sexta-feira, 10 de outubro de 2014

DE TUDO UM POUCO




JURACY FREITAS


OS QUELÔNIOS DO ASFALTO.

            Você já deve ter presenciado a soltura de filhotes de quelônios pelo IBAMA, nas praias da costa amapaense. No momento em que se abrem as gaiolas, as tartaruguinhas saem numa carreira desenfreada, atropelando-se mutuamente, na busca de chegar ao mar e sobreviver.
Sob este inusitado título, faço um desvio rápido dos assuntos políticos para denunciar a gravíssima situação do trânsito nos seguintes  trechos da Rodovia Duca Serra.
 A primeira, é no sentido Leste/Oeste, insto é, saindo de Macapá com destino à Santana e localidades sediadas nesse trecho. O nó górdio está dado no entroncamento iniciado no bairro Alvorada,  onde cruzam-se a Av. Julio Maria, uma transversal para o Santa Rita, outra pra dentro do Alvorada e, para fechar a tampa, há, ali, um posto de combustível. Esse calvário só tem início a partir das 18:00 h. Aí a coisa pega. Ninguém obedece a Lei da Urbanidade ( se é que existe ), porque todos os ciclistas, motociclistas, motoristas de qualquer veículo automotor, de menor ou maior porte ( aqueles porrudos,  como cegonheira, baú, caminhões, caçambas, carretas, carro-tanque de combustível, etc...). Nesse carnaval de pressa, desobediência, imprudência, imperícia, impaciência e, mais que tudo isso junto, a falta de policiamento do trânsito, sendo esta a maior causa desse festival de aberrações. Essa via crucis prolonga-se até as 20:30, mais ou menos. Aí sua opção é : sair antes das 18:00 h ou após as 20:30 H.
            A segunda, é em sentido contrário, isto é, o destino é Macapá. O trânsito flui tranquilamente até o cruzamento entre a Duca Serra e a que vai para o Goiabal/Marabaixo I ( depois do IAPEN ). Ali há uma sinaleira e uma inscrição dizendo “ obedeça a sinalização “.   
            Como todos têm a mesma pressa de chegar ao seu destino, esses dois instrumentos de ordenamento do trânsito e de  obediência pelos motoristas e assemelhados, são deixados de lado, pois os olhos não vêm o sinal  vermelho e a inscrição ao lado. Há, nesse sentido da rodovia, somente uma faixa, mas “ os apressados “ ( aqueles já citados acima ), fazem do acostamento, do canteiro, da faixa de pedestre, e jardineiras, faixa auxiliares para transitarem com seus veículos, e ai, prevalece o de maior tamanho. Assemelha-se a uma praia de soltura de quelônios, onde alguns até invadem a área do posto de combustível, contornando qualquer obstáculo que se interponha à sua frente. O que vale é chegar à Macapá o mais rápido possível. Essa é a Lei do EU. Que vá para a ponte que partiu a urbanidade, o Código de Trânsito, DETRAN, BPTRAN, CTMAC, PRA/PM ( Polícia Rodoviária Estadual ).
 Um capítulo á parte nesta história. O Batalhão da Polícia Rodoviária do  Estado do Amapá está localizado no Conjunto Cabralzinho, bem na entrada. Logo, numa análise virtual, seu campo de ação inclui a Rodovia Duca Serra, e paradoxalmente, os “ quelônios do trânsito “ estão soltos nessa praia. Basta que uma viatura fique estacionada na saída de Macapá, no início do Alvorada e outra no cruzamento do Marabaixo com a que vai para o Goiabal. Tenho certeza que ao verem a viatura, a obediência à Lei será obedecida de pronto.
Agora imaginem a situação, como a de hoje, 8 de outubro, quando  ocorreram dois acidentes (?) de trânsito. Um nos limites do Alvorada e outro nos limites da faculdade FAMA. Ai, mano, o Diabo deixou o inferno e se estabeleceu nessa praia. Fez-se um businaço estridente, denunciando os “ furões “;  vez por outra vi uns “ cotocos “ feitos por pessoas nervosas. O sinal vermelho mudou para verde e o amarelo sumiu ( do semáforo ). Faixa de pedestre nem pensar.
Agora entra minha parte nessa história. São momentos vividos que servem de tema, como o deste artigo. Pois bem. Sai do ramal e cheguei á Rodovia às 8:00 h. O trânsito fluía tranquilamente e encheu minha paciência de alegria, dizendo pra mim mesmo – vou chegar na hora dos meus compromissos. Ledo engano. Cheguei ao entroncamento Duca Serra/Goiabal as 8:15 h e já avistava o início da “soltura “. Cautelosamente desviei para a área do posto de combustível e estacionei para ver se dava uma melhorada no trânsito. Fiquei ali estacionado das 8:15 às 9:45 h. Vi de tudo. Eram  tartarugazinhas motorizada de todo tamanho, buscando e abrindo caminho possíveis para chegar a sua praia ( destino ). Quando o trânsito deu sinal de melhora, tranquilidade e segurança, parti para Macapá e, pasmem, de onde estava parado até o Alvorada gastei mais 30 ( trinta ) minutos, num perímetro de mais ou menos cinco quilômetros, e sempre com um olhar nos retrovisores como precaução, vez de que há sempre aquele ( motorista ) que sente-se o rei da cocada preta dentro de uma 4x4.
Afinal, este rosário é rezado de segunda a sexta feira, sempre e repetidamente nos mesmo horários. Esta não é uma razão óbvia de atuação da Polícia Rodoviária do Amapá?
Para encerrar confesso que fiquei entre a cruz e a espada. Explico. Sou, por formação um respeitador das Leis que regem o comportamento humano em qualquer situação em que se encontre. Mas hoje, perguntei a mim mesmo. Vale a pena ser assim, um violador contumaz? Não tive dúvidas. Violei a Lei. Parti para o ataque, mas com prudência e dedo polegar esquerdo levantado pedindo entrada na fila.
Para reflexão semanal : Vamos todos os usuários da Duca Serra, em oração uníssona, rogar a Deus para que o Batalhão da Policia Rodoviária Estadual venha em nosso socorro. Amém.

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