
SUPERAÇÃO
Lucas Vinicius, o patinador de uma perna só

Lucas Vinicius, de 16 anos, perdeu a perna esquerda em um atropelamento na BR-210, quando tinha 7 anos. O golpe não diminuiu a força de vontade do garoto, que afirma conviver com a deficiência sem qualquer problema. O jovem conta que estuda, vai a festas, namora e é admirado pelos amigos.
Mas o que mais chama a atenção em Vinicius é a desenvoltura do garoto com os patins. O hobby do jovem é normalmente praticado por quem possui as duas pernas, já que o esporte exige equilíbrio e controle. Vinicius, no entanto, arrasa nas pistas usando um patins e muletas.

Vinicius conta que no início da puberdade, quando deixava de ser criança, veio a superação psicológica e, por que não?, física. "Um dia eu olhei na frente de casa e vi uns meninos patinando, pensei: vou fazer o mesmo, eu consigo", reforça.
A mãe, protetora, não gostou da ideia e o desencorajou dizendo que a atividade era "perigosa". Mesmo assim ele não desistiu. Ganhou depois de muita insistência uns patins de um tio e começou a treinar no pátio de casa. Ele conta que certa vez decidiu sair e se juntar ao grupo. "Quando ele chegou eu fiquei muito surpresa. Eu pensei: ele vai mesmo querer acompanhar a gente?", lembra a amiga Deyzi Alves.
Manobras arriscadas
Para a surpresa de todos, Vinicius pegou o ritmo da turma mais rápido que o esperado. "Quando o Lucas começou a patinar tivemos que ter paciência, mas hoje muitas vezes é ele quem puxa a gente. Vamos para todos os lugares. Outro dia fomos patinando do Jardim I [bairro da Zona Norte] até o novo shopping [na Rodovia JK - Zona Sul]. Ele foi firme, temos muito orgulho dele", elogiou o patinador da mesma equipe, Deyverson Alves.
Com a turma inseparável
Três anos patinando, e o estudante carrega apenas duas marcas de quedas. "Quando comecei a dar saltos levei uma queda e ralei meu braço. Depois, tentando fazer graça, cai de novo, aí tenho essa cicatriz nas costas, mas é normal, hoje já tenho mais cuidado", garante o sorridente patinador.
O encontro de Marcela através da patinação
Por onde ele passa, as pessoas param para observar, muitas ficam impressionadas. A paixão pelo esporte o levou a uma outra paixão: Marcela Lima. "Eu já observava ele na escola. Quando decidi patinar a gente começou a se olhar, aí ficamos. Já estamos há 3 meses namorando, e minha família o admira muito", conta Marcela.
"Ele é uma pessoa normal, tem horas que eu não vejo limitação nenhuma nele", assegura Deyverson.
Medo justificado

O patinador quer competir, mas agora pensa em treinar. "Eu quero competir, mas preciso treinar mais. Os caras que patinam são muito bons e ainda não estou preparado para competir", admite.
Enquanto a profissionalização não vem, ele se diverte patinando com os amigos, dá uns beijos na namorada, ganha a admiração da família e das pessoas que não deixam de se impressionar com o exemplo de superação. (Com base na matéria de Seles Nafes)
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