sábado, 18 de outubro de 2014

ARTIGO DO GATO





Estamos nus


O Procurador da República de Joinville Santa Catarina, Davi Igor da Rocha escreveu um artigo na Folha de São Paulo com título “Queria que Deus não Existisse”. O motivo do título, segundo autor, é que ele, após a morte, não saberia como encarar Deus e ter que explicar que recebia a quantia de R$ 4,3 mil como Auxílio Moradia num País de milhões de sem teto que vivem abaixo da linha da pobreza.
Pelo desabafo do Procurador vê-se logo que o Brasil é um País desprovido de moral e nossas autoridades como bem diz o Procurador não tem o menor pudor de receber um auxílio vergonhoso num País onde milhões de brasileiros perambulam pelas ruas das grandes capitais e agora, também das pequenas.
Bem! Se esse valor ruboresceu o Procurador Davi o que ele diria então do Amapá onde há mais de 10 anos Procuradores e Promotores metem no bolso o famigerado auxílio moradia, pasmem! De mais de R$ 7 mil/mês. Mesmo os aposentados. É ou não é uma farra?
Diante desse fato não causa, ao meu sentir, estranheza na choldra de amapaenses os crimes cometidos sem cerimônia por juízes, governador, secretário de estado, prefeito e secretários municipais etc. A eleição no Amapá virou um caso de polícia. Violação das regras eleitorais são praticadas sem o menor pudor e divorciado do zelo natural de quem comete ilicitude, tamanha é a sensação da impunidade.
Num diálogo com um eleitor o governador, candidato Camilo Capiberibe promete que se as pessoas de uma relação de pessoal que estão pretendendo trabalhar na saúde votar no 40, ele vai chamar todo mundo para trabalhar e quando for reeleito realizará o concurso público e vai colocar o pessoal pela lista. “Não é paidégua assim mano? Então caboco, vota 40 na urna. ” Juro que imaginei que isso era crime eleitoral.         Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.         (Incluído pela Lei nº 9.840, de 1999)
O governo estadual, através da Secretaria de Inclusão e Mobilização Social está fazendo de forma acintosa cadastro de pessoas para programas sociais, distribuição de cestas básicas nas áreas de ponte, compra de espaço para afixação de bandeira e cartazes. Quem denúncia? Os assediados. Fotos são encaminhadas para o meu whatsap e ao Tribunal Regional Eleitoral e nada é feito, nenhuma providência é tomada.
As emissoras de Rádio e Televisão que compõe o Sistema Beija Flor de Comunicação, pertencente a família Borges, adversários políticos da família Capiberibe foi retirada do ar por decisão do desembargador Carlos Tork, que ocupa o lugar de juiz substituto no TRE. Enquanto que as emissoras que defendem as “políticas” públicas do atual governador e candidato a reeleição fazem o que bem entendem e não são molestadas pela justiça. Parece que no Amapá vige dos códigos: um que regulamenta as atividades dos aliados do governo e outro que regulamenta as atividades dos adversários. Uma vergonha. Estamos nus e com a clara sensação de que o Amapá travessa uma séria crise de autoridade. Viramos um estado anárquico, onde as leis não são respeitadas.
Paralelo as eleições circulam nos veículos de comunicação um fato que olhado a distância não está relacionado com o processo eleitoral, mas para os mais atentos, tem tudo haver. O governo do Estado que não consegue manter regularidade no pagamento de terceirizados, tenta a todo custo diminuir duodécimos dos Poderes alegando queda na arrecadação e etc, mas apesar disso, resolve no ano eleitoral realizar uma licitação para contratação de vigilantes desarmados para a Secretaria de Educação. O incrível é que apesar de toda a cantilena de falta de dinheiro, o contrato foi para a mesa de disputa com uma majoração de, pasmem! R$ 25 milhões, ou seja, saiu da casa de R$ 43 milhões para R$ 68 milhões. Bem! As manobras não param por aí. O Pregão eletrônico foi carta marcada. O propósito era pulverizar os recursos para várias empresas e tirar a LMS Vigilância, pertencente a um empresário que não compõe com atual governo. Pra quem reclama aos borbotões por moralidade e transparência as atitudes desse governo deixa muito a desejar. Razão pela qual a justiça acatou um mandato de segurança do Sindicato das Empresas de Vigilância mandando suspender os efeitos do certame licitatório. Mas quem disse que o protótipo de Hugo Chaves respeita justiça? Quem?
Estamos nus, totalmente despidos de moral e ética. No Amapá parece que a ilicitude ganhou ares de legalidade, de coisa normal e perfeitamente aceitável. Este espaço é pequeno para que possamos enumeremos os casos escabrosos que ocorrem no judiciário amapaense, praticado por alguns magistrados a favor da vontade mesquinha de um ditador e em detrimento da lei e do direito. No período da ditadura o Compositor Chico Buarque escreveu e musicou uma letra transformando-o numas das músicas que representa um hino que pugna pela democracia. “Hoje você é quem manda falou tá falado não tem discussão. A minha gente de hoje anda falando de lado e olhando pro chão, viu. Você que inventou esse estado, toda a escuridão. Você que inventou o pecado, esqueceu-se de inventar o perdão. Apesar de você amanhã há de ser outro dia... “
O povo amapaense vive a esperança de que amanhã seja um outro dia. Dia de paz, de respeito as diferenças e de harmonia entre os poderes.

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