sexta-feira, 4 de abril de 2014

editorial

EDITORIAL---------------------------------------------

Nosso elefantinho...

A definição elefante branco serve para destacar onde se joga dinheiro fora. Trata-se de obra faraônica erguida com o único propósito de tentar impressionar. Os críticos ferrenhos da Copa do Mundo, citam o campeonato mundial como exemplo. O Brasil, um País pobre, doente, analfabeto e desdentado, teria, para começar, que se preocupar com esta gama de problemas antes de pensar em seu hexa campeonato de futebol. Afinal, o que vai mudar na vida do brasileiro se ganharmos ou perdermos esta disputa? O País prepara sua casa para receber hóspedes ilustres. É como aquela pessoa que faz um jantar especial para a visita e compra também um vinho regular para depois de comer. Mas o Brasil foi além. Em suas principais capitais, construiu ou reformou estádios. Até em Manaus, aqui pelas bandas do "norte selvagem", foi erguido um desses elefantes, o Arena da Amazônia. E o que fazer com eles quando esse "carnaval" acabar? O volume de jogos é irrisório e já demonstrado, muito diferente dos milhões e bilhões gastos. Muito desse dinheiro, já desviado em falcatruas. Ora, estamos no Brasil, como poderia ser diferente. Aqui é o País do Futebol, do carnaval e do samba, mas também é o País da corrupção. Onde leis são feitas por poderosos para beneficiar outros poderosos. 
Neste contexto amazônico futebolístico, estamos nós, aqui no Amapá, e claro, temos também nosso elefantinho. O Glicério Marques, ali no meio do mundo, onde fizeram um puxadinho e passaram umas mãos de cal com corante. Não esqueçamos das cadeiras novas. Por conta disso, a propaganda dos R$ 28 milhões queimou alguns neuroniozinhos e produziu peças publicitárias veiculadas à exaustão nos veículos do jabá legal. Lógico, não disseram que na reinauguração, o povo ficaria na chuva e a cambada de bajuladores no bem bom. Afinal, o governador morre de medo de vaias e não gastou uma fortuna para ouvir aquele sonoro huuuuuu que lhe persegue nos eventos em que comparece. 

A situação curiosa, é que depois da reinauguração, o estádio foi lacrado de novo para espanto dos clubes e da Federação Amapaense de Futebol. O governador não repassou e nem irá repassar recursos para o tradicional Amapazão, impossibilitando o campeonato. Muitos dizem que é por birra. É que o presidente da FAF é nada mais nada menos que Roberto Góes, e claro, em se tratando de um Capiberibe, o ranço vem acima de qualquer outro comprometimento. Então o amapaense amante do futebol passa por ali e olha seu elefantinho fechado e inerte. Afinal foram R$ 12 milhões pagos com o dinheiro de quem passa por lá e não vai assistir campeonato.  Mas o que importa o futebol, o que importa o torcedor, que também é eleitor? O que importa?

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