sexta-feira, 28 de março de 2014

EDITORIAL

EDITORIAL
Estado terminal


Na medicina, uma das doenças mais temidas é o câncer. Sem cura, a partir do momento que avança, é letal matando o paciente em pouco tempo. No entanto, se descoberta a tempo, existe a esperança de cura, pela extração do tumor e eliminação das células comprometidas.
A situação que vivemos hoje no Estado lembra muito a de um paciente cancerígeno. Só que em estado terminal. A gestão de Camilo Capiberibe parece ter se dado conta de seus tumores e passou a tentar extraí-los. O problema é que o câncer está espalhado. As metástases já tomam conta de tudo e as infecções são generalizadas.
Primeiro foi com Olinda Consuelo, Secretária de Estado da Saúde, que ficou à frente da pasta por um longo período, apesar das graves falhas e trapalhadas. Algumas identificadas pelo Tribunal de Contas do Estado, onde medicações vendidas no mercado por R$ 48 chegaram a ser compradas por R$ 1.800. A informação chegou ao conhecimento do povo e acentuou ainda mais a rejeição do governo, apesar da propaganda enganosa de contra ataque. Nada adiantou, o jeito foi extrair. 
A situação se repete agora com Marcos Roberto Marques, o outrora homem forte da segurança pública. Até a quarta-feira da semana passada, ele vinha firme atravessando os vendavais de uma tempestade que não lhe poupara críticas. Ele, por sua vez, fazia que não ouvia e ia passando, mesma tática do governador, que insistia em mantê-lo à frente da Sejusp. Mas, existe um ponto em que para se livrar da dor de dente só mesmo extraindo. 
Marcos Roberto se julgou "imexível" e levou a rejeição de Camilo ainda mais longe com o processo licitatório do helicóptero que seria comprado para reativar o GTA do Amapá, único Grupo Tático Aéreo do mundo que anda a pé. Levou mais de três anos para isso e quando resolveu fazer, não conseguiu. Com uma licitação atrapalhada e duvidosa, o Ministério Público detectou várias falhas e evidência de fraude. Mandou bloquear os R$ 6 milhões para a compra da aeronave e pediu ao Banco Central que rastreasse onde estava o recurso. Nada foi encontrado.
Mas, diante de tanta pressão, num passe de mágica o dinheiro reapareceu, com direito a extrato bancário de depósito. Só que Roberto não perdeu a oportunidade de alfinetar o MPF dizendo que os promotores teriam que se explicar.  Mais desgaste para o já agonizante corpo cancerígeno da gestão de Camilo. Provavelmente esta tenha sido a gota d´água. Em sua página no face book, ele descreveu que estava deixando a Sejusp na segunda-feira (31) para concorrer ao cargo de deputado federal. 
É, alguma desculpa tinha que ser dada e logicamente sem ligação à trapalhada da licitação do helicóptero, feita no último dia do ano e homologada em tempo recorde para logo depois ser barrada. Com seu bisturi cego e mãos trêmulas, era o momento de fazer a cirurgia, que ao que tudo indica jamais salvará o paciente terminal que é a gestão de Camilo Capiberibe.   

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