sexta-feira, 6 de setembro de 2013

PIONEIRO







"A ICOMI foi uma mãe para mim, ela meu deu tudo o queria conquistar. Os meus filhos estão todos formados e graças a Deus eles estão bem de vida, cada um a sua maneira são felizes. Estou aposentado, atualmente resido em Vitória (ES) tenho meus filhos espalhados pelo mundo. O Estado do Amapá existe hoje graças a ICOMI, pois ela foi uma peça fundamental no seu desenvolvimento econômico"  - Waldir Ribeiro - Mecânico de maquinas pesadas


O Êxodo Nordestino é um processo migratório secular de populações oriundas da região nordeste do Brasil para outras partes do país, em especial o centro-sul. Esse movimento demográfico teve e tem grande relevância na história da migração no Brasil, desde a época do Império.
A estagnação econômica, as constantes secas e a prosperidade econômica de outras regiões do Brasil foram fatores determinantes no início do processo migratório nordestino.
 Com o início do "Primeiro Ciclo da Borracha" em 1879, aconteceu a migração para a Amazônia e até hoje continua. Considerado um dos estados mais pobres do Brasil, o Maranhão tem forçado a saída de seus filhos para outras unidades da Federação em busca de empregos e melhora de vida.
Nessa leva veio primeiramente para o Pará e em seguida para o Amapá o jovem recém-casado e já pai de dois filhos Waldir Ribeiro. Nascido em São Luís e de família paupérrima, freqüentou a escola somente para se alfabetizar e logo teve ainda criança, que colocar as mãos "na graxa" e conseguir dinheiro para ajudar sua mãe a sustentar a casa e a criar os quatros irmãos. Superando as dificuldades e ultrapassando as barreiras da dura realidade maranhense, aprendeu empiricamente a arte da mecânica automobilística e principalmente a de máquinas pesadas, consertando as carretas que passavam pela capital maranhense.
Essa é a historia inicial do nosso pioneiro da semana, o mecânico aposentado Waldir Ribeiro, 83 anos de idade. Ele vislumbrando uma vida melhor, deixou São Luiz e veio para Belém (PA) a procura de emprego e ali lhe aguardava o inicio de uma caminha de sucesso. "Em Belém, em conversa com amigos, foi "ventilado" que estava havendo recrutamento de pessoal para trabalhar na recém instalada mineradora no então Território Federal do Amapá, de imediato vim com minha família para Macapá e fui contratado".
Na sua chegada em Belém, o maranhense Waldir Ribeiro conheceu Dona Marcolina Pinheiro. Do namoro ao casamento foi um passo. "Eu estava com 18 anos quando conheci minha saudosa esposa, que faleceu há oito anos. Tivemos dois filhos paraenses, mais logo em seguida viemos residir no Amapá e me empreguei na ICOMI".
Waldir Ribeiro recorda com emoção, e é objetivo: "A ICOMI foi minha mãe no Amapá, ela me recebeu proporcionou a mim e meus filhos aquilo que eu sonhava e não tive no começo de vida".
A sua competência e responsabilidade na execução dos serviços na Oficina de Mecânica da mineradora onde cuidava das máquinas pesadas da ICOMI o alçou a gerência de manutenção da empresa.
Foram dez filhos de um casamento cheio de companheirismo e respeito. Exerceu suas funções pela empresa no entreposto de Porto Grande por quatro anos. Devido sua esposa estar em trabalho de parto e o Hospital de Serra do Navio ser o mais próximo, foi onde nasceu seu terceiro filho Wagner Ribeiro, artista plástico. "Meu pai, apesar do pouco estudo tinha uma responsabilidade muito grande com a família, principalmente nos quesitos éticos e moral era o que mais preservava a honestidade, ele trazia no sangue".

Vila Amazonas
Residiu durante 35 anos na Vila Amazonas em Santana, e em 1990 se aposentou. As recordações de Waldir sobre a Vila Amazonas é de uma cidade construída no meio da selva pelos americanos que aqui vieram para implantar a ICOMI e retirar o Manganês, que na época era considerada a maior mina de manganês a céu aberto do mundo. Uma cidade feita pelos próprios funcionários que ali iriam residir. "Foi construído as residências, que se diferenciavam pela hierarquia, o hospital, o cinema, a área recreativa, o hotel o clube social e esportivo, enfim uma cidade do primeiro mundo na selva amazônica".
Santana, ainda distrito de Macapá, era uma cidade típica amazônica e teve sua vida agitada pela implantação da ICOMI o que lhe proporcionou uma alavancada no desenvolvimento, surgindo além da Vila Portuária e Vila Maia e a Vila Amazonas de propriedade da empresa. "Outra vantagem proporcionada pela ICOMI foi ensinar a convivência de vizinhança sem muros ou cercas, porém com os limites invisíveis do 'o meu começa onde o seu termina'. Tinha uma disciplina férrea".

Caça e pesca


Além de excelente profissional Waldir Ribeiro era bom caçador e pescador e usou esse hobby para aumentar a renda familiar, ele guiava os visitantes e funcionários nas caçadas na abundante população silvestre amapaense.  "Eu levava o pessoal do Staff e os padres italianos do PIME, para caçar e pescar, era um lazer para mim e também um aumento da renda familiar. Eu estocava os alimentos conseguidos nessas aventuras, pois tinha doze bocas para alimentar".
Hoje seria impossível manter esse tipo de aventura, pois os rigores das leis ambientais proíbem a caça de animais silvestres, que não seja para alimentação da família ribeirinha. "Depois veio essa era da preservação ambiental, naquela época era IBDF, mais era livre a venda das caças nas feiras, hoje você vai preso".



"O Amapá é o meu segundo estado natal e nada tenho a reclamar. A ICOMI foi uma mãe para mim, ela meu deu tudo o queria conquistar. Os meus filhos estão todos formados e graças a Deus eles estão bem de vida, cada um a sua maneira são felizes. Estou aposentado, atualmente resido em Vitória (ES) tenho meus filhos espalhados pelo mundo. O Estado do Amapá existe hoje graças a ICOMI, pois ela foi uma peça fundamental no seu desenvolvimento econômico".

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