Segurança Pública
Crime organizado está dominando no
Amapá
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Menores são recrutados para o crime |
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Menor na pratica do crime |
Reinaldo
Coelho
Os aumentos agressivos de assaltos e assassinatos, tanto na
zona urbana quanto no interior do Estado, estão mostrando visivelmente que o
crime organizado veio para ficar, infelizmente em nosso Estado, em especial
para Macapá e região circunvizinha.
Esta será a nossa realidade? A expansão silenciosa do crime
vem se acelerando e as autoridades da segurança pública não vêm conseguindo
reagir à altura da situação, para não chegarmos a um Ponto difícil de escolher como os Estados do Sul e
Sudeste.
O aperto que os governadores dos estados de São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo estão armando contra a violência no
Sudeste está produzindo uma migração em massa de bandidos de lá para estados
interioranos principalmente do Norte/Nordeste.
Os bandidos do Sudeste são doutores quando comparados com os
nossos ladrões pés-de-chinelo. Mas eles vêm, porque sabem da fronteira amapaense
com a Guiana Francesa. E sabem da facilidade de fazer dinheiro e cocaína com
carros roubados e com sequestros. A possibilidade de cometerem grandes assaltos
e a facilidade de atravessarem a fronteira é iminente.
A organização é tanta que os membros das quadrilhas possuem
equipamentos e logística que competem com os do serviço publico. Eles são
equipados com colete a prova de bala, rádios de comunicação, armas e carros,
além de motos para a logística de fuga.
Crescimento é rápido
O aumento da violência é generalizado. No Amapá as novas
metodologias já estão sendo absorvidas pelos meliantes. Dos 16 municípios todos
sofrem com a criminalidade. Este ano já aconteceram 93 assaltos de médio porte
no Estado, os pequenos furtos não são computados, pois não são denunciados e
nem registrados. Há municípios em que o percentual de roubos cresceu 150%. Até
as menores cidades com pouco mais de 5 mil habitantes, enfrentam situações de
perigo que antes só eram comuns nos municípios maiores.
Macapá cresceu e com
ela os crimes
Hoje da pacata cidade ribeirinha, temos uma pujante capital
amazônica e com ela os marginais atuam contra os cidadãos de bem e
trabalhadores. Na criminalidade os números só fazem crescer: Assaltos em
residências, em ônibus urbanos e intermunicipais, caixas eletrônicos, agências
bancárias, assassinatos, trafico de drogas.
Assaltos a residências
O aumento no número de roubos a residências é fruto do
crescimento da criminalidade e ainda não foi identificado como eles atuam, se em grupo ou se são grupos
isolados.
Em 2011, a polícia
desarticulou uma quadrilha que praticava assaltos a imóveis, fazendo as vítimas
como reféns. A Policia Civil explica que existem dois tipos de roubos. Um
praticado por dependentes químicos, que entram nos imóveis para roubar qualquer
coisa, para trocar por droga. E outro, praticado por bandidos que têm
informações privilegiadas sobre o que pretendem roubar.
Assaltos a Caixas eletrônicos e Bancos
Os assaltantes que estão agindo no Amapá estão imigrando de
outros centros para as cidades amazônicas e tem
outros fugindo do caçada policial e trazem novidades e além de
recrutarem e treinarem amapaenses para dar continuidade as suas ações. Uma das
novidades é o arrombamento de caixas eletrônicos, um deles no Distrito de
Fazendinha é de acordo com um oficial da Policia Militar os suspeitos fazem
parte de uma quadrilha de fora do Estado procurada no Amapá e Pará por conta de
vários arrombamentos e roubos a banco. Não havia câmeras de segurança no local.
Os seis assaltos em agencias bancárias, quando 4 assaltos
foram bem sucedidos, onde mais de 400 mil reais foram levados nestas ações.
Um método usado pela bandidagem e a saidinha de banco.
Os bandidos infiltram olheiros,
que repassam informação de pessoas que sacam grandes quantias. Ao sair da
Agência, a vítima já está sendo esperada por outro grupo que está pronto para
executar o assalto.
Tráfico de drogas
O Amapá por ser um Estado amazônico, tem suas peculiaridades,
uma delas é grande numero de rios e igarapés que dão acesso as comunidades
ribeirinhas, sem o monitoramento das autoridades de segurança pública.
Os traficantes se utilizam dessa situação e usam como entrada
das drogas ilícitas no Estado e muitas vezes como encaminhamento para outras
unidades ou países da América Central e Caribe. Pois, o Amapá é considerado uma
rota da trafico internacional.
Em outras unidades estaduais, são as favelas os pontos de
tráficos, no Amapá são as áreas de ressacas e hoje, pela transferência social,
dos moradores desses lugares insalubres, para Conjuntos Habitacionais, os
traficantes foram juntos.
