Sem drenagem
Chuvas provocam caos em Macapá
O aterramento sem um estudo geológico de grandes áreas no processo de expansão do centro urbano de Macapá, uma cidade cortadas por igarapés, é um dos motivos de alagamentos durante o período invernoso.
Além de que os cursos d'água (canais) localizados na área urbana da cidade em decorrência do crescimento populacional desordenado, desmatamento de grandes áreas de ressacas vem recebendo a poluição das águas, principalmente, por esgotos domésticos.
Se existisse um planejamento urbanístico da cidade, que aproveitassem a rica natureza poderíamos ter uma cidade belíssima, cortada por dezenas de igarapés de águas claras, e clima mais ameno e agradável. Ao invés disso, temos esgotos a céu aberto, calor intenso, proliferação de doenças e a perda da biodiversidade nesses ambientes.
Enterrar o problema não resolve a situação, simplesmente, empurra a frente de degradação para a periferia da cidade é preciso que os atuais gestores paralelamente resolvam os atuais pontos de alagamentos através de um estudo por um grupo de notáveis de urbanismo dando uma solução que atenda o paisagismo e o desenvolvimento urbano.
Atualmente
As fortes chuvas que vem caindo na capital, durante os últimos dias, tem deixado diversas ruas de Macapá, totalmente alagadas. O problema da alagação é consequência do péssimo sistema de drenagem que toda a cidade possui. São "bocas de lobos" estreita e entupidas.
Segundo um morador, que não quis se identificar, a culpa de todos esses problemas é dos gestores do município, que não fazem absolutamente nada para evitar as alagações. "Toda chuvinha que dá o problema se repete, até quando, hein? Entra prefeito e tudo continua do mesmo jeito".
"Aqui, quando chove, a água invade meu quintal. Alaga tudo, além de vir cobras, sapos e a gente corre o risco de pegar várias doenças. Atrapalha até mesmo pegar o ônibus pra ir trabalhar e levar as crianças na escola", disse Maria Gonçalves, moradora do bairro Santa Rita há mais de cinco anos.
Um único dia de chuva já foi o suficiente para alagar a cidade, deixando pelo menos 13 pontos em situação crítica.
Não é fato que a cidade foi alagada por que teoricamente a quantidade de chuvas teria aumentado. Como se vê a cidade não está preparada para nenhuma quantidade de chuvas, justamente porque não possui nenhuma estrutura e saneamento para isso. Por menor que seja o nível de água, já é o suficiente para alagar dezenas de pontos da cidade, como ficou comprovado com as chuvas das últimas semanas, que nem sequer foram consideradas chuvas fortes, mas sim moderadas.
Os atingidos
Moradores da Rua Santa Catarina no bairro Santa Rita acordaram com o bairro completamente tomada pela água. Em alguns pontos a água chegou a bater no quadril de pedestres. Além disso, o canal do bairro transbordou invadindo ruas e casas. Centro, Beirol, Butirizal e Perpétuo Socorro foram alguns dos bairros atingidos pelas fortes chuvas.
Essa é a realidade de muita gente que mora próximo de canais e áreas baixas de Macapá. As avenidas 13 de Setembro e Pedro Lazarino, nas proximidades do canal do Beirol, foi um exemplo. Os moradores também contribuem para esse quadro dramático porque jogam lixo no canal. Por causa do assoreamento, o canal acaba transbordando e as casas que moram nas mediações vão todas para o fundo.
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