Alianças e o segundo
turno
Da Editoria
A semana foi de
definições para as composições do segundo turno. Waldez Góes (PDT) e Camilo
Capiberibe (PSB) praticamente resumiram suas agendas a conversações com
lideranças de outros partidos. O candidato da situação obteve os apoios
naturais da mãe, deputada reeleita Janete Capiberibe e do pai, o senador João
Capiberibe. No mais, nenhuma novidade. Clécio Luís, que já estava no palanque
do atual governador e Randolfe Rodrigues que ficou em cima do muro durante todo
o primeiro turno e só se manifestou agora.
O
já esperado apoio de Davi Alcolumbre (DEM) veio na manhã de quinta-feira e mais
pareceu um agradecimento ou pagamento de favor pela vitória ao senado. Muito
embora ele negue o apoio direto do PSB em sua campanha. Já as fotografias e
declarações da militância do partido de Camilo Capiberibe deixaram claro que a
ordem era votar em Davi para impedir a vitória de Gilvam Borges (PMDB) que
liderava as pesquisas desde o início do processo. O PT que lançou a
vice-governadora Dora Nascimento como candidata ao senado em uma aliança entre
os dois partidos (PT/PSB) e depois apoiou Alcolumbre, inicialmente mostrou
indignação com a traição, mas na quinta-feira (9) disse apoiar Camilo. A
afirmação veio do candidato derrotado Joel Banha durante programa de rádio
local. Ele contrariou o que vinha sendo comentado por militantes petistas nas
redes sociais sobre a indignação do partido com o abandono do PSB a Dora
Nascimento e ainda lhe tirando votos. Vozes dissidentes de dentro do partido
taxaram a ala petista de Banha como “segmento capacho” ou “mulher de malandro”,
gíria popular para a companheira que apanha mas continua ao lado de quem
agride.
Mas
em resumo, deixando de lado os apoios fisiológicos, Camilo Capiberibe foi
deixado novamente sozinho para a segunda etapa da campanha política. Nas urnas,
apesar de ter a força da máquina administrativa nas mãos, amargou a segunda
colocação com uma diferença de mais de 56 mil votos atrás de Waldez Góes. Os
percentuais confirmaram o que vinha disse o Ibope desde a primeira pesquisa
onde Camilo Capiberibe sempre esteve na terceira ou segunda colocação. Em 12 de
agosto, data da primeira pesquisa, o candidato à reeleição figurava com 12% das
intenções de voto, atrás de Lucas Barreto, 15% e do primeiro colocado Waldez
Góes, que tinha 40%.
No dia 13 de setembro, a segunda pesquisa mostrou Camilo ainda na
terceira colocação com 15% e Waldez em primeiro com 37%. A terceira e última
pesquisa divulgada às vésperas da eleição, Camilo continuava atrás de Waldez,
que tinha no primeiro lugar 45% das intenções de
voto. Com o fim da apuração no domingo (5), os percentuais do Ibope se
confirmaram. Waldez obteve 42,18% do eleitorado ficando com 151.500 votos e
Camilo com 105.445.
Caça aos apoios
No dia seguinte à eleição teve início uma nova batalha,
a de conseguir aliados para manter ou superar o número de votos conseguidos no
primeiro turno. A primeira manifestação favor de Waldez Góes foi de Jorge
Amanajás (PPS). O candidato obteve nas urnas nada menos que 27.045 votos o que
significa um percentual de 7,06% do eleitorado. Antes dele o apoio natural a
Góes foi de Gilvam Borges que obteve nas urnas 34,26% das intenções de voto e
foi derrotado por apenas 2 pontos de diferença. Gilvam levou na bagagem 124.438
votos para serem somados ao segundo turno. Outro apoio imediato foi do deputado
federal Roberto Góes, o mais votado nas eleições com 22.134 votos. Na esfera
estadual, Marília Góes soma à campanha de segundo turno com 11.747 votos.
Até o meio da semana, o apoio dos ex-candidatos ao
governo ainda eram mistério. A cortina de fumaça só começou a se dissipar na
quarta-feira (4). Aline Gurgel, ex-vice de Bruno Mineiro convocou uma
entrevista coletiva com a imprensa pela manhã para declarar que vai estar ao
lado de Waldez. Com ela trouxe lideranças da coligação do PR como o vereador
João Henrique. À tarde veio a confirmação extra oficial de Bruno Mineiro, que
confirmaria oficialmente no dia seguinte. Lucas Barreto foi o único que adotou
a postura de ficar em cima do muro, apesar da simpatia antiga a Randolfe e de
ter apoiado Davi. Segundo ele, a militância de sua campanha estaria liberada
para apoiar quem quisesse.
