Infância perdida
por negligência da Semast
Régis Sanches
regis.sanches@yahoo.com.br
A cena não é nova. Em março de 2013, meninas de 12, 13, 14 e 15 anos declararam em vários depoimentos que fazem ponto de prostituição em um trecho da Avenida Claudomiro de Moraes, no Novo Buritizal, em Macapá. As pré-adolescentes apenas confirmaram o que seus clientes estão cansados de saber: a partir de R$ 20,00 é possível fazer programa com meninas em motéis localizados nas imediações.
As matérias foram veiculadas pela Record News em reportagens de Luiz Carlos Azenha, que passou 45 dias em Macapá. A situação não mudou. Nessa semana, o conselheiro tutelar da Zona Sul, João Bosco Pimentel denunciou à Promotoria da Infância e Juventude que os pontos de prostituição infantil da Claudomiro de Moraes continuam a funcionar a pleno vapor.
CT - João Bosco Pimentel |
Pimentel havia sido entrevistado nas reportagens da Record News, em março do ano passado. Nessa semana, o conselheiro foi além. Ele disse que os seis Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) da Prefeitura de Macapá são inoperantes. Por causa da omissão dos CRAS's, além da prostituição das meninas, crianças ficam perambulando pelas ruas e nas feiras, vendendo balas e outros produtos, quando deveriam estar na escola.
O conselheiro tutelar acusou a Prefeitura de Macapá de negligência, uma vez que, segundo ele, há dinheiro depositado na conta do município. Pimentel afirmou que o dinheiro é destinado às políticas sociais de modo que as crianças frequentem os bancos escolares. Ele disse ainda que, assim como os CRAS estavam fechados o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) estava paralisado.
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Beira Rio é point de turismo sexual
ORLA DE MACAPÁ A NOITE |
A Avenida Clodomiro de Moraes não é o único ponto de prostituição infantil de Macapá. O Complexo da Beira Rio, em frente à cidade, é um conhecido point de turismo sexual, onde é possível contratar os favores sexuais de adolescentes.
Na semana passada, na mesa de um restaurante da Beira Rio, um turista carioca fazia a comparação. “É muito barato fazer sexo com adolescentes aqui em Macapá. Lá no Rio de Janeiro, não sai por menos de R$ 500,00. Aqui, basta pagar um hambúrguer e um refrigerante, que a menina já vai arriando as calcinhas”, comparou.
Outro conhecido núcleo de prostituição de Macapá, na Zona Sul, é a Orla do bairro Santa Inês. Conhecido por “Faixa de Gaza”, em função dos constantes confrontos entre gangues rivais de traficantes, o local é ponto de encontro de boêmios, que para lá se dirigem após os shows em casas noturnas e festas em boates.
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