sexta-feira, 25 de julho de 2014

Moto-taxistas




Moto-taxistas
Exigem retiradas de clandestinos das ruas e queimam boneco de Clécio


Régis Sanches                                                                 
Apoiado por moto-taxistas na eleição em que derrotou Roberto Góes, o prefeito de Macapá Clécio Luiz Vieira está a um passo de perder o aval da categoria. Num ritual de vodu, na terça-feira, 22, cerca de 200 dos 2.006 profissionais credenciados queimaram um boneco do prefeito e bloquearam o trecho da Avenida FAB em frente à prefeitura da capital. Sob o estrondo de rojões, eles pediram a apreensão das motocicletas de cerca de mil moto-taxistas piratas que circulam nas ruas da capital. Após reclamarem da redução de oito para seis anos para renovação da frota, na quarta-feira, a diretoria CTMac e o prefeito decidiram acatar a lei que regulariza a cessão do serviço de moto taxi em Macapá.

“Não temos como trabalhar com a concorrência desleal dos clandestinos. Além de não recolher a taxa anual de gerenciamento e licenciamento, como nós, eles possuem outros empregos”, denuncia Vadinho Pedrosa, coordenador da Comissão de Negociação dos Moto-taxistas. Segundo ele, “os piratas ficam de molho com a moto na garagem das suas casas, esperando o momento oportuno para rodar e ganhar dinheiro”.
Na ponta do lápis, soma R$ 238.714,00 a arrecadação da CTMac  apenas com o recolhimento da taxa anual de R$ 119,00 dos 2.006 moto-taxistas credenciados. A rigor, esse dinheiro deveria ser revertido na fiscalização e apreensão das motocicletas pilotadas pelos clandestinos. “Durante a gestão do prefeito João Henrique Picanço eram apreendidas cerca de mil motocicletas de clandestinos por mês. Na administração do prefeito Clécio eles recolhem apenas duzentas em trinta dias”, compara Vadinho.
Vadinho acrescenta que desde a posse de Clécio Luiz, a diretora-presidente da CTMac (Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá) Cristina Baddini, especializou-se em enrolar a categoria. “Ela nos recebe, faz a reuniões, mas não toma nenhuma providência efetiva para fiscalizar e retirar os clandestinos das ruas”, afirmou.
Vida útil
O líder da categoria também criticou a lei 1053/2000, que reduziu de oito para seis anos o a vida útil de uma motocicleta. “Em média, levamos cinco anos para pagar o financiamento das motos. Então, com essa redução teremos apenas um ano para ter algum lucro com o nosso negócio, através do qual sustentamos nossas famílias”, reclamou.
Cristina Baddini sustenta que seis anos é um prazo razoável para que os passageiros tenham segurança necessária quando são conduzidos pelos moto-taxistas. Vadinho rebate o argumento. “Nossas motos ficam danificadas por causa das péssimas condições das ruas e avenidas da capital, que estão esburacadas. Tapar buracos é responsabilidade do prefeito Clécio que, aliás, teve o apoio da nossa categoria na última eleição”, resumiu.
Durante o protesto, o novo comandante da Guarda Municipal, Charles Rui Seco, comprometeu-se a fazer um trabalho conjunto com os moto-taxistas. “Temos trinta guardas e vamos trabalhar em conjunto. Precisamos do apoio da categoria para identificar os pontos em que os clandestinos ficam estacionados”, garantiu Seco.
Após reunião com Cristina Baddini, na quarta-feira, 23, os moto-taxistas decidiram acatar o novo prazo para renovação da frota. “Vamos dar um crédito de confiança, diante da garantia do comandante da Guarda Municipal que, acreditamos ser nosso parceiro”, finalizou Vadinho.

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