Alerta
= Chikungunya
Febre
"prima" da dengue registra 16 casos no Brasil em 2014
Reinaldo Coelho
Após
causar epidemias na Ásia, África, Europa e Caribe, o vírus chikungunya tem
grande possibilidade de se espalhar pelo Brasil e por outros países das
Américas, segundo um estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur.
A
pesquisa, publicada no Journal of Virology, revela que em cidades populosas
como o Rio de Janeiro, onde há grande infestação de mosquitos Aedes aegypti, um
dos vetores da doença, o risco de disseminação é muito alto.
Porém,
duas portas se abriram para a entrada do vírus no Brasil: No Amapá e na Bahia. Os
dois primeiros episódios de transmissão autóctone, dentro do País, do
micro-organismo foram confirmados, há uma semana, pelo Ministério da Saúde, em
Brasília. São dois casos no Oiapoque, Amapá, e 14 em Feira de Santana, Bahia, outros
notificações da patologia ainda estão sob apuração.
De
acordo com uma nota emitida pelo Ministério da Saúde existem ainda 37 casos
“importados” este ano, em que as pessoas foram infectadas em outro país. Equipes
do ministério já se encontram nos dois estados e estão trabalhando em conjunto
com as secretarias estaduais de Saúde do Amapá e da Bahia.
Além
de intensificar ações de prevenção e vigilância da doença, as equipes dão
orientação para a busca ativa de casos suspeitos e a implementação de ações
para reduzir, com maior rapidez, a população dos mosquitos transmissores,
declarou a nota do ministério.
A
febre chikungunya é transmitida pelos mesmos mosquitos que funcionam como
vetores da dengue. Seus sintomas também se assemelham à dengue, mas a
chikungunya tende provocar casos menos graves que a “prima”. Na semana passada,
o ministério afirmou que o período de maior transmissão dessa doença também
coincide com o pico da dengue: de janeiro a maio. E que o cuidado para evitar a
multiplicação da enfermidade é o mesmo: o combate ao vetor.
O
receio do Governo é que profissionais de saúde confundam casos de dengue com os
de chikungunya e, assim, deem menos atenção à dengue, que pode provocar casos
mais graves. Antes de 2014, o Brasil só havia registrado três casos
“importados” de chikungunya; todos em 2010.
Amapá realiza ações de combate
Segundo
a chefe da Divisão de Epidemiologia da CVS, Iracilda Costa da Silva Pinto, o
que há registrado, atualmente, na cidade são 129 casos suspeitos da doença.
Outros 27 casos estão sendo analisados e processados no sistema de dados da
Coordenadoria.
Até
agora, foram confirmados no Amapá somente quatro casos da doença, dois
importados e outros dois tendo como origem de contaminação o município de
Oiapoque. Dentre as ações que serão intensificadas estão a busca ativa de novos
casos suspeitos, com alerta nas unidades de saúde e comunidade; a remoção e
tratamento químico de criadouros do mosquito Aedes aegypti e a aplicação de
inseticida (fumacê) para reduzir a densidade dos vetores. Os profissionais de
saúde já receberam orientações para o manejo adequado dos pacientes.
É no vizinho que está o perigo
O
epidemiologista da CVS, Patrício Almeida, encontra-se em Oiapoque e informou
que cidades localizadas na Guiana Francesa, em Martinica e em Guadalupe apresentam
casos elevados da doença, o que é preocupante. "Na Guiana Francesa já
foram registrados mais de 3 mil casos do chikungunya e Martinica e Guadalupe
somam mais de 16 mil casos da doença. Isso é fator preponderante, pois deixa o
município de Oiapoque vulnerável a uma possível epidemia", alertou.
O
secretário municipal de Oiapoque, Oscar Moraes, disse que solicitou na manhã
desta quinta-feira, 25, ao prefeito da cidade o pedido que decreta estado de
emergência no município. Segundo ele, a medida irá ajudar no combate ao vetor
da doença, o mesmo transmissor da dengue. "Estamos encontrando
dificuldades em combater os criadouros do mosquito. Essa medida, além de ajudar
na aquisição de subsídios que ajudarão no combate à doença, irá nos
proporcionar condições de atender os pacientes contaminados pelo
mosquito", enfatizou.
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