Os indicadores no processo de construção de políticas
públicas
Autor: José Alberto Tostes
Sempre que se fala em indicadores vem
logo na mente à imagem do IBGE sobre os dados formais relativos aos dados
gerais sobre as condições básicas de população, renda per capita e outros dados
econômicos, porém o que muita gente esquece é que os indicadores permitem
acompanhar, analisar, avaliar e mensurar situações de caráter diverso de um
contexto local, regional ou nacional.
Não é comum para os dirigentes de
instituições públicas, representantes políticos ou entidades apresentarem
indicadores para demonstrarem a situação concreta em relação a administração
pública, quase sempre, os gestores relatam dados quantitativos, tantas escolas,
salas de aulas, tantos quilômetros de pavimentação, e vai por aí. O que pouca
gente conhece, é que os indicadores não se restringem aos devaneios da
academia, tão pouco, os resultados são apenas para servir de reflexões
momentâneas para defesas de mestrado ou doutorado.
Neste tempo
contemporâneo, trabalhar os indicadores torna-se fundamental, por conta de
mensurar os níveis de evolução do trabalho em comunidade. O próprio governo
federal através de diversos orgãos tem trabalhado nas duas últimas décadas com
um conjunto de indicadores assim descriminados: infraestrutura urbana; produção
de moradias; saneamento básico;
gestão urbana; municipalização do turismo; sistema de resíduos sólidos; melhorias sanitárias e domiciliares; serviços de drenagem para controle de
malária; sistema de
abastecimento de água; sistema
de esgotamento sanitário; urbanização;
educação (encargos municipais);
saúde (encargos municipais); assistência social; meio ambiente; energia; transporte; desenvolvimento
urbano e social; turismo; preservação
ambiental; educação ambiental;
infraestrutura educacional básica;
infraestrutura desportiva; programa nacional de agricultura familiar –
Pronaf; Fundo Nacional de Assistência
social.
Os conjuntos destes indicadores mostram que
é de fundamental importância perceber o valor deste contexto para obtenção de
recursos públicos. O desconhecimento ou desconsideração do uso dos indicadores
coloca as cidades e os municípios em situação muito desfavorável em relação à
melhoria da qualidade de vida urbana. Tem sido cada vez mais recorrente a
evolução metodológica dos critérios para o cálculo de indicadores para vislumbrar
a perspectiva de desenvolvimento, há muito tempo que este assunto deixou de ser
matéria somente de estatísticos, matemáticos e economistas.
Os indicadores citados no texto servem como
parâmetro para mensurar as condições mais pertinentes em relação à construção
de políticas públicas sérias, responsáveis e continuadas. Os problemas urbanos
vão se tornando crônicos, porque os gestores não conseguem visualizar o volume
de recursos utilizados em coisas paliativas como a forma precária de
pavimentação urbana de segunda categoria, considerado na atualidade um dos
maiores problemas das cidades. Na prática, adotou-se como parâmetro a
materialidade do uso de pavimentos caros na fabricação e na manutenção, caso do
asfalto.
A ausência de controle para aferir a melhor
condição de uso para uma cidade acaba contribuindo para aumentar os gastos
públicos. A utilização dos indicadores possibilita contribuir para melhorar o
desempenho dos recursos humanos e os serviços tecnológicos, fato importante, se
considerarmos que a sociedade de hoje, não sobrevive mais sem o uso de
dispositivos eletroeletrônicos. Portanto, é cada vez mais recorrente a
necessidade do uso de indicadores para melhor estruturar o trabalho de
construção de políticas públicas. Deve-se ressaltar, apesar do amplo processo
de divulgação de indicadores e os estudos colocados à disposição dos gestores,
não tem sido suficiente para contribuir para a melhoria dos índices de
qualidade de vida nas cidades brasileiras. Um dos principais motivos é a forma
como vem sendo construído no Brasil o encontro das políticas federais,
estaduais e municipais.
Os indicadores contribuem para o
estabelecimento de metas reais em qualquer plano, de curto ou longo prazo, mas para
isso, é preciso ir além da publicação dos resultados, torna-se necessário
utilizar melhor os resultados em diversos setores do desenvolvimento social e
urbano. Os estudos evidenciam quais as melhores estratégias a serem adotadas,
todavia o que conspira no caso brasileiro, é a forma como modelo federativo é
clientelista, coloca por baixo, o trabalho de diversas instituições importantes
no Brasil.
Neste período, onde vários cidadãos
se apresentam para representar a sociedade, é imprescindível que estes
candidatos conheçam os indicadores, contribui para pensar proximamente da realidade propostas concretas
que não comprometam os recursos disponíveis, que possam ser utilizados de forma
ordeira e coerente. O que se vê de muitas propostas neste processo eleitoral, é
o total desconhecimento da função pleiteada, algo preocupante, tal condição,
apenas explica que os motivos pela procura por cargos eletivos, está
diretamente relacionada aos benefícios gerados, do que propriamente sobre as
intenções do sujeito, que se eleito possa produzir algo em favor da sociedade.
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