Novos eleitos
Deputado estadual Dr. Furlan |
Na nova composição da Assembleia Legislativa, Waldez
Góes teve adesão considerável. Entre os apoios confirmados estão Pedro da Lua
(PSC), Ericláudio Alencar e Jaime Perez (PRB), Augusto Aguiar (PMDB) e Edna
Auzier (PROS). Alguns vieram da Câmara de Vereadores de Macapá e conseguiram o
parlamento estadual já na primeira tentativa.
Deputado eleito Euriclaudio |
O delegado de polícia Ericláudio
Alencar conseguiu apoio popular por conta de um programa policial que apresenta
na TV Tarumã pautado nas mazelas da população e por manter uma postura firme
junto a assuntos polêmicos.
Deputado eleito Pedro Da Lua |
Pedro da Lua começou a fazer nome nos anos 90. O
primeiro contato com a política foi disputando o grêmio estudantil da Escola
GM. Ele acabou perdendo a disputa, mas não desistiu. Dois anos depois venceu o
pleito para a presidência da Uecsa (União dos Estudantes Secundaristas do
Amapá) em Serrado Navio. Em 99 vencia no Amapá. A política partidária veio em
2004 quando disputou uma vaga para vereador pelo PT do B. Obteve 930 votos e
ficou fora. Em 2006 começa a enveredar pela comunicação com O Troco, jornal
impresso que tinha como foco a juventude. Logo depois veio O Troco no Rádio e
em seguida o programa foi para a TV, onde também focava assuntos ligados aos
jovens e estudantes.
Da Lua obteve 4.168 votos e foi o segundo deputado de
sua coligação, que também fez Moisés Souza. Na entrevista ao Tribuna Amapaense,
ele disse: “Sou um político que virou comunicador”. Filho de mãe costureira,
Célia Martins e do pai aposentado, Pedro Melo Martins com quem mora mais a
esposa Lohany no bairro das Pedrinhas, o futuro parlamentar de 37 anos disse
que acompanhou a apuração pelo rádio, trancado no quarto. A emoção da vitória
ele comparou à mesma que teve quando o Tribunal Regional Eleitoral liberou seu
registro de candidatura. Ao sair do quarto dona Célia lhe disse: “Menino, não
vou deixar de costurar”. Depois do abraço na mãe e no pai seguiu para a igreja
Unção da Benção para comemorar com a militância, amigos e familiares.
Quem anunciou apoio
Seguindo a ótica dos anúncios feitos na terça-feira (8) quando Aline
Gurgel (PR), Dr. Furlan (PTB) e Pedro Da Lua (PSC) convocaram os eleitores para
manifestar apoio a Waldez12, o evento de quinta-feira (9) ampliou a rede de
aliados.
Dos estaduais eleitos: Marília Góes e Maria Góes (PDT), Ericlaudio
(PRB), Jaime Perez (DEM), Michel JK (PSDB), Haroldo Abdon (PPL), Edna Auzier
(PSD), e dos federais eleitos Roberto Góes (PDT) e Nilson Borges – O Cabuçu
(PMDB). Além deles, os candidatos que tiveram votação expressiva no primeiro
turno: Patrícia Ferraz (PSC), Profa. Conceição Medeiros (PDT), Adail Junior
(PTdo B), Márcio Sacramento (PRB), Pedro Filé (PROS), Dalto Borges (PMDB) e
João de Deus (PSDC).
Assim como Waldez também pretende contar com a militância dos deputados
que não conquistaram a reeleição. Neste grupo de apoiadores estão Edinho Duarte
(PP), Eider Pena (PSD), Bala Rocha (SD), Telma Gurgel (PRB), Zezé Nunes (PV),
Mira Rocha (PTB), Roseli Matos (DEM), Sandra Ohana (PP), Kaká Barbosa (PTdo B),
Keka Cantuária (PDT).
Dos vereadores de Macapá, Acácio Favacho (PMDB), Edcley (PDT), Diego
Duarte e Telma Nery (PP), Marcelo Dias (PSDB), João Henrique (PR), além do
vereador Rato (PSDB), de Santana.
Os prefeitos Bode Queiroga (Laranjal do Jari), Dilson Borges (Mazagão),
Robson Rocha (Santana) e Elcias Borges (Ferreira Gomes).
A Família Favacho, representada pela presidente do
PROS-AP, Francisca Favacho; Deputado Estadual reeleito, Junior Favacho(PMDB); vereador presidente da Câmara
Municipal de Macapá, Acácio Favacho(PMDB) e o vereador presidente da Câmara
Municipal de Santana, Dr. Fábio, confirmaram a adesão à candidatura de Waldez
Góes para o Governo do Estado, no
segundo turno.
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