O Estado faliu
Não apregôo a teoria do caos
ou da terra arrasado, mas, estamos vivendo um estado falimentar nas estruturas
institucionais do Estado. Óbvio que o governo nega este caos e até se esforce para
mostrar um estado utópico a partir da estratégia da publicidade. Mas a
virtualidade e os fatos compõem uma mistura heterogênea, onde o solvente
(estado) não consegue absorver o soluto (políticas públicas). Não se misturam é
perceptível essa dicotomia e, a população tem percebido, pois é cristalina essa
divisão. E isso está demonstrado através das manifestações tabuladas nas
pesquisas realizadas pelo IBOPE.
Camilo Capiberibe no processo
eleitoral apresenta apenas 15% pontos percentuais da intenção de votos,
enquanto o seu antecessor, W 12, apresenta mais que o dobro, 37%. Mas, onde
fica mais evidente a rejeição da gestão de Camilo é quando a pergunta do Instituto
se refere a confiança no governador. O resultado é assustador, 76% do
eleitorado não confiam no chefe do executivo E,71 %, rejeita sua administração.
Mas o sucateamento da saúde
pública, com falta de leitos, remédios, máquinas quebradas etc., aliado a um
estado em completa insegurança dão a resposta para a forma como esse governo é
avaliado.
O que fermenta a revolta do
cidadão amapaense e o cinismo e a hipocrisia do governo. Nas propagandas
oficiais isso tudo é negado. O cidadão que acaba de ser assaltado ou ter um
familiar ou amigo assassinado não se conforma ao ver e ouvir na propaganda
oficial que o estado investiu em segurança pública e que o Amapá vive um
momento único nesse setor. Pois enquanto o governo tenta reverberar uma
segurança aparelhada e pronta para combater os meliantes, a Adepol- Associação
dos Delegados de Polícia solta nota revelando a situação caótica da polícia
judiciária. Reclamam do tratamento dispensado aos policiais, das péssimas
condições de trabalho e de falta de material de expediente para fazer face às
sãs responsabilidades.
Num outro giro o governo
tenta mostrar na virtualidade da propaganda que nunca se investiu tanto em
saúde através da construção de hospitais, aumento de leitos, aquisição de
medicamentos e etc. E o cidadão que busca atendimento nos Nosocômios do Estado
se deparam como um PAI-Pronto Atendimento Infantil totalmente desestruturado,
com mãe e filhos jogados pelo chão e outras sentadas em cadeiras por falta de
macas. No Hospital de Emergência a situação não é diferente. Nos hospitais
faltam remédios elementares, básico, como é o caso da Dipirona na Maternidade
Mãe Luzia.
No setor habitacional em que o governo
sustenta uma pseda eficiência da gestão, valendo-se do conjunto Macapaba, do
governo federal, a infiltração de pessoas fora do perfil do programa recebendo
casas no conjunto acabou também atraindo desconfiança e descontentamento junto
às camadas pobres da população. A SIMIS - Secretaria de Inclusão e Mobilização
Social, comandada pela esposa do governador, Cláudia Camargo Capiberibe é
acusada de ter favorecido pessoas que estão fora dos padrões exigidos pelo
programa com a concessão de apartamentos. A secretária se defende afirmando que
a triagem dos beneficiários foi feita pela Caixa Econômica Federal e a Caixa diz que
a triagem foi feita pelo estado. Caiu em desgraça algo que poderia ser positivo
para o governo.
A economia se ressente de uma
política de arrocho fiscal, destaca-se nesse corolário de medidas equivocadas
foi a ampliação da base da substituição tributária, que é a cobrança antecipada
do ICMS. Isso provocou a quebradeira de milhares de micro e pequenas empresas.
A consequência o aumento do desemprego, que chega a patamares estratosféricos
no Amapá.
Só no primeiro semestre de
2014 o Caged-Cadastro Geral de Empregados registrou oficialmente a perca de
dois mil postos de trabalho com carteira assinada.
O Amapá é o retrato da cidade
de Macapá, onde governo e prefeitura se juntaram numa parceria dos desesperados
e com a clara intenção de mostrar que a mistura entre eles é homogênea, poderia
ser, mas é heterogênea.
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