sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Segurança Pública



Segurança Pública
Crime organizado está dominando no Amapá
Menores são recrutados para o crime
Menor na pratica do crime






Reinaldo Coelho

Os aumentos agressivos de assaltos e assassinatos, tanto na zona urbana quanto no interior do Estado, estão mostrando visivelmente que o crime organizado veio para ficar, infelizmente em nosso Estado, em especial para Macapá e região circunvizinha. 

Esta será a nossa realidade? A expansão silenciosa do crime vem se acelerando e as autoridades da segurança pública não vêm conseguindo reagir à altura da situação, para não chegarmos a um Ponto  difícil de escolher como os Estados do Sul e Sudeste.
O aperto que os governadores dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo estão armando contra a violência no Sudeste está produzindo uma migração em massa de bandidos de lá para estados interioranos principalmente do  Norte/Nordeste. 

Os bandidos do Sudeste são doutores quando comparados com os nossos ladrões pés-de-chinelo. Mas eles vêm, porque sabem da fronteira amapaense com a Guiana Francesa. E sabem da facilidade de fazer dinheiro e cocaína com carros roubados e com sequestros. A possibilidade de cometerem grandes assaltos e a facilidade de atravessarem a fronteira é iminente.

A organização é tanta que os membros das quadrilhas possuem equipamentos e logística que competem com os do serviço publico. Eles são equipados com colete a prova de bala, rádios de comunicação, armas e carros, além de motos para a logística de fuga.



Crescimento é rápido 

O aumento da violência é generalizado. No Amapá as novas metodologias já estão sendo absorvidas pelos meliantes. Dos 16 municípios todos sofrem com a criminalidade. Este ano já aconteceram 93 assaltos de médio porte no Estado, os pequenos furtos não são computados, pois não são denunciados e nem registrados. Há municípios em que o percentual de roubos cresceu 150%. Até as menores cidades com pouco mais de 5 mil habitantes, enfrentam situações de perigo que antes só eram comuns nos municípios maiores.

Macapá cresceu e com ela os crimes

Hoje da pacata cidade ribeirinha, temos uma pujante capital amazônica e com ela os marginais atuam contra os cidadãos de bem e trabalhadores. Na criminalidade os números só fazem crescer: Assaltos em residências, em ônibus urbanos e intermunicipais, caixas eletrônicos, agências bancárias, assassinatos, trafico de drogas.



Assaltos a residências 
 
Assalto a residência com refém

O aumento no número de roubos a residências é fruto do crescimento da criminalidade e ainda não foi identificado como  eles atuam, se em grupo ou se são grupos isolados.

 Em 2011, a polícia desarticulou uma quadrilha que praticava assaltos a imóveis, fazendo as vítimas como reféns. A Policia Civil explica que existem dois tipos de roubos. Um praticado por dependentes químicos, que entram nos imóveis para roubar qualquer coisa, para trocar por droga. E outro, praticado por bandidos que têm informações privilegiadas sobre o que pretendem roubar.



Assaltos a Caixas eletrônicos e Bancos
 
Os assaltantes que estão agindo no Amapá estão imigrando de outros centros para as cidades amazônicas e tem  outros fugindo do caçada policial e trazem novidades e além de recrutarem e treinarem amapaenses para dar continuidade as suas ações. Uma das novidades é o arrombamento de caixas eletrônicos, um deles no Distrito de Fazendinha é de acordo com um oficial da Policia Militar os suspeitos fazem parte de uma quadrilha de fora do Estado procurada no Amapá e Pará por conta de vários arrombamentos e roubos a banco. Não havia câmeras de segurança no local.
Os seis assaltos em agencias bancárias, quando 4 assaltos foram bem sucedidos, onde mais de 400 mil reais foram levados nestas ações.

Um método usado pela bandidagem e a saidinha de banco. Os bandidos infiltram olheiros, que repassam informação de pessoas que sacam grandes quantias. Ao sair da Agência, a vítima já está sendo esperada por outro grupo que está pronto para executar o assalto.


Tráfico de drogas

O Amapá por ser um Estado amazônico, tem suas peculiaridades, uma delas é grande numero de rios e igarapés que dão acesso as comunidades ribeirinhas, sem o monitoramento das autoridades de segurança pública. 
Os traficantes se utilizam dessa situação e usam como entrada das drogas ilícitas no Estado e muitas vezes como encaminhamento para outras unidades ou países da América Central e Caribe. Pois, o Amapá é considerado uma rota da trafico internacional.

Em outras unidades estaduais, são as favelas os pontos de tráficos, no Amapá são as áreas de ressacas e hoje, pela transferência social, dos moradores desses lugares insalubres, para Conjuntos Habitacionais, os traficantes foram juntos.


