quinta-feira, 18 de setembro de 2014

DE TUDO UM POUCO



JURACY FREITAS


O VOTO DA CIDADANIA.


            Faltam 19 dias ( hoje são 16 de setembro ) para a grande festa da Democracia brasileira. Dia 5 de outubro será o dia da consagração do direito de eleger o(a) Presidente da República e por
Estado federado :  um Senador(a); 14 Deputados(as)(Câmara); 24 Deputados(as)(Assembléias Legislativas ); o(a) Governador. São as chamadas Eleições Gerais. Mas, o que representa para o Povo brasileiro esse evento que se renova de quatro em quatro anos? Que significado histórico, cívico ou nacionalista nos arremessa a tantas expectativas em acreditar que esse processo é tão importante à Democracia ou ao Estado Democrático de Direito?
            Busco respostas através da Sociologia, que diretamente está vinculada ao processo de eleger-se pessoas que mereçam confiança para representar a cada um de nós no exercício das funções as quais propuseram-se  concorrer com outras pessoas de iguais pretensões. O processo de escolha não deve ser vulgarizado pelo parentesco entre o eleitor e o candidato; ou do candidato influente, poderoso politicamente ou de grande influência na sociedade; nem do candidato abastado financeira ou economicamente detentor de bens materiais; nem tampouco do candidato que reverbera promessas inimagináveis, intangíveis, irrealizáveis ou impossíveis ( se é que existe o impossível ).
            Nossa escolha deve pautar-se em avaliar o candidato pelo que ele representa como pessoa detentora de conhecimento empírico, intelectual, científico ou, simplesmente, cultural, e que esteja perfeitamente sincronizado com a natureza da função pretendida, isto é, deve conhece-la mesmo que de forma geral, a fim de ordenar seu planejamento legislativo ou executivo centrados na re4alidade e necessidades da Sociedade. Devemos lembrar aos nossos candidatos que, se eleito, deverá dirigir seu mandato à realização de pleitos que beneficiem a Sociedade e não seu partido político ou coligação. grupo ou facção ideológica partidária. O eleito, por definição sociológica perde sua individualidade do seu EU para impregnar-se do NOSSO dever cívico de representação pública.
            O voto, querido Eleitor, é uno e indivisível; secreto e pessoal; livre e desonerado de qualquer vínculo consangüíneo, político, de amizade ou preferência. É esse gesto cívico e patriótico que ajudará a mudar o destino de uma Nação, cujas conseqüências maléficas afetará a TODOS  e não só àquele que não emprestou dignidade ao seu voto.
            A Declaração Universal dos Direitos Humanos, traz em seu bojo o Princípio do Respeito à Dignidade do Ser Humano, encravado no seu Artigo I, que é de uma beleza que deve permear todo relacionamento humano, fundado na fraternidade entre as pessoas : “ Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas as outras com espírito de fraternidade “.
            É com esse espírito de liberdade que devemos expressar nossa vontade nesse processo de escolha ou de preferência entre candidatos. Não devemos aceitar qualquer tipo de pressão, opressão, direcionamento, vinculação empregatícia, subordinação hierárquica ou de assédio nas suas mais variadas formas vis e  depreciadoras da personalidade das pessoas.
            É de bom saber conhecer a estória do bago (semente ) de milho. Diz a lenda que – “ uma semente de milho que, plantada e não cuidada, simplesmente morre. Mas a que é plantada em solo fértil, devidamente cuidada com regradas  d’água,  morre ou apodrece para germinar, transformando-se numa viçosa planta com várias espigas e cada uma com milhares de frutos ( novas sementes ) que voltarão a germinar para alimentar os seres vivos “.   Essa é a lição da Mãe Natureza. Assim também é o processo eleitoral. A cada quatro anos plantamos novas sementes ou cuidamos melhor das que continuam produzindo, até que se conclua seu ciclo de fertilidade.
            Nunca desista desse direito inalienável e universal de ir às urnas e votar. Mas votar com consciência, emprestando dignidade ao seu voto, caracterizando-o, se possível, numa nau de esperanças de que seus sonhos, tornaram-se esperanças e estas em realidade para o bem comum da sociedade. O voto individualizado representa uma comunhão com outros tantos, como se fora uma teia de aranha, unida por tantos lados quantos forem os eleitores.
            Ainda, como fator indutor dessa esperança, trago para deleite de todos nós a assertiva do  Eminente Jurista Luiz Fernando Zakarewicz, inscrita no prólogo da obra Notáveis do Direito Penal – “ A vida é o bem mais precioso do universo, mas despida de liberdade não tem qualquer significado nem dignidade. A liberdade, porém, não se confunde com licenciosidade nem com o abuso “.
Para reflexão semanal : “ Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver intensamente como animais “ ( Saramago, 2002, p. 119 ).

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