sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Alerta = Chikungunya



Alerta =  Chikungunya
Febre "prima" da dengue registra 16 casos no Brasil em 2014


Reinaldo Coelho


Após causar epidemias na Ásia, África, Europa e Caribe, o vírus chikungunya tem grande possibilidade de se espalhar pelo Brasil e por outros países das Américas, segundo um estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur.
A pesquisa, publicada no Journal of Virology, revela que em cidades populosas como o Rio de Janeiro, onde há grande infestação de mosquitos Aedes aegypti, um dos vetores da doença, o risco de disseminação é muito alto.







Porém, duas portas se abriram para a entrada do vírus no Brasil: No Amapá e na Bahia. Os dois primeiros episódios de transmissão autóctone, dentro do País, do micro-organismo foram confirmados, há uma semana, pelo Ministério da Saúde, em Brasília. São dois casos no Oiapoque, Amapá, e 14 em Feira de Santana, Bahia, outros notificações da patologia ainda estão sob apuração. 

De acordo com uma nota emitida pelo Ministério da Saúde existem ainda 37 casos “importados” este ano, em que as pessoas foram infectadas em outro país. Equipes do ministério já se encontram nos dois estados e estão trabalhando em conjunto com as secretarias estaduais de Saúde do Amapá e da Bahia. 

Além de intensificar ações de prevenção e vigilância da doença, as equipes dão orientação para a busca ativa de casos suspeitos e a implementação de ações para reduzir, com maior rapidez, a população dos mosquitos transmissores, declarou a nota do ministério.
A febre chikungunya é transmitida pelos mesmos mosquitos que funcionam como vetores da dengue. Seus sintomas também se assemelham à dengue, mas a chikungunya tende provocar casos menos graves que a “prima”. Na semana passada, o ministério afirmou que o período de maior transmissão dessa doença também coincide com o pico da dengue: de janeiro a maio. E que o cuidado para evitar a multiplicação da enfermidade é o mesmo: o combate ao vetor.
O receio do Governo é que profissionais de saúde confundam casos de dengue com os de chikungunya e, assim, deem menos atenção à dengue, que pode provocar casos mais graves. Antes de 2014, o Brasil só havia registrado três casos “importados” de chikungunya; todos em 2010.


Amapá realiza ações de combate

Segundo a chefe da Divisão de Epidemiologia da CVS, Iracilda Costa da Silva Pinto, o que há registrado, atualmente, na cidade são 129 casos suspeitos da doença. Outros 27 casos estão sendo analisados e processados no sistema de dados da Coordenadoria.
Até agora, foram confirmados no Amapá somente quatro casos da doença, dois importados e outros dois tendo como origem de contaminação o município de Oiapoque. Dentre as ações que serão intensificadas estão a busca ativa de novos casos suspeitos, com alerta nas unidades de saúde e comunidade; a remoção e tratamento químico de criadouros do mosquito Aedes aegypti e a aplicação de inseticida (fumacê) para reduzir a densidade dos vetores. Os profissionais de saúde já receberam orientações para o manejo adequado dos pacientes.

É no vizinho que está o perigo


O epidemiologista da CVS, Patrício Almeida, encontra-se em Oiapoque e informou que cidades localizadas na Guiana Francesa, em Martinica e em Guadalupe apresentam casos elevados da doença, o que é preocupante. "Na Guiana Francesa já foram registrados mais de 3 mil casos do chikungunya e Martinica e Guadalupe somam mais de 16 mil casos da doença. Isso é fator preponderante, pois deixa o município de Oiapoque vulnerável a uma possível epidemia", alertou.

O secretário municipal de Oiapoque, Oscar Moraes, disse que solicitou na manhã desta quinta-feira, 25, ao prefeito da cidade o pedido que decreta estado de emergência no município. Segundo ele, a medida irá ajudar no combate ao vetor da doença, o mesmo transmissor da dengue. "Estamos encontrando dificuldades em combater os criadouros do mosquito. Essa medida, além de ajudar na aquisição de subsídios que ajudarão no combate à doença, irá nos proporcionar condições de atender os pacientes contaminados pelo mosquito", enfatizou.

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