DE TUDO UM POUCO - Juracy Freitas
I – RESPONSABILIZAR A PESSOA CERTA.
O artigo com o tema acima foi
publicado no jornal Folha de São Paulo, em 08/12/2013, e é da lavra de
Alexandre Rands Barros, Doutor em Economia pela Universidade
de Illinois, Estados Unidos. Trago-o ao conhecimento do leitor amapaense porque
é de relevante conteúdo destinado ao agente público responsável pela
eficiência, agilidade e presteza do serviço público.
Inicia, assim : “ Accountability “ é
uma palavra inglesa sem tradução literal para o português. Define a obrigação
de indivíduos de prestar conta de seus atos a outros indivíduos.
Responsabilização talvez seja um
termo similar. Ausente em nosso idioma, “accountability” é um atributo que
falta também ao setor público brasileiro, o que se constitui em uma das
principais fragilidades microeconômicas do país, da qual decorrem várias
outras.
Dois problemas reduzem a
competitividade do Brasil : a lerdeza do setor público e a seleção adversa que
ele promove entre empresas. O primeiro problema diz respeito á lentidão com que
toma decisões e o fato de impor ritmo aos processos, mesmo quando agentes
privados estão envolvidos.
O segundo é menos óbvio. Suponha que
haja duas empresas : uma com maior eficiência relativa em introduzir
tecnologias e administrar processos produtivos e outra com maior eficiência
relativa em ter bom relacionamento com o
setor público e capacidade de encontrar os caminhos facilitadores da corrupção.
Infelizmente, no nosso país, é maior
a probabilidade de a segunda empresa sobreviver, mesmo sendo menor sua
potencial contribuição à sociedade.
Para r3duzir o efeito perverso
desses dois problemas, precisamos de mais “ accountabily “ do setor público.
Eis uma sugestão de como isso pode funcionar. Todos os processos que envolvem
ações do setor público seguiriam um
cronograma.Se, por exemplo, uma prefeitura quisesse aprovar planos para a
construção de prédios, ela teria um prazo para concluir os procedimentos.Se o
prazo não fosse cumprido, as demandas do setor privado seriam automaticamente
aprovadas e o responsável pela atividade do setor público seria
responsabilizado pela aprovação.
Além disso, criar-se-ia um tribunal
bipartite para assegurar que os funcionários públicos respondessem por seus
atos. Os juízes teriam seleção semelhante aos classistas do passado, com
escolha dos sindicatos patronais e de empregados. Qualquer individuo que se
considerasse prejudicado por uma ação de servidor público poderia recorrer a
esse tribunal. Se ganhasse a causa, o réu teria duas opções : pagar o prejuízo
ou perder seu vínculo empregatício com o setor público. Isso evitaria, por
exemplo, que membros dos tribunais de contas embargassem obras sem motivos
relevantes e bem embasados, pois teriam que estar dispostos a responder pelos
prejuízos.
Funcionários públicos, fossem eles
fiscais ou agentes de serviços ofertados ao setor público, poderiam ser
responsabilizados por multas e autuações aplicadas ou custas processuais, caso
esse tribunal, tendo sido acionado, julgasse sua ação improcedente.
Tais medidas trariam maior
equilíbrio nas relações ente os setores privado e público, pois os funcionários
públicos teriam mais responsabilidade com o primeiro por conta da possibilidade
de enfrentar os tribunais. Além disso, as medidas reduziriam a seleção adversa
entre empresas, que muitas vezes acaba por beneficiar as menos eficientes “.
Amigos leitores. Esse texto é uma
mensagem ao combate à corrupção no serviço público, que, infelizmente, grassa
no serviço público. O governante que tiver coragem, que assuma.
II – OS SENADORES DO
GOVERNADOR ATUAL ( se reeleito ).
A Carta Magna Brasileira de 1988,
diz ao Povo Brasileiro que o Senador ( pessoa física, eleito e com mandato limitado a quatro ou oito anos )
da República é o representante do Estado perante a federação brasileira. Cada
ente estatal tem, por ordem constitucional, três Senadores, não importando o
tamanho ou a importância do Estado federado. O que isto quer nos dizer ?
Respondo que, mesmo que cada um pertença ou participe de um Partido Político
diferente, os três têm a mesma responsabilidade de defender os interesses do
Estado que representam e, também, da Nação Brasileira, no conjunto da sociedade
global.
Logo, parece absurda a participação
efetiva, direcionada, comprometida, e aviltante, que um Senador eleito (DEM) e
dois já no mandato (PSOL e PSB ), venham à público manifestar apoio político,
na captação de votos e coopção de eleitores, individualizando seus mandatos a
um único candidato ao Governo do Estado do Amapá. E se esse candidato não for
eleito ou reeleito ( como dizem alguns estudiosos )? Como ficam os três
Mosqueteiros ( título nobre ) ou os três Patetas ( com todo respeito aos
artistas ) do palácio senatoriano ), perante a sociedade amapaense?
Para
reflexão semanal : “ A sociedade amapaense agradecerá cada voto consciente,
livre e digno, emprestado por cada cidadão ou cidadã, à cidadania e à
democrática libertadora “ J. Freitas.
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