Atleta
de Ponta
Guilherme da Luz – Judoca
REINALDO COELHO
Todo
jovem tem um ídolo que se espelha e através dele opta por uma carreira
profissional sonhando em conseguir alcançar as mesmas vitórias que ele
conseguiu. A maioria escolhe o esporte, e o futebol é o preferido, todos querem
ser Neymar, Messi ou Cristiano Ronaldo.
Contudo,
temos outras modalidades que podem não ser uma brilhante constelação, mas
produz grandes nomes no cenário nacional, como na natação que temos o Cielo, no
basquete Oscar Schimidt o maior atleta brasileiro de todos os tempos, ao seu
lado Giba, Dayane dos Santos, Diego Hypólito, Ayrton Senna, Ricardo Prado, e
outros que honram as cores do nosso país em competições internacionais. No judô
temos Tiago Camilo, Rafael Silva, Mayra Aguiar, entre outros.
O Judô
é uma das mais tradicionais e antigas artes marciais. Foi fundado em 1882 por
Jigoro Kano e hoje o Judô do Brasil é um dos que mais conquistou
medalhas olímpicas para o país: com aproximadamente dois milhões de praticantes,
foram doze medalhas em Jogos Olímpicos de Verão no total, sendo duas de ouro,
três de prata e sete de bronze.
O Amapá
também tem no judô o seu maior conquistador de medalhas e em Santana está o
celeiro de judocas amapaenses. Entretanto, nesta semana encontramos o nosso
atleta de ponta, Guilherme da Luz que, conquistou bronze no Campeonato
Brasileiro Sub-15, sediado em Macapá, além de conseguir a vaga dos Jogos
Escolares da Juventude, que receberá jovens atletas de 12 a 14 anos de escolas
públicas e privadas em Londrina no período de 04 a 13 de Setembro para a
disputa de 13 modalidades, entre elas o judô.
Trajetória
Com
apenas um ano praticando judô, o amapaense Guilherme da Luz de 14 anos já tem um
currículo extenso para a idade, com cinco medalhas de ouro e uma de bronze em
seis competições disputadas. Em 2014 foi o vencedor da etapa dos Jogos
Escolares e ficou com o bronze no Campeonato Brasileiro Sub-15 que aconteceu em
Macapá.
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Agora,
o judoca se prepara para a etapa nacional dos Jogos Escolares no dia 3 de Setembro
em Brasília (DF). É mais um passo para o atleta que sonha um dia viver do
esporte e ajudar financeiramente a família.
O jovem
judoca mora com a mãe, Eliete Monteiro de 46 anos no bairro Congós, Zona Sul de
Macapá. Segundo Guilherme, a principal dificuldade é conciliar os treinos na
academia com os estudos na escola Coelho Neto no bairro vizinho (Buritizal),
onde cursa a 8ª série do ensino fundamental.
“Quando
estou em período de competições não gosto de perder nenhum treino, mas às vezes
fico cansado para ir à escola e acabo perdendo aulas. Estou tentado adequar os
meus horários”.
A
última competição de Guilherme foi o Campeonato Brasileiro Sub-15 de Judô
realizado no início de Agosto em Macapá. No torneio, Guilherme ficou entre os
três amapaenses que conquistaram medalhas de bronze, mesmo assim, a falta de
material quase fez com que o judoca deixasse de participar do evento nacional.
“A
competição exigia que eu tivesse dois quimonos, só que não tenho condições de
comprar. Uma semana antes do evento, meu sensei Pedrão Gomez e familiares se
juntaram para me dar as roupas e a chance de continuar competindo”, relatou
Guilherme.
Fã número 1
A mãe,
principal incentivadora do judoca, se diz fã número um do filho. Ela conta
sobre o esforço do amapaense em cada competição mesmo sem patrocínio e sente-se
emocionada e orgulhosa pelos feitos do filho.
“Ele
entende que não temos muitas condições para comprar os materiais necessários
para o judô, mas mesmo assim continua treinando e competindo, fico muito
orgulhosa em ver a força de vontade que ele tem”, disse Eliete Monteiro.
Antes
de entrar para o mundo do judô, Guilherme praticou caratê por um ano, porém em
2013 se encantou com o judô.
“Eu
gostava do caratê, mas sabia que estava faltava alguma coisa. Conheci o esporte
por curiosidade, quando passei na frente de uma academia que fica perto de casa
acabei me interessando. Tenho o sonho de ajudar minha mãe financeiramente
através do judô”, disse Guilherme.
Ídolos
O
atleta amapaense se diz admirador dos judocas da seleção brasileira, Tiago
Camilo e Rafael Silva, cujo reconhecimento motiva Guilherme a sonhar em um dia
ser campeão internacional e ajudar a família.
“Acompanho
muito o judô brasileiro em qualquer competição que participa, sempre tem algum
atleta que traz para casa uma medalha. Isso me inspira a querer conquistar o
que eles estão conquistando, além de ajudar a minha família, que é a minha
verdadeira medalha de ouro”, finalizou.
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