sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

CULTURA

Amapá: da ocupação à liberdade
Uma história da evolução escrita por um amapaense


Professor sente falta de material de pesquisa sobre o Amapá para ministrar aulas, e parte para a investigação da história amapaense. Estudo resulta na publicação de livros dissertativos que ele apresenta Brasil a fora.

Reinaldo Coelho


Fernando Rodrigues dos Santos, professor e historiador da evolução do povo amapaense, com quatro obras publicadas, há 33 anos contribui com a educação do Amapá. Ele é autor das obras "História do Amapá" (1986); "História do Amapá - da autonomia territorial ao fim do Janarismo" (1987); "Amapá no Século XV, Roas de Expedições de Reconhecimento" (2003) e "Historia da Conquista do Amapá" (2014), mais recente trabalho do artista.
A ausência de material para trabalhar em sala de aula foi a motivação que levou Fernando Rodrigues a lançar o seu primeiro livro de história do Amapá, em 1986.

Ele destaca que naquela época a única fonte de informação existente sobre a história amapaense eram os estudos do jornalista, professor e historiador Estácio Vidal Picanço, decano dos historiadores amapaenses. Sua obra, porém, era rara e poucos tinham acesso. "A partir dessas necessidades de falar da história do Amapá, falar de forma humanizada, com propriedade para meus alunos, mas sem ter as informações, parti para a pesquisa. E nessa busca fui conseguindo as informações e dados e montando as obras".

Fernando Rodrigues conta que não foi fácil coletar os dados. "A dificuldade foi total, porque aqui você tem muito pouco e o pouco que tem é difícil para você trabalhar. Para produzir um livro não tem aqui quase nada. Tive de viajar para o Pará, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, sem apoio nenhum. Foi esforço particular. Fomos atrás e  conseguimos".

Apoio estadual

Com uma das fontes de apoio da atual gestão estadual, a publicação de um Edital de Literatura, o historiador se entusiasmou, principalmente ao observar que o valor ajudaria na confecção de uma obra literária, segundo lembrou. "Mas não foi bem assim. Quem elaborou o edital esqueceu de colocar a dissertação, somente figuravam os contos, poesias e projetos e fomos excluídos. Se abrisse para historiador muitos colegas seriam beneficiados".

Conteúdo das obras

Com as obras o autor quer proporcionar ao estudante as informações sucintas e abalizadas sobre a história do Amapá, desde o período colonial até os dias atuais. "Todos os acontecimentos relevantes foram destacados, e como você comprovará, os analisamos com seus similares nacionais. Também é nossa meta que o conhecimento substancial da nossa história, em suas diversas fases, contribua de forma positiva na formação de seu senso crítico, levando-o a conclusões coerentes e acertadas sobre nossa realidade política, econômica e social".

Crítica 

Em propaganda que estava sendo veiculada pela Assembleia Legislativa em homenagem aos 256 anos de Macapá, afirmou-se categoricamente que a primeira denominação que teve esse núcleo urbano foi Adelantado de Nueva Andaluzia. Sobre a afirmativa, Fernando contesta: "Não é verdade. Nossa terra, como domínio da Espanha, a partir de 1545, passou a fazer parte da Província de Nueva Andaluzia. Adelantado era um título e que também Francisco de Orellana recebeu, mas pelo período de dez anos, para explorar essa região a começar pelo estuário do rio Amazonas, como já denominavam os espanhóis, o rio navegado por Vicente Pinzón em 1500. Esse é um dos temas que tratamos no livro História da Conquista do Amapá".

 

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