sexta-feira, 29 de novembro de 2013

reflexões evandro gama

Desenvolvimento sustentável e a produção de grãos no Amapá

O Estado do Amapá é naturalmente vocacionado para a sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental, razão pela qual propomos que se adote aqui o modelo de Estado sustentável, no qual se busque conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o respeito à dignidade humana.
A partir dos nossos pontos fortes - o rio Amazonas e seus afluentes, a exuberante floresta, com sua biodiversidade e seus frutos, as nossas ilhas, o nosso potencial pesqueiro, agropecuário e para a piscicultura, o artesanato, a nossa história e seus monumentos históricos, a nossa cultura, a linha do equador, o fenômeno do equinócio, o nosso potencial turístico e a alegria e simpatia do nosso povo - devemos construir e vender para o Brasil e para o mundo um Amapá que respira sustentabilidade 24 horas por dia, de segunda a segunda, do setor público ao setor privado, e que, acima de tudo, acolhe o seu povo e os seus visitantes com qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. Esse pode ser o nosso grande diferencial em relação aos outros Estados no mundo inteiro, especialmente em razão das belezas naturais que possuímos.
Entretanto, devemos buscar o equilíbrio entre a preservação ambiental e o atendimento das necessidades básicas do nosso povo. Não se pode aceitar um desenvolvimento sustentável que nos impeça de produzir, por exemplo, a nossa própria farinha, o açaí, arroz, feijão, soja, milho, frangos, suinos, bovinos, peixes, verduras e frutas, além de criar emprego e renda para todos.
O Amapá já possui em torno de 70% de todo o seu território composto de reservas ambientais e indígenas. Essa deve ser a nossa contribuição ambiental para o Brasil, o mundo e para as futuras gerações. Devemos transformar esse patrimônio numa grande oportunidade de geração de empregos e renda para o nosso povo, preservando essas reservas ambientais e indígenas com a exploração econômica sustentável que for viável e legal em cada uma dessas áreas.
Agora, é um direito do povo do Amapá explorar, de forma sustentável e eficiente, os outros 30% do seu território para produzir os alimentos que necessita nas suas refeições do dia a dia e realizar outras atividades econômicas que criem emprego e renda para todos.
Não podemos continuar sendo um Estado pobre que exporta capital (dinheiro) para os outros Estados brasileiros, por não produzirmos nada aqui.
Por falta de visão estratégica dos governadores que elegemos nos 25 anos de criação do Estado do Amapá continuamos trazendo de outros Estados 90% da farinha e 70% do fruto do açaí que consumimos em nossas casas (dados do IBGE). 
Em 2007, enviamos para outros Estados 40 milhões de reais pelo arroz consumido em nossos lares e 56 milhões pela carne de frango que comemos (IBGE).
Se somassemos todos os valores enviados para os outros Estados pelo nosso consumo de farinha, açaí, arroz, frango, feijão e outros gêneros alimentícios, por baixo chegaríamos a valores superiores a 300 milhões de reais.
São recursos financeiros que deixam de ser reinvestidos na economia do Amapá. São valores que não entram no bolso dos nossos cidadãos. São empregos enviados para outros Estados brasileiros.
Enquanto isso, os trabalhadores do Amapá amargaram em 2010 uma taxa de desemprego de 11,6%, enquanto a Região Norte teve uma taxa de 8,5% e o Brasil 7,4% (IBGE).
Não conseguiremos avançar na melhoria da qualidade de vida do nosso povo se não conseguirmos produzir sequer o que comemos. E não existe desenvolvimento sustentável de uma nação ou de um Estado sem melhoria da qualidade de vida de todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...