes, que tem uma estrutura hoteleira de boa qualidade.

Abandono

Nas décadas de 70 o então Território Federal do Amapá tinha somente cinco municípios: Macapá, Mazagão, Amapá, Calçoene e Oiapoque, devido à precariedade do sistema viário,  as viagens eram demoradas e cansativas. Para amenizar o problema o governo  construiu na sede de cada um dos municípios um hotel denominado Hotel de Trânsito. Seria um dos primeiros passos para interiorizar o turismo local ainda inexistente.
Os Hotéis de Trânsito auxiliavam as visitas aos municípios, tanto de turistas como de servidores que teriam de se deslocar para execução de ações públicas. Com o crescimento dos municípios, o Poder Público passou a restringir esses serviços, repassando para a iniciativa privada a administração do estabelecimento (o caso do hotel de Oiapoque). Nos municípios de Amapá, Mazagão e Calçoene, não houve interesse por parte dos empresários em administrar os prédios.  O hotel do município de Amapá foi transformado no Siac Superfácil. O de Calçoene está funcionando, o de Oiapoque está totalmente abandonado servindo de abrigo a mendigos e drogados e de sanitário público.

Em maio, o plenário da ALAP aprovou por unanimidade uma Lei de autoria do presidente da Casa, deputado Junior Favacho (PMDB),  que autoriza o GEA a doar o Hotel de Transito de Oiapoque,  ao Instituto Federal do Amapá (Ifap), para que seja instalado o Campus do instituto para promover o desenvolvimento da educação na região.


Os demais não se consegue informações, o total abandono desses patrimônios públicos, que serviram à sua finalidade com uma estrutura de qualidade, pois tinham em seus apartamentos o melhor que poderia ser oferecido em qualquer hotel de duas estrelas brasileiro (Ar condicionado, cama de casal ou solteiro, frigobar, restaurantes equipados, etc., TV por antena parabólica) e para onde foi todo esse material?


Turismo ecológico e esporte radical



Turismo ecológico e esporte radical
Ano passado, dados da Secretaria de Estado do Turismo (Setur) mostraram que 200 mil turistas passaram pelo Amapá. Eles ficaram, em média, cinco dias na cidade. Cada um gastou cerca de R$ 380 por dia, segundo informou o órgão. Em 2013, somente no Carnaval, dos 50 mil visitantes que estiveram no Sambódromo de Macapá, 5 mil eram turistas, o que movimentou R$ 1,6 milhão nesse período. A rede hoteleira do Amapá possui mais de quatro mil leitos e 450 bares e restaurantes. 

Além dos tradicionais pontos turísticos concentrados na Capital amapaense, Marco Zero do Equador, Fortaleza de São José de Macapá, Vila do Curiau, entre outros. O Estado tem na natureza amazônica, potencial pontos turísticos, como o Parque Montanhas do Tumucumaque, podendo ser utilizadas as Trilhas Ecológicas e Cientificas. Sem falar nas corredeiras em Serra do Navio, Calçoene e Oiapoque, que podem gerar campeonatos radicais. O museu a céu aberto do município de Amapá, Cachoeira de Santo Antonio em Laranjal do Jarí. Em Cutias do Araguari distante 102 quilômetros da capital tem a Pororoca, que está conhecida internacionalmente pelo surf praticado neste fenômeno da natureza. Porém, um fator que dificulta o desenvolvimento turístico é a qualidade da estrada. 

Enfim, muito poderia ser aproveitado se o governo do Estado e as prefeituras investissem no segmento se preocupando com a estrutura para receber os turistas. Treinando os moradores na recepção de quem chega. A falta de estrutura vem nos excluindo dos roteiros turísticos, apesar de o Ministério do Turismo (MTur) ter colocado o Amapá entre as trinta potências turísticas do Brasil, o Estado não está entre os roteiros consolidados. A infraestrutura deficiente e a falta de capacitação profissional são apenas alguns dos motivos que estagnam a atividade no Amapá.

Não existem sinalizações indicativas dos pontos turísticos em nenhum município amapaense. Não há roteiros nas agencias de turismo e de viajem para o interior, também por falta de estrutura nos demais municípios. 





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