quinta-feira, 17 de abril de 2014

Editorial

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Surrealismo socialista

Gabriel Garcia Marquez é o mestre do realismo mágico, também chamado de surrealismo fantástico. Escritor, jornalista, editor, ativista político colombiano, sua mistura de realidade e fantasia lhe rendeu o Nobel de Literatura, em 1982. O magistral Cem Anos de Solidão muito contribuiu para que o jovem 'Gabo' atingisse o apogeu como escritor. Mas nada do que ele escreveu se compara ao que o PT produziu na administração de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Vejam que o Partido dos Trabalhadores, ideologicamente, autodenomina-se socialista. E, como tal, ainda no governo de Lula da Silva, entregou de mão-beijada uma refinaria da Petrobras para a Bolívia de Evo Moralez. Empresa de capital misto, aliás, a Petrobras é a menina dos olhos de uma gestão temerária que podemos qualificar de 'surrealismo socialista'. Por uma simples razão: embora o PT abomine o imperialismo norte-americano, Dilma Rousseff, então à testa do Conselho de Administração da estatal, não hesitou em autorizar a compra da Refinaria de Pasadena, localizada no Texas, ao sul do Império Americano. E não é que a aquisição revelou-se um prejuízo retumbante?
Como explicar pela lógica cartesiana tal paradoxo? Talvez, a raiz dessa equação mirabolante, que mistura fantasia com uma realidade cada vez mais sórdida, esteja na lição de um velho mestre do finado comunismo. Para decapitar o regime czarista da velha Rússia, em 1917, Vladimir Ilich Ulianov, o famoso Lenin, valeu-se de um empréstimo contraído aos bancos suíços. Foi um calote retumbante, que em nenhum momento foi pago pela também extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Então, não é mera coincidência: se Lenin, o arauto do comunismo deu uma banana para os bancos suíços, por que o PT não pode fazer o mesmo com o patrimônio da Petrobras?
Enfim, foi a presidente da estatal, Maria das Graças Foster que assumiu perante o Senado que o negócio de Pasadena foi fechado com base em um relatório tecnicamente incompleto. O contrato foi sacramentado com as bênçãos de Dilma Rousseff, que viria a ser ungida candidata vitoriosa à sucessão do messiânico Lula da Silva.

Gabo que me desculpe. Mas, enquanto vive o seu canto de cisne, acometido de uma doença degenerativa, deveria pedir aos seus que lhe relatassem o que acontece no Brasil de Lula, Dilma & seus asseclas. Pelo andar da carruagem do surrealismo socialista do PT, não há mais dúvidas quanto à capacidade administrativa de Dilma. O que não se pode negar: ela é seria candidata ao Nobel, desde que concorra na categoria da ficção amalgamada à mais perversa realidade.

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