A rotina do tráfico de drogas tornou-se comum ao longo dos anos no Conjunto Mucajá. Mais e mais pessoas foram atraídas pelos benefícios associados a ele, como dinheiro, poder e reconhecimento. Hoje, a insegurança e o medo fazem com que as pessoas não denunciem. Diariamente acontecem vendas e consumo, até assassinatos dentro de apartamentos já aconteceram, por prestação de contas.

No último fim de semana uma equipe do Batalhão de Rádio Patrulha da Polícia Militar conseguiu prender três pessoas, que ao serem abordadas em frente a um dos prédios do Conjunto Mucajá, os policiais encontraram um quilo de maconha pronto para ser comercializado.


O chefe de comunicação da Polícia Militar, Capitão Pedro Davi, disse que o patrulhamento na área do Conjunto Mucajá está sendo intensificado devido a muitas ocorrências de tráfico de drogas e assalto. Os moradores que contribuírem com a polícia dando informações a identidade delas serão mantida em sigilo. 

Assassinatos de taxistas


A onda de crimes já vitimou 93 pessoas por homicídio este ano em todo o Estado. Desse numero a maioria foi do profissional de táxi.  No inicio do mês de setembro foi computado nas estatísticas da violência do Amapá a 56º assassinato de um taxista, Célio Tadeu Silva, de 49 anos. Segundo a polícia, os homens queriam matar o passageiro do táxi, mas acabaram tirando a vida do motorista.

O crime preocupou os taxistas. Segundo o Sindicato da categoria, eles são vítimas frequentes de assaltos e roubos. Só no ano passado o Centro Integrado Operacional de Defesa Civil (Ciodes) registrou mais de 1.100 ocorrências envolvendo taxistas.

“É muito difícil para o taxista mapear quem pode ou não ser assaltante ou criminoso”, declarou o presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintaxi), Rizonilson Barros.

Comerciantes assustados


Os pequenos empresários dos bairros periféricos estão assustados com a violência registrada na área nos últimos meses. Segundo eles, assaltos, estupros e invasões a residências têm sido constantes.
Mercantis, lojas e Faculdades também já foram alvos dos bandidos. O  dono de uma distribuidora, foi surpreendido pelos assaltantes quando fechava o estabelecimento. 

Uma vendedora de joias foi abordada por assaltantes e na tentativa de impedir que os bandidos levassem os mais de 70 mil reais em mercadoria, a autônoma levou dois tiros.






Globalizar o crime

A população mundial nos dias atuais está envolta na teia do que se denominou chamar de globalização. Toda novidade tem dois lados: o bom e o ruim.
O lado bom é as novas técnicas científicas e tecnológicas de transações comerciais feitas entre países em questão de segundos o que a sociedade passa a se beneficiar  de imediato e sem fronteiras.
Acompanhando essas descobertas e novidades tecnológicas a globalização, leva para dentro das comunidades onde uma camada de humildes, sem as condições mínimas de sobrevivência, que acaba se voltando para a criminalidade, seja de pequenos delitos, seja do crime organizado.
Esse mesmo sistema de globalização se torna uma escola de novos métodos de criminalidade, através das redes sociais e da própria mídia, que através de programas exclusivos de noticias do mundo do crime, leva para outras comunidades as novidades desse segmento, tais como: arrastões, roubo a caixa eletrônicos com explosivos (a internet ensino com fazer); sequestros relâmpagos, enfim...
A vida no tráfico é um ciclo vicioso. A falta de oportunidade, somada à chance de ganhar dinheiro, resulta muitas vezes na entrada em uma gangue ou quadrilha.  A atração começa já na infância, quando as crianças ficam seduzidas pelas motos, dinheiro e pelas namoradas dos traficantes, que são mostradas nas reportagens televisivas.

Muitas crianças entram no mundo do tráfico sem nem mesmo notar. Envolvem-se com pessoas ligadas ao crime, levam recados e acabam virando o que os traficantes chamam de “aviõezinhos”.
Muitas crianças crescem nesse meio até se tornarem adolescentes. Em qualquer classe social a adolescência é uma fase complicada. É uma época de construção de identidade, quando se começa a aprender quem se é. Para um adolescente de classe baixa, que vive em uma sociedade racista e elitista, tudo fica mais difícil. Ele se sente ignorado, invisível e muitas vezes rejeitado. O tráfico acaba preenchendo essa lacuna. Valoriza esses jovens, coloca-os num grupo onde são notados e respeitados. O adolescente se torna protagonista, produz reações nas pessoas, se torna alguém visível. Para muitos, a entrada no mundo do tráfico é uma tentativa desesperada de construir uma identidade.

Esses jovens convivem com a realidade do tráfico e aprendem as regras dentro deste sistema. Depois de “aviõezinhos”, crescem e assumem novas posições, viram “olheiros” para o tráfico. Se não morrerem antes podem sonhar em chegar a gerência ou até a chefia de um ponto de tráfico.

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