PIONEIRISMO
Esta semana estaremos apresentando um resumo da longa biografia de um dos pioneiros amapaenses no segmento da construção civil e do desporto amapaense ele é José Orlando Pereira Santana, nascido em Ambé, distrito de Macapá e filho de outro grande pioneiro amapaense, Adalto Queiroz Santana (falecido) que ajudou a implantação da Indústria e Comercio de Mineiro S/A (ICOMI) no Amapá, com suas atividades de Mestre de Obras, profissão seguida pelo filho, de uma prole de seis irmãos (4 homens e 2 mulheres) do casamento com dona Maria do Rosário Pereira Santana.
Lembranças da infância
Orlando Santana, relembra a infância desenvolvida sob a batuta de uma disciplina rígida, que na época era comum em todas as famílias que queriam dar aos filhos o melhor das formações de caráter e cidadania. "Lembro que tomávamos bênção até do vizinho mais velho e se você chegasse em casa com qualquer objeto que não fosse dado pelos pais, tinha de justificar e era confirmado, se não e "peia" comia. Gostava como todos garotos de peteca, jogar bola e empinar papagaio".
Quando chegou a adolescência Orlando relembra que havia o cuidado da hora de chegada, pois naquela época, existia o policiamento a cavalo da antiga Guarda Territorial. "Quando escutávamos o tropel dos cavalos, corríamos, pois não podíamos ficar nas ruas, após a oito horas da noite. Era da escola para casa".
Falando em estudos, ele fez seus cursos primários e secundários no Ginásio de Macapá, Escola Gabriel de Almeida Café. "Iniciei meus estudos da Escola Coaracy Nunes, no tempo em que a Igreja Nossa Senhora de Fátima era onde hoje funcional o Hospital de Emergência, em frente a escola. Depois das aulas íamos jogar futebol no campo atrás da Igreja, onde é a Delegacia do Ministério do Trabalho, convocados pelo Padre Salvador. Não cursei ensino superior, pois devido às funções junto ao meu pai, que abriu uma construtora".
Trabalhar desde novo
A vinda de Ambé para Macapá se motivou pela necessidade de trabalhar do seu pai. Orlando se lembra que foi quando começou a atuar como ajudante de seu Adalto. "Aos 16 anos de idade era servente de meu pai, como se dominava a função na época. Tinha múltiplas funções, pois meu pai era polivalente (pedreiro, carpinteiro, pintor). Ajudei em várias obras em Macapá e também nas obras executadas para o Exercito Brasileiro".
Orlando interrompeu os estudos, porém tinha na bagagem o aprendizado do Mestre de Obra Adalto Queiroz Santana, que lhe repassou sua sabedoria na arte de consanos de casado e seis filhos (quatro homens e duas mulheres), 18 netos e dois bisnetos".
Esporte
No campo esportivo, Orlando iniciou em um time de pelada chamado CENTRAL, "nos jogávamos nos fins de semana pelos interiores e ele era formado em sua maioria por amigos jogadores amador. Logo em seguida fui levado para o futebol federado no Trem Desportivo Clube, através do meu amigo e na época presidente Antonio Carlos Brito Lima e do saudoso Manoel do Carmo Xavier do Rosário, o Manoel Barbeiro. Ali fui diretor, vice-presidente. Depois fui para o Amapá Clube, Macapá Clube, Independente Esporte Clube e fui presidente o Ypiranga Esporte Clube, só não trabalhei no São José".
Orlando Santana ocupou as gestões dos maiores clubes do Amapá e assumiu a vice-presidência da Federação Amapaense de Futebol, na gestão do Gouveia em 1991, foi eleito presidente da FAF, membro do Conselho Consultivo da CBF. "Tenho Diploma de Honra ao Mérito outorgado pela CBF pelos relevantes serviços prestados ao futebol brasileiro. Ajudei a atualizar os Estatutos de todas as Ligas Esportivas. O Estatuto de Mazagão Atlético Clube foi feito por mim".
O desportista Orlando, não ocupou somente cargos no futebol amapaense, ele passou e fundou diversas outras federações tais como: Automobilismo; pertenceu ao Tribunal Desportivo de Basquetebol. "Hoje estou a 18 anos realizando programação esportiva na Televisão amapaense, passei pela Bandeirante, Tucuju e hoje estou na Rede Vida. Mais meu mitier e o radio, comecei na extinta Rádio Educadora de Macapá como controlista de som, são dessa época o Luiz Melo, Bittencourt, Itamar Trajano Torres, passei Jovem Pam e pela Transamérica e pelo jornalismo impresso".
O esporte hoje
Na opinião balizada de Orlando Santana, o esporte amapaense hoje deixa muito a desejar. "Se voltássemos no tempo e tivéssemos ali o futebol profissional naquele tempo, estaríamos em outras condições. É triste ver que no ranking da CBF, perdemos para Rondônia e Roraima e uma diferença mínima (25º Amapá -1 506; 26º Rondônia -1 284 e 27º Roraima - 1 135). Hoje importamos muitos jogadores, ao contrario da exportação que realizávamos para qualquer clube brasileiro. Os clubes paraenses vinham jogar aqui e geralmente perdiam, hoje vamos buscar "sucatas" nos clubes de Belém. Em 1991, quando aqui veio um vice-presidente da CBF e queríamos o futebol profissional. Naquele tempo eu já avisava os presidentes de Clubes, 'Essa mudança tem uma diferença muito grande, com o futebol profissional, terão que ter encargos a pagar e se ficar devendo a cobrança vem depois' e o que aconteceu muitos clubes perderam seus patrimônios por dividas previdenciárias e trabalhistas. Na minha época era pago luva para os jogadores, eu deu quatro casas para jogadores, um foi o Rodrigo "Chevrolet" que até hoje mantém essa residência. Era fogão geladeira, enfim, e o pagamento não atrasava. Hoje o futebol cresceu e temos futebol profissional com pires na mão, precisando de ajuda. O Amapazão de 2014 começou com oito clubes e vai reiniciar somente com quatro, infelizmente não é somente no futebol, temos atletas de outras modalidades nas esquinas de Macapá com faixas pedindo ajuda para competir, representando o Amapá, isso é lamentável".
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