A rotina do tráfico de drogas tornou-se comum ao longo dos
anos no Conjunto Mucajá. Mais e mais pessoas foram atraídas pelos benefícios
associados a ele, como dinheiro, poder e reconhecimento. Hoje, a insegurança e
o medo fazem com que as pessoas não denunciem. Diariamente acontecem vendas e
consumo, até assassinatos dentro de apartamentos já aconteceram, por prestação
de contas.
No último fim de semana uma equipe do Batalhão de Rádio
Patrulha da Polícia Militar conseguiu prender três pessoas, que ao serem
abordadas em frente a um dos prédios do Conjunto Mucajá, os policiais
encontraram um quilo de maconha pronto para ser comercializado.
O chefe de comunicação da Polícia Militar, Capitão Pedro
Davi, disse que o patrulhamento na área do Conjunto Mucajá está sendo
intensificado devido a muitas ocorrências de tráfico de drogas e assalto. Os
moradores que contribuírem com a polícia dando informações a identidade delas serão
mantida em sigilo.
Assassinatos de taxistas
A onda de crimes já vitimou 93 pessoas por homicídio este ano
em todo o Estado. Desse numero a maioria foi do profissional de táxi. No inicio do mês de setembro foi computado nas
estatísticas da violência do Amapá a 56º assassinato de um taxista, Célio Tadeu
Silva, de 49 anos. Segundo a polícia, os homens queriam matar o passageiro do
táxi, mas acabaram tirando a vida do motorista.
O crime preocupou os taxistas. Segundo o Sindicato da
categoria, eles são vítimas frequentes de assaltos e roubos. Só no ano passado
o Centro Integrado Operacional de Defesa Civil (Ciodes) registrou mais de 1.100
ocorrências envolvendo taxistas.
“É muito difícil para o taxista mapear quem pode ou não ser
assaltante ou criminoso”, declarou o presidente do Sindicato dos Taxistas
(Sintaxi), Rizonilson Barros.
Comerciantes assustados
Os pequenos empresários dos bairros periféricos estão
assustados com a violência registrada na área nos últimos meses. Segundo eles,
assaltos, estupros e invasões a residências têm sido constantes.
Mercantis, lojas e Faculdades também já foram alvos dos
bandidos. O dono de uma distribuidora,
foi surpreendido pelos assaltantes quando fechava o estabelecimento.
Uma vendedora de joias foi abordada por assaltantes e na
tentativa de impedir que os bandidos levassem os mais de 70 mil reais em
mercadoria, a autônoma levou dois tiros.
Globalizar o crime
A população mundial nos dias atuais está envolta na teia do
que se denominou chamar de globalização. Toda novidade tem dois lados: o bom e
o ruim.
O lado bom é as novas técnicas científicas e tecnológicas de
transações comerciais feitas entre países em questão de segundos o que a
sociedade passa a se beneficiar de
imediato e sem fronteiras.
Acompanhando essas descobertas e novidades tecnológicas a
globalização, leva para dentro das comunidades onde uma camada de humildes, sem
as condições mínimas de sobrevivência, que acaba se voltando para a
criminalidade, seja de pequenos delitos, seja do crime organizado.
Esse mesmo sistema de globalização se torna uma escola de
novos métodos de criminalidade, através das redes sociais e da própria mídia,
que através de programas exclusivos de noticias do mundo do crime, leva para
outras comunidades as novidades desse segmento, tais como: arrastões, roubo a
caixa eletrônicos com explosivos (a internet ensino com fazer); sequestros
relâmpagos, enfim...
A vida no tráfico é um ciclo vicioso. A falta de
oportunidade, somada à chance de ganhar dinheiro, resulta muitas vezes na
entrada em uma gangue ou quadrilha. A
atração começa já na infância, quando as crianças ficam seduzidas pelas motos,
dinheiro e pelas namoradas dos traficantes, que são mostradas nas reportagens
televisivas.
Muitas crianças entram no mundo do tráfico sem nem mesmo
notar. Envolvem-se com pessoas ligadas ao crime, levam recados e acabam virando
o que os traficantes chamam de “aviõezinhos”.
Muitas crianças crescem nesse meio até se tornarem
adolescentes. Em qualquer classe social a adolescência é uma fase complicada. É
uma época de construção de identidade, quando se começa a aprender quem se é.
Para um adolescente de classe baixa, que vive em uma sociedade racista e elitista,
tudo fica mais difícil. Ele se sente ignorado, invisível e muitas vezes
rejeitado. O tráfico acaba preenchendo essa lacuna. Valoriza esses jovens,
coloca-os num grupo onde são notados e respeitados. O adolescente se torna
protagonista, produz reações nas pessoas, se torna alguém visível. Para muitos,
a entrada no mundo do tráfico é uma tentativa desesperada de construir uma
identidade.
Esses jovens convivem com a realidade do tráfico e aprendem
as regras dentro deste sistema. Depois de “aviõezinhos”, crescem e assumem
novas posições, viram “olheiros” para o tráfico. Se não morrerem antes podem
sonhar em chegar a gerência ou até a chefia de um ponto de tráfico.
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