Moto-taxistas
Exigem retiradas de clandestinos das
ruas e queimam boneco de Clécio
Régis Sanches
“Não temos como trabalhar com a concorrência desleal dos
clandestinos. Além de não recolher a taxa anual de gerenciamento e
licenciamento, como nós, eles possuem outros empregos”, denuncia Vadinho
Pedrosa, coordenador da Comissão de Negociação dos Moto-taxistas. Segundo ele,
“os piratas ficam de molho com a moto na garagem das suas casas, esperando o
momento oportuno para rodar e ganhar dinheiro”.
Na ponta do lápis, soma R$ 238.714,00 a arrecadação da CTMac
apenas com o recolhimento da taxa anual
de R$ 119,00 dos 2.006 moto-taxistas credenciados. A rigor, esse dinheiro
deveria ser revertido na fiscalização e apreensão das motocicletas pilotadas
pelos clandestinos. “Durante a gestão do prefeito João Henrique Picanço eram
apreendidas cerca de mil motocicletas de clandestinos por mês. Na administração
do prefeito Clécio eles recolhem apenas duzentas em trinta dias”, compara
Vadinho.
Vadinho acrescenta que desde a posse de Clécio Luiz, a diretora-presidente
da CTMac (Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá) Cristina Baddini, especializou-se
em enrolar a categoria. “Ela nos recebe, faz a reuniões, mas não toma nenhuma providência
efetiva para fiscalizar e retirar os clandestinos das ruas”, afirmou.
Vida útil
O líder da categoria também criticou a lei 1053/2000, que
reduziu de oito para seis anos o a vida útil de uma motocicleta. “Em média,
levamos cinco anos para pagar o financiamento das motos. Então, com essa
redução teremos apenas um ano para ter algum lucro com o nosso negócio, através
do qual sustentamos nossas famílias”, reclamou.
Cristina Baddini sustenta que seis anos é um prazo razoável
para que os passageiros tenham segurança necessária quando são conduzidos pelos
moto-taxistas. Vadinho rebate o argumento. “Nossas motos ficam danificadas por
causa das péssimas condições das ruas e avenidas da capital, que estão
esburacadas. Tapar buracos é responsabilidade do prefeito Clécio que, aliás,
teve o apoio da nossa categoria na última eleição”, resumiu.
Durante o protesto, o novo comandante da Guarda Municipal,
Charles Rui Seco, comprometeu-se a fazer um trabalho conjunto com os moto-taxistas.
“Temos trinta guardas e vamos trabalhar em conjunto. Precisamos do apoio da
categoria para identificar os pontos em que os clandestinos ficam
estacionados”, garantiu Seco.
Após reunião com Cristina Baddini, na quarta-feira, 23, os
moto-taxistas decidiram acatar o novo prazo para renovação da frota. “Vamos dar
um crédito de confiança, diante da garantia do comandante da Guarda Municipal
que, acreditamos ser nosso parceiro”, finalizou Vadinho.
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