As mudanças a que nos permitimos só acontecem após uma introspecção espontânea. O inconformismo nos remete a essa atitude, nada, além disso. É preciso que o cidadão se questione acerca de sua importância, e de que forma ele pode interagir com a sociedade para promover a mudança.
No programa de rádio ouvi um cidadão me dizer que lhe dói nos tímpanos a palavra novo, mudança, esperança. No dizer dele, essas palavras caíram no descrédito em virtude de as pessoas que as utilizaram não terem compreendido os seus verdadeiros significados. Para ele, a palavra a ser utilizada pelo político é ação, pois é disso que o Amapá precisa. De quem tenha capacidade de agir. Ação, movimento. Precisamos de pessoas comprometidas com o fazer e não de palavras de efeito suave e filosófico. Muita teoria e pouca ação.
Sinceramente, debato tanto sobre o Amapá: eu falo, grito, suplico e ralho, e espero que todo o meu esforço tenha algum sentido. O Amapá precisa agir. Não é possível convivermos com um estado avacalhado. Nada, absolutamente nada no Amapá funciona a contento.
A segurança pública vai mal, estamos perdendo terreno para a violência. Quando você abre o orçamento do Estado é fácil identificar qual a razão dessa derrota fragorosa. Não se investe em logística, treinamento de pessoal, tecnologia, enfim, a segurança pública é partidarizada, usada como moeda de troca. Se a saúde púbica no Brasil vai mal, no Amapá ela simplesmente inexiste. Há mais de 50 anos a estrutura é a mesma: um Hospital de Especialidades, um Hospital de Emergência, uma Maternidade e um Hospital Infantil. Faltam remédios e médicos. Para piorar, a Saúde é o setor onde a corrupção grassa livre, leve e solta.
Se a saúde, setor estratégico, como a segurança, são objetos de negociação política, nós perguntamos: e a educação? Essa, então é vilipendiada de forma acintosa. Faltam professores nas escolas, e os que estão na ativa, o governo desrespeita e faz questão de remunerar mal.
Saneamento básico, então, é uma ficção. Somos o estado com o menor índice de cobertura de esgoto do Brasil. Na cultura, entramos em retrocesso. Tivemos muita produção cultural independente, sem apoio do poder público e a supervalorização dos artistas nacionais. Isso inibe e desestimula o artista de casa que tenta a duras penas sobreviver de sua arte.
O esporte é outro fracasso retumbante. Não percebemos qualquer política articulada pelo Poder Público no sentido de promover atletas ou que incentive os atletas que estão nas academias ou nos clubes. Nossas vias públicas estão totalmente destruídas. O asfalto está quase com sua vida útil esgotada e os serviços de tapa buraco são um paliativo que não atende mais à necessidade da malha viária urbana. O transporte coletivo é deficitário e com uma frota sucateada. Nesse setor existe um "nó górdio" que ninguém desata. Não se faz licitação de jeito nenhum.
A corrupção e a esperteza no pior sentido do termo é o que impera nos legislativo do Amapá. É difícil encontrarmos um parlamentar com mandato no Amapá que faça a diferença no desenvolvimento de sua atividade legisferante. Temos deputado estadual que nunca usou a tribuna da casa para fazer um pronunciamento em favor do povo. Outros, de forma descarada se articulam sempre no sentido de que fazer política é fechar bons negócios, baba o ovo do governador de plantão. O Poder Legislativo do Amapá é uma extensão da sala de espera do gabinete do governador. Aqui as coisas não acontecem porque os três poderes viraram um só, o Executivo. O resto, com raras exceções, só diz amém, amém, amém.
Num governo descompromissado, biografias são moídas e as vítimas sequer reclamam. E o silêncio estranho denota duas coisas: ou o moído é conivente, ou ele é conivente. É o caso de um dos maiores compositores e cantores do Amapá: Zé Miguel. Ele enterrou sua carreira numa administração fracassada na SECULT, e até hoje não disse aos colegas artistas qual o motivo de sua gestão não ter dado ao setor cultural aquilo que todos esperavam: dinamismo e investimento.
Infelizmente, esta é a triste radiografia de um Estado que tem tudo para dar certo, mas não consegue sequer asfaltar uma BR, e isso já faz mais de 50 anos. Somos todos imbecis, idiotas, governados por um bando de ladrões? Que porra que tem nesse Amapá, que nós vivemos num inferno desgraçado sem nada de bom!!!!!!
A bancada federal do Amapá é um fracasso, nada de bom consegue trazer para o Estado. A maioria dos nossos parlamentares federais está respondendo processos por envolvimento em ilícito. Na próxima edição vou dar nome e o crime de que são acusados. Aguardem, quem viver verá.
Quem usar em seus Slogan as palavras: novo, mudança será derrotado. A palavra de ordem será cuidar. Cuidar de um povo sofrido, que acreditou nas promessas políticas de alguém sem consciência, e que desejo não esquecer isso no dia de votar. Os futuros gestores precisam CUIDAR do povo amapaense com carinho e dedicação.
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