sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Marabaixo IV clama por infraestrutura

Marabaixo IV clama por infraestrutura
Criminalidade predomina no Bairro







Reinaldo Coelho


Moradores do bairro Marabaixo IV, Zona Oeste de Macapá, dizem que estão assustados com a violência registrada na área nos últimos meses. Segundo eles, assaltos, estupros e invasões a residências têm sido constantes. O policiamento na área é feito pelo 6º Batalhão da Polícia Militar.


Um dos mais novos loteamentos de Macapá, o Marabaixo IV, que faz parte do Bairro Marabaixo (I II e III), foi implantado através de uma invasão de uma área em litigio judicial que fica localizado na rotatória do KM 9 que liga a Rodovia Duca Serra a BR 156.

 Sua urbanização vem sendo feita pelos próprios moradores, tanto que as ruas e avenidas não têm identificações e não possui infraestrutura urbana projetada. Iluminar e energizar o bairro resolve apenas um dos muitos problemas sociais que a região do Marabaixo enfrenta, entre eles a violência e a falta de água tratada. Toda a população, cerca de 40 mil moradores das etapas I, II e III do Marabaixo (Além do Jardim América), depende da água de poços artesianos.
Segundo os moradores vivem no bairro cerca de 4 mil famílias em condições sub-humana, falta de água tratada, escolas, postos  de saúde, transporte coletivo e energia elétrica que chegava no bairro de forma clandestina são alguns dos problemas enfrentados pela população.
O governador Camilo Capiberibe solucionou um desses problemas no fim do ano passado, quando inaugurou a rede elétrica no bairro. Para alguns essa eletrificação pode ajudar a impedir o despejo judicial.  A esperança é que o governador cumpra mais uma das suas promessas.  “Vamos trazer água pra cá na segunda etapa do PAC 2 que tem 140 milhões de reais de investimento”, anunciou Capiberibe no dia da inauguração da rede elétrica no fim de 2013.

Sem transporte coletivo

As ruas estreitas impedem que os ônibus circulem no bairro o que contribui para a proliferação da marginalidade. Uma das moradoras que não quis se identificar diz que “a maioria são menores e que utilizam facas, terçados para ameaçar a vida dos moradores. Nem os pobres eles respeitam, tiram o pouco que temos”. E o pior é que não consta no cronograma da Secretaria Municipal de Obras, asfaltamento nas ruas do bairro. O ouvidor da Secretaria Municipal de Obras, diz que “o bairro Marabaixo IV não esta inserido no programa de pavimentação asfáltica da Prefeitura, mas que tentará inseri-lo”.



“Algumas pessoas andam até seis quilômetros para pegar um ônibus”, revelou a presidente da Associação de Moradores, Dulce Barros.
Uma pequena empreendedora, que pediu para não ser identificada, diz que já presenciou várias pessoas sendo assaltadas. "Perto da minha casa todo dia tem uma pessoa que tem o celular roubado ou, quando não é isso, é invasão à residência. O mais terrível é que os crimes acontecem em plena luz do dia. Deveria pelo menos ter um posto de policiamento aqui no bairro, pois assim a gente estaria mais seguro", pediu.

Loteamento não legal


Uma das maiores preocupações dos moradores é que o loteamento está sendo questionado na Justiça. A celeuma começou em 2008 quando uma grande área, atrás do Marabaixo III, começou a ser invadida por centenas de famílias. O empresário, dono da área, conseguiu vender as terras para o governo do Estado, quando o local não pertencia mais ele. O Banco da Amazônia já tinha tomado às terras que tinham sido oferecidas como garantia de empréstimo. Agora o banco quer a retomada de posse.



O Bairro Marabaixo


Moradores dos bairros Marabaixos I,II e III reclamam da falta de infraestrutura, asfaltamento, meio-fio, canais para escoamento das águas pluviais e sinalização, que segundo eles, é o mais preocupante.
A situação já vem se arrastando ao longo do tempo e os problemas continuam os mesmos. A população sofre também com a intrafegabilidade das vias públicas. As ruas estão tomadas por matos e os próprios moradores, principalmente do Marabaixo III mal conseguem entrar em suas casas.

Na avenida 19 do bairro, a situação é caótica. Por iniciativa dos moradores já houve protestos através de abaixo assinado. A Secretária de Transporte do Estado do Amapá –SETRAP já iniciou a limpeza nas proximidades, ainda assim, a demora em chegar em determinadas ruas e avenidas é o que vem causando indignação da população.




Os bairros Marabaixo I, II e III já existem há 11 anos, enquanto que o IV tem uma recente existência de apenas 5 anos. Apesar disso, o bairro não é assistido satisfatoriamente por escolas da rede municipal e estadual de ensino, o que prejudica o ensino-aprendizado de uma comunidade que em sua maioria é carente e que convive com problemas estruturais e também educacionais.
A maioria dos estudantes de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental do bairro Marabaixo III e IV tem que se deslocar para o Marabaixo II, onde está localizada a Escola Municipal Raimunda de Lima Guedes, a mais próxima dos demais ou se deslocam ao bairro do Cabralzinho, o que se torna ainda mais difícil. Existe no bairro um único posto de saúde que ainda não entrou em funcionamento, ressaltou.



O comando do 6º batalhão da PM, informou que está funcionando no bairro Cabralzinho, uma Unidade de Policiamento Intensivo (UPI), para atender a ocorrências dos bairros da Zona Oeste da capital. "O policiamento na área aumentou em 17%. Temos duas viaturas que estão fazendo a ronda 24 horas. Infelizmente, a corporação não possui nenhum prédio no Marabaixo onde pudesse funcionar uma UPI", explicou.











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