Usuários e rodoviários são reféns do medo

(In)Segurança no transporte público

Usuários e rodoviários são reféns do medo

Após os constantes roubos a coletivos urbanos rodoviários exigem ação dos órgãos de segurança

Neto Trajano

A onda de violência no transporte coletivo de Macapá continua assustando os trabalhadores e usuários do sistema. Somente este ano já aconteceram mais de  200  assaltos a ônibus e que foram registrados. Os roubos ocorreram, na sua maioria, nos bairros Brasil Novo, Novo Horizonte e Amazonas e São Lazaro,  todos na Zona Norte.

Reação dos rodoviários

Na semana passada, aproximadamente cem motoristas e cobradores se juntaram e organizaram um ato na Praça da Bandeira, tentando chamar atenção dos órgãos responsáveis pela segurança. Logo após, a presidente da CTMac entrou em contato com o sindicato para analisar e entrar em um acordo. “Medidas serão tomadas, como, mais câmeras nos ônibus e possibilidade de mudança da catraca da traseira para a dianteira, revisão de horários de linhas para facilitar e dar mais segurança ao trabalhador rodoviário”, afirma.

Rodoviários exigiram  maior segurança na reunião com CTMac e Sindicato. “Pedimos não apenas por nós, mas por toda a população que está nesse fogo cruzado de riscos”, relata Cristiano Souza do Sindicato dos rodoviários.

Outra solicitação é que o município acelere o asfaltamento das ruas e avenidas da capital, principalmente nos cinturões dos coletivos. Pois a lama e buracos, associados à iluminação deficiente, colocam em risco não só os rodoviários, mas também os moradores da área, favorecendo a bandidagem.

Ana Cleide Rodrigues, 45 anos, mantém um pequeno comércio que atende, principalmente, rodoviários nos intervalos entre as viagens.

“Por causa dos buracos, os motoristas têm que andar devagar, aí os assaltantes aproveitam. É um risco pra gente que mora perto também”, diz Ana Cleide. Para a moradora, é necessário investir em infraestrutura e policiamento.

Não se engane

Os roubos, na maioria dos casos, têm a participação de menores de idade, mas em um deles testemunhas identificaram uma mulher e até uma criança participando dos delitos.

É triste saber que nem as crianças são dispensadas da realidade marginal. Educadas desde o princípio no mundo do crime e usadas como arma para benefício do responsável. Olho aberto! Não se pode confiar sequer nos inocentes; não existe idade para crime, já não há limites.

Organização

A manifestação organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado do Amapá (Sincottrap) foi  comunicada através de um ofício à CTMac, porém não foi informou a hora e nem a data.

De acordo com a administração municipal do transporte público a paralisação foi irregular, mais a CTMac não punirá as empresas pela paralisação irregular. Em contrapartida as empresas do sistema não irão demitir os trabalhadores e os mesmos não realizarão novas paralisações, mas sim procurar outros meios de manifestação que não prejudiquem a população.

Retomada de operação da PM

Os trabalhadores querem o retorno da operação “Ônibus Seguro” que foi apoiado pela Polícia Militar no mês de março desse ano com o objetivo de garantir a segurança de usuários de transporte coletivo de Macapá. De acordo com a instituição, o projeto foi colocado em prática para combater as ações criminosas cometidas por quadrilhas armadas, que estavam invadindo os veículos e roubando objetos pessoais e dinheiro de passageiros e dos rodoviários.

De acordo com a PM, motoristas e cobradores alegavam que já estavam com medo de trabalhar devido à onda de roubos dentro dos ônibus, pois corriam riscos de morte. Também reforça a importância sobre prevenção que as pessoas devem ter ao usar aparelhos eletrônicos (celular, tablete, entre outros), pois isso acaba gerando oportunidades de serem vítimas dos criminosos, ou seja, evitar o uso desses aparelhos em pontos de ônibus, em via pública, praças, ou mesmo dentro dos coletivos.

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Virou modismo

É comum saber que ocorre diversos assaltos à ônibus no cotidiano das grandes metrópoles, contudo, por Macapá sempre ter sido considerada uma cidade de pequeno porte em relação às outras capitais do Brasil não havia essa modalidade de assalto.

Os tempos mudaram, a cidade está se desenvolvendo rapidamente e com isso os casos de roubos que não eram típicos já se tornaram frequentes, hoje não se pode trafegar ou andar livremente pelas ruas, principalmente no período noturno, agora nem mesmo nos transportes coletivos é seguro.

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Quadrilha é presa no Renascer

A Polícia Militar conseguiu prender, quatro pessoas suspeitas de participação em assaltos a ônibus na zona norte de Macapá. A localização dos assaltantes foi informada por meio de uma denúncia anônima.

Quando os policiais chegaram ao endereço, no bairro Renascer, foram recebidos a tiros, e revidaram. Um dos suspeitos, Fabrício de Moreira Fernandes, de 23 anos, foi atingido no pé e encaminhado ao Hospital de Emergência.

Outras três pessoas foram presas junto com o infrator. Bruno dos Santos Oliveira, de 21 anos, Priscila Nascimento Costa, 18, e um menor de 16 anos. Todos acusados de participarem direta e indiretamente de um assalto a ônibus registrado na noite da última segunda-feira, 18, no bairro São Lázaro.