ARTIGO DO GATO

Quem prende e quem deveria ser preso

Quantas pessoas terão o desprendimento de ler este texto? Não dá para mensurar. O brasileiro não tem o hábito da leitura e o Estado não faz muita coisa para mudar essa realidade, infelizmente.

Mas vamos deixar esse assunto no plano secundário e entremos no que me motiva a escrever para os leitores do jornal e do blog. Talvez o tema pareça óbvio, mas é pela falta de percepção das obviedades da vida que a sociedade vai se garoteando cada vez mais. Ao ponto de não saber com exatidão quais são os seus direitos e suas obrigações.

Entra eleição e sai eleição e as retóricas educativas são sempre as mesmas. Não venda o voto. O voto é a arma da democracia. Só votando você pode fazer uma revolução sem sangue. Quem não gosta de política é governado por quem gosta e etc. Isso na verdade não tem sido eficaz para despertar na cabeça do cidadão que apesar de clichês tudo isso é a mais pura verdade.

Nesse bate papo gráfico seria importante interrogar? A culpa é do povo ou do sistema? Ora, se o Estado secundariza a educação, logo produz uma massa de analfabetos e de semianalfabetos, que não conseguem, mesmo com muito esforço, compreender verdadeiramente como funciona a engrenagem da administração pública (burocracia) e sua estrutura organizacional. Quem faz o quê?

Essa miopia intelectual só facilita para quem se beneficia com a ignorância política do povo. Os políticos. São eles que defendem esse modelo massificante e triturador de almas.

As leis no Brasil deveriam ser votadas pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado), mas quem legisla no país é o poder executivo que deveria executar, porém, usurpa a competência de um Congresso que na verdade não tem nenhum interesse que a tripartição de poderes funcione no Brasil. Vão levando um mandato casuisticamente e o povo... Ora, o povo das classes D e E se contenta com os programas de transferência de renda. Uma miséria, na realidade um cala a boca.

Então quando inicia-se uma conversa cuja prosa começa a tomar esse rumo, o "papo" fica chato e aquele que tem pressa porque a fome não tem o dom divino da paciência se apressa a encerrar o "papo" com um tremendo pedido: "Dotô o senhor tem um trocado aí, to desempregada e meus fios não tem nada pa cumê?".

Ninguém pode cometer ato que infrinja a legislação pátria alegando desconhecer a lei. FDP, o infrator não sabe, na maioria das vezes, sequer ler ou quando sabe soletrar, não sabe interpretar o que leu. Pergunta que não quer calar: De quem é a responsabilidade em função de o Estado não cumprir o artigo 6º da CF/88 que garante em seu inciso IV um salário mínimo unificado que permita ao cidadão e à sua família ter educação, saúde, habitação, lazer, cultura e esporte? O que prende (Estado) porque o ignorante que ele produziu não sabe que ele é quem está certo e o agente coautor (Estado) que prende é quem está em desacordo com a Constituição, portanto, totalmente errado. Isso é óbvio, mas quem quer saber do óbvio?