sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

avesso do avesso


Renivaldo Costa


•Jornalismo fofoca
Escuto a manchete do Jornal Nacional: "Estagiário de advogado diz que ativista afirmou que homem que acendeu rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo". Quem é a fonte dessa informação? Minha vizinha? Um cara lá que conhece não sei quem disse que o outro lá falou que isso era tudo verdade. Essa notícia é tão pouco jornalismo e tão mais fofoca que seria o caso da Patrícia Poeta deixar a bancada do jornal e entrar a Luciana Gimenez para anunciar a reportagem.

•Políticos violentos
Falando em manchetes, li no G1: "Políticos trocam xingamentos em debate sobre violência no DF". Políticos ficando violentos em debate sobre a violência não é nada, espera só até ver a putaria que vai rolar semana que vem no debate sobre casamento gay e legalização da maconha.

•Nomes ao governo...
Mas, afinal, quantos nomes temos, de fato, na disputa ao governo do Estado? Algumas candidaturas, creio, são puro balão de ensaio. Mas aposto em pelo menos cinco candidaturas: Waldez, Camilo, Lucas, Promotor Moisés e Genival Cruz. Quanto a candidatura psolista (que não creio se sustentar), uma fonte informa que o professor Chelala responde processo administrativo disciplinar na Unifap, onde é servidor. Segundo a fonte, Chelala é funcionário da universidade e foi nomeado para o cargo de secretário municipal sem ter antes a liberação da União. Por conta da graça, pode perder o emprego no órgão federal.

•Entre sem bater
Em tempos de governos repressores, lembrei da história que cerca a placa "entre sem bater", que ainda encontramos em muitas portas. Quando a violência da ditadura tornou-se intolerável, uma das poucas armas de resistência popular foi o humor. E disso entendia muito bem o jornalista Aparício Torelly, autonomeado com o pseudônimo de Barão de Itararé, vereador eleito e cassado em 1947 pelo Partido Comunista, para enfrentar tanto a polícia secreta do Estado Novo, como a democracia pós-45 que colocou seu partido na ilegalidade. Uma das suas máximas é que, cansado de apanhar ao ser preso, inventou a famosa frase "Entre sem bater", que acabou se tornando um corriqueiro lembrete de cortesia nas portas dos escritórios. O apelido Barão de Itararé, inventado por ele, foi criado para gozar a famosa batalha de Itararé, que nunca houve. Nesta cidade, os revoltosos constitucionalistas de São Paulo se concentraram para barrar as forças do Governo Provisório de Getúlio Vargas, as quais apenas passaram ao largo, ignorando completamente os valentes combatentes paulistas. 
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CAUSOS & LOROTAS DA POLÍTICA

 

Esta é a reconstituição de uma história que o Hélio Pennafort ouviu do vigiense Carlos Cordeiro Gomes numa manhã de domingo, no Bar do Abreu:
"Vocês sabem que na hora de falar, o nosso caboclo costuma trocar as letras. Tem por hábito, principalmente, pronunciar o U no lugar de O. Desse jeito, ele fala senhu no lugar de senhor. Cabuco e não caboclo. Estu, quando precisa dizer estou.
Foi por causa desse enrolamento de língua, que não significa analfabetismo, que saiu esta que pode ser chamada de piada eleitoral. Depois de ouvir atentamente uma explicação sobre coeficiente eleitoral, um caboclo gravou bem a palavra para não esquecer tão importante detalhe a acompanhar, na hora da apuração, a performance de seu candidato.
Dias depois, de volta ao seu povoado, num desses domingos modorrentos de beira de igarapé, o caboclo estava traçando uma garrafa de cana com vários amigos, quando chegou um cabo eleitoral de Macapá e passou a deitar falação enaltecendo as virtudes de determinado candidato. Depois de quase uma hora, ouvindo os adjetivos mais pomposos, o caboclo virou-se para o parceiro ao lado, abaixou a cabeça e cochichou: - Tudo isso é muito bão, muito bonito, mas o candidato que num tiver um cueficiente num ganha a eleição."
 


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