Senador João Alberto Capiberibe |
Capiberibe deixa claro seu ódio ao Judiciário
Roberto Gato
Da Superintendência
O senador João Alberto Capiberibe (PSB/AP) deixou
claro mais uma vez seu ódio pela Justiça amapaense. Em uma reunião com
vigilantes onde representou o candidato à reeleição Camilo Capiberibe, fez
várias considerações de desabono ao funcionamento da instituição e
ridicularizou decisões de magistrados. A primeira investida do senador foi
dizer que no Judiciário “tem gente que tenta parafusar o parafuso ao contrário”.
Ele segue afirmando que “Tem juízes aí que dão liminares absurdas que em vez de
fazerem justiça, fazem injustiça”. Capiberibe ainda faz uma referência jocosa
com a figura que representa a Justiça. “O símbolo da Justiça em nosso país é
uma mulher e não se faz diferença do que se julga. A nossa justiça tem um olho
fechado e outro bem aberto. O fechado é para proteger os ricos e o aberto é
para proteger os pobres”.
Não é de hoje que João Alberto Capiberibe faz
ataques ao Poder Judiciário. Quando foi governador do Amapá por dois mandatos
chegou a ser processado por dois magistrados, Gilberto de Paula Pinheiro e
Onildo Amaral de Melo Castro. Na época, ele se referia aos membros do Tribunal
de Justiça como “uma quadrilha”.
No mandato como senador está ficando conhecido não
pelas proposituras e ações, mas sim pelas “futricagens” as quais tem se
prestado na tribuna do parlamento. Nos últimos anos, principalmente os que
afunilaram a eleição disputada pelo filho Camilo, que tenta se reeleger, o
“arauto da moralidade”, como vem sendo chamado em tom de ironia desde que foi
cassado por compra de votos, o senador tem usado seu espaço de pronunciamentos
em Brasília tão somente para atacar adversários.
A primeira vítima do apetite voraz de Capiberibe foi
a imprensa amapaense de oposição a quem ele atribuiu a culpa pela rejeição
gigantesca de Camilo, que beirou 80% em um passado bem recente e fez com que o
senador tomasse a frente de uma estratégia de ataques sistemáticos que não
passaram de tiros no pé e trapalhadas conturbadas.
Conturbações na verdade fazem parte da vida de João
Alberto Capiberibe que enquanto governador do Amapá, além de atrasar o Estado
com a utopia do Plano de Desenvolvimento Sustentável – PDSA) base de sua
gestão, não fez outra coisa a não ser travar embates desnecessários com os
poderes. Sua gestão também foi marcada por situações escusas como o fechamento
do Banco do Estado do Amapá (Banap), extinção da Senava (Secretaria de
Navegação) e desvio de recursos milionários da Amapá Previdência.
Em 2001 criou um factoide em nível nacional
plantando a informação de que o Amapá tinha fortes ligações com o narcotráfico
internacional. O então governador do PDSA chegou a montar uma relação de
supostos “chefões da droga” que envolvia deputados, membros do Tribunal de
Justiça, Tribunal de Contas e empresários.
A então recém-criada CPI do Narcotráfico veio ao
Amapá por duas vezes com base no factoide de Capiberibe. O resultado foi o
fiasco das investigações que não resultaram em nada pela total falta de provas.
Nas eleições de 2006, depois de uma lista de eventos
que viraram anedotas populares, João Capiberibe foi derrotado no primeiro turno
por Waldez Góes para logo depois enfrentar o fato que o rotularia para sempre
na vida política o fazendo entrar para a História como o primeiro senador do
Brasil cassado por compra de votos. Levou à tira colo a esposa Janete
Capiberibe e tem hoje o filho investigado devido a 35 contas bancárias
descobertas pela Polícia Federal na Operação Mãos Limpas. Ano passado teve que
explicar a nebulosa compra de uma casa supostamente com verba pública do Sistema
Único de Saúde (SUS). A seu estilo, falou pouco sobre o assunto, apresentou
documentos imprecisos e processou quem continuou a falar sobre o caso. Neste
diapasão move centenas de representações contra jornalistas do Amapá por
motivos que causariam vergonha no próprio Fidel Castro e Hugo Chávez, seus
ídolos declarados.
Nos primeiros meses de 2013 teve o nome envolvido em
mais um escândalo nacional quando Fran Júnior, ex-deputado e ex-presidente da
Assembleia Legislativa do Amapá durante o período em que Capiberibe foi
governador, trouxe à tona o pagamento de um “mensalinho” para alguns
parlamentares. O objetivo da verba ilícita era garantir o apoio a ele dentro do
Legislativo. À denúncia foram juntados recibos e áudios atribuídos ao senador e
deputados, onde valores eram negociados.
Nos anos que acumula em Brasília agraciado pelo
julgamento da Lei da Ficha Limpa que só passou a valer a partir de 2010 e o fez
voltar ao Senado não apresentou nenhum projeto significativo. O último que
defendeu proibia servir bebida alcoólica em aniversário de criança. Foi mais
uma vez motivo de chacota. Mais uma a se juntar no grosso repertório de sua
vida pública que já renderia um bom repertório para qualquer comediante em
começo de carreira.
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