sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

EDITORIAL

 EDITORIAL

 O Estado dentro do Estado

 

Insegurança. Esta é a palavra que tomou conta do dia a dia do amapaense de forma agravada nos últimos quase quatro anos. Uma inversão de valores onde o cidadão vive acuado atrás de grades de ferro e o bandido solto ditando as ordens.
É como se vivêssemos em um Estado dentro de outro Estado, com suas próprias leis bizarras. Macapá experimenta a sensação de ser uma imensa favela horizontal onde estamos submetidos aos "comandos vermelhos e comandos da capital da vida". Fica clara esta suposição quando já não se pode mais pegar a família, esposa ou a namorada e querer lhes proporcionar momentos de lazer.
O medo de ser assaltado toma conta de seus sentidos ao ponto de que qualquer um que chegue mais próximo se transforme em um suspeito potencial. É a lei do medo, onde a incidência de tantos crimes nos torna medrosos e descrentes de nossas próprias leis, que deveriam ser as únicas.
Quem nos protegerá de tanta violência? Somos uma das cidades e um dos Estados mais violentos do mundo. Ganhamos disparados do Pará, São Paulo e pasmem, até do Rio de Janeiro. O que está acontecendo com aquela que um dia foi chamada de "a cidade jóia da Amazônia"? O progresso deformou sua geografia social? Aquela terra de antes ficou apenas na lembrança. A máquina do Estado parou no tempo, ignorou o grande monstro que se criava ao longo dos anos alimentado pelo inchaço populacional e pelas desigualdades. Desta forma, a Sociologia busca explicar o que vem ocorrendo. Qual o motivo de uma classe odiar tanto a outra e não conformar-se com o fato de que na perversa escala social, uns terão sempre mais e outros, menos. Mas, sob uma ótica bestial e perversa, procura-se igualar a tal diferença com uma arma de fogo ou outro instrumento qualquer de intimidação e como em um Estado com leis marginais, eles determinam quem vai perder o que e quando, algumas das vezes até a vida.

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