Estamos
nus
O
Procurador da República de Joinville Santa Catarina, Davi Igor da Rocha
escreveu um artigo na Folha de São Paulo com título “Queria que Deus não
Existisse”. O motivo do título, segundo autor, é que ele, após a morte, não
saberia como encarar Deus e ter que explicar que recebia a quantia de R$ 4,3
mil como Auxílio Moradia num País de milhões de sem teto que vivem abaixo da
linha da pobreza.
Pelo
desabafo do Procurador vê-se logo que o Brasil é um País desprovido de moral e
nossas autoridades como bem diz o Procurador não tem o menor pudor de receber
um auxílio vergonhoso num País onde milhões de brasileiros perambulam pelas
ruas das grandes capitais e agora, também das pequenas.
Bem!
Se esse valor ruboresceu o Procurador Davi o que ele diria então do Amapá onde
há mais de 10 anos Procuradores e Promotores metem no bolso o famigerado
auxílio moradia, pasmem! De mais de R$ 7 mil/mês. Mesmo os aposentados. É ou
não é uma farra?
Diante
desse fato não causa, ao meu sentir, estranheza na choldra de amapaenses os
crimes cometidos sem cerimônia por juízes, governador, secretário de estado,
prefeito e secretários municipais etc. A eleição no Amapá virou um caso de
polícia. Violação das regras eleitorais são praticadas sem o menor pudor e
divorciado do zelo natural de quem comete ilicitude, tamanha é a sensação da
impunidade.
Num diálogo com um eleitor o
governador, candidato Camilo Capiberibe promete que se as pessoas de uma
relação de pessoal que estão pretendendo trabalhar na saúde votar no 40, ele
vai chamar todo mundo para trabalhar e quando for reeleito realizará o concurso
público e vai colocar o pessoal pela lista. “Não é paidégua assim mano? Então
caboco, vota 40 na urna. ” Juro que imaginei que isso era crime eleitoral.
Art.
41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de
sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou
entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de
qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da
candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a
cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o
procedimento previsto no art. 22 da
Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
(Incluído pela
Lei nº 9.840, de 1999)
O governo estadual, através da
Secretaria de Inclusão e Mobilização Social está fazendo de forma acintosa
cadastro de pessoas para programas sociais, distribuição de cestas básicas nas
áreas de ponte, compra de espaço para afixação de bandeira e cartazes. Quem
denúncia? Os assediados. Fotos são encaminhadas para o meu whatsap e ao
Tribunal Regional Eleitoral e nada é feito, nenhuma providência é tomada.
As emissoras de Rádio e Televisão
que compõe o Sistema Beija Flor de Comunicação, pertencente a família Borges,
adversários políticos da família Capiberibe foi retirada do ar por decisão do
desembargador Carlos Tork, que ocupa o lugar de juiz substituto no TRE.
Enquanto que as emissoras que defendem as “políticas” públicas do atual
governador e candidato a reeleição fazem o que bem entendem e não são molestadas
pela justiça. Parece que no Amapá vige dos códigos: um que regulamenta as
atividades dos aliados do governo e outro que regulamenta as atividades dos
adversários. Uma vergonha. Estamos nus e com a clara sensação de que o Amapá
travessa uma séria crise de autoridade. Viramos um estado anárquico, onde as
leis não são respeitadas.
Paralelo as eleições circulam nos
veículos de comunicação um fato que olhado a distância não está relacionado com
o processo eleitoral, mas para os mais atentos, tem tudo haver. O governo do
Estado que não consegue manter regularidade no pagamento de terceirizados,
tenta a todo custo diminuir duodécimos dos Poderes alegando queda na
arrecadação e etc, mas apesar disso, resolve no ano eleitoral realizar uma
licitação para contratação de vigilantes desarmados para a Secretaria de
Educação. O incrível é que apesar de toda a cantilena de falta de dinheiro, o
contrato foi para a mesa de disputa com uma majoração de, pasmem! R$ 25
milhões, ou seja, saiu da casa de R$ 43 milhões para R$ 68 milhões. Bem! As manobras
não param por aí. O Pregão eletrônico foi carta marcada. O propósito era
pulverizar os recursos para várias empresas e tirar a LMS Vigilância,
pertencente a um empresário que não compõe com atual governo. Pra quem reclama
aos borbotões por moralidade e transparência as atitudes desse governo deixa
muito a desejar. Razão pela qual a justiça acatou um mandato de segurança do
Sindicato das Empresas de Vigilância mandando suspender os efeitos do certame
licitatório. Mas quem disse que o protótipo de Hugo Chaves respeita justiça?
Quem?
Estamos nus, totalmente despidos
de moral e ética. No Amapá parece que a ilicitude ganhou ares de legalidade, de
coisa normal e perfeitamente aceitável. Este espaço é pequeno para que possamos
enumeremos os casos escabrosos que ocorrem no judiciário amapaense, praticado
por alguns magistrados a favor da vontade mesquinha de um ditador e em
detrimento da lei e do direito. No período da ditadura o Compositor Chico Buarque
escreveu e musicou uma letra transformando-o numas das músicas que representa
um hino que pugna pela democracia. “Hoje você é quem manda falou tá falado não
tem discussão. A minha gente de hoje anda falando de lado e olhando pro chão,
viu. Você que inventou esse estado, toda a escuridão. Você que inventou o pecado,
esqueceu-se de inventar o perdão. Apesar de você amanhã há de ser outro dia... “
O povo amapaense vive a esperança
de que amanhã seja um outro dia. Dia de paz, de respeito as diferenças e de
harmonia entre os poderes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário