Olimpíadas 2016:
Estruturas destruídas e promessas vazias dão prejuízos ao esporte amapaense
Atletas e técnicos lutam sozinhos para
conquistarem vagas nas seleções nacionais das diversas modalidades esportivas.
O sonho é estarem nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. A responsabilidade
de conceder a estrutura adequada para a prática do esporte no Estado é da
Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Sedel). No Amapá o órgão não conseguiu
manter e repor os equipamentos esportivos do Estado.
Reinaldo Coelho
Uma esperança de mudança no esporte do Amapá eram as
Olimpíadas do Rio de Janeiro. Com os Jogos no Brasil, em 2016, o Estado poderia
pegar o embalo e iniciar uma nova era esportiva. Mas, a três anos da maior
competição do esporte mundial, os atletas amapaenses seguem como se nada fossem
acontecer e praticam o esporte
rotineiro.
Mas isso não é culpa do atleta, mas sim do gestor
publico responsável pelas políticas públicas de esporte e lazer. De dar
condições aos seus atletas de ponta e de alta competitividade, com locais
apropriados para realizarem seus treinos e se aperfeiçoem tecnicamente. No
mínimo um Centro Técnico Olímpico ou uma Vila Olímpica deveria ter sido
construído, para apresentarmos representantes amapaenses nas seleções
nacionais.
Esta é a geração de atletas amapaense que poderiam,
e ainda podem lutar por uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2016. Uma geração órfã
que sofre com o descaso, promessas repetidas à exaustão e a falta de
perspectiva no estado que poderia ser um celeiro do esporte olímpico.
A responsabilidade de conceder a estrutura adequada
para a prática do esporte no estado é da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer
(Sedel). No Amapá o órgão não conseguiu manter e repor os equipamentos
esportivos do estado.
A existência de locais públicos para a prática de
esporte, seja ele qual for e onde for, é fundamental para qualquer cidadão, e
dever de qualquer governante propor que estas sejam construídas e devidamente
mantidas, cumprindo assim o que determina o art. 298, inciso V, da Constituição
do Estado do Amapá, que dispõe sobre a “construção e manutenção de espaços
devidamente equipados para as práticas desportivas e o lazer”.
A
realidade é essa:
Mas não é o que acontece no Amapá isso pode ser
comprovado percorrendo os bairros e conversando com atletas e moradores. Muitas
denúncias de moradores, mostram os vários
problemas que impedem que as praças sejam utilizadas para fins de diversão ou
da pratica esportiva. E o pior é que a situação já chegou aos Centros Desportivos
Estaduais e Municipais, atrapalhando assim a execução de campeonatos estaduais
e quando acontecem são feitos de maneiras inadequadas, pois os ginásios
esportivos estão deteriorados, causando perigo e até risco de vida aos atletas.
Entre os problemas apresentado pelos moradores, estão à falta de iluminação adequada, a falta
de segurança no local, manutenção dos equipamentos destruídos pela ação de
vândalos e marginais, que usam a praça em torno da arena para a prática de
assaltos, agressões, tentativas de estupro e comercialização de drogas. Esses
fatos acabam inibindo a população de se manifestar e zelar adequadamente pelo
local.
Ginásio Avertino Ramos
O velho Avertinão está precisando urgente de uma
reforma geral, o único Ginásio Poliesportivo amapaense que atende todos os
requisitos para receber eventos nacionais de qualquer modalidade. Mais uma vez
estrou em pauta de discussão sua reforma, isso em fevereiro de 2014. O local
apresenta diversas falhas estruturais e mesmo assim ainda recebe jogos de
várias modalidades esportivas. A licitação para a reforma - que deve incluir
arquibancada, vestiários, iluminação e instalações elétrica e hidráulica -
ainda não foi lançada.
Piscina
Olímpica
Outra que sofre com descaso com o deporto é um dos mais importantes espaços utilizados para o
treinamento de atletas da natação em Macapá, o Centro Didático Parque Aquático
Capitão Euclides Rodrigues, popularmente conhecido por Piscina Olímpica, está
desativado. Recebe somente atletas máster de natação que ali treinam e dão
continuidade as competições aquáticas nacionais e internacionais. O centro não
está mais treinando os jovens atletas e nem realizando campeonatos estaduais.
Por falta de estrutura.
Esse problema existe há algum tempo, o ápice acontece
a partir de 2013 quando foi interditada. Muitas vezes são as pessoas que
utilizam a piscina que compram os produtos para a limpeza, como cloro, por
exemplo. Além disso, o trabalho de fortalecimento muscular na academia não dá
mais para ser feito, pois os equipamentos estão sucateados e não oferecem as
mínimas condições de segurança.
Macapá
Piscina
do Glicério Marques
.
Às áreas esportivas de responsabilidade da
Prefeitura de Macapá, também estão sofrendo com o descaso, a Piscina do Glicério
Marques, no Centro de Macapá, está inutilizável e impossibilitando os nadadores
amapaenses de terem uma opção de treinos, pois a Piscina Olímpica também não
pode ser utilizada. O local está entregue ao lixo, mato e animais peçonhentos. A
piscina recebia aproximadamente 400 alunos entre crianças, atletas
profissionais e idosos que praticavam hidroginástica. A reforma começou em
2008, mas teve de ser interrompida em 2009, ou seja, há seis anos.
Estádio Glicério Marques
As obras de ampliação do Estádio Glicério de Souza
Marques começaram em 2009 e depois seis meses foram paralisadas e continuam
assim durante esses seis anos.
O que se vê atualmente é um
canteiro de obras e construções inacabadas, deterioradas pelo tempo, além de
restos de materiais que possivelmente iriam ser utilizados nas atividades de
reparo. A empresa construtora da ampliação rescindiu o contrato firmado por
conta de defasagem de preços e abandonou as obras
O projeto de reforma do estádio foi lançado em
2006, através de emenda parlamentar que disponibilizou ao Município R$ 8
milhões, com prazo inicial de dois anos para a conclusão. As obras estavam
divididas em três fases: reforma das cabines de som, drenagem e manutenção do
gramado, além de reforma e construção de arquibancadas ao redor do campo.
Em 2013 o Velho Gliceirão palco de grandes jogos e
de grandes nomes do futebol amapaense e nacional recebeu uma maquiagem foi
feita reforma nas antigas arquibancadas e nas cabines de imprensa para receber
jogos da Copa do Brasil e dos campeonatos locais, mas após laudo técnico do
Corpo de Bombeiros condenou as estruturas corroídas pelo tempo, danificadas
após a passagem de um vendaval. De acordo com a Corporação, as sustentações
poderiam oferecer riscos aos torcedores.
Apesar da reforma parcial, o 'Glicerão' ainda não
oferece condições para uma boa partida de futebol. O gramado do estádio está
desgastado e em algumas partes do campo foi colocado areia para cobrir buracos
que estavam expostos.
Pista de atletismo do Estádio Zerão
“Pista de atletismo do estádio 'Zerão' ficará
pronta em julho”, disse o governo em janeiro de 2014. Estamos em Outubro, nove
meses depois e nada da construção da tão sonha pistas dos praticantes do
atletismo amapaense.
De acordo com a Seinf, a construção da pista faz
parte da segunda etapa da reforma do estádio e deve seguir os padrões exigidos
pela Federação Internacional de Atletismo.
O material para a construção da pista já está no
local e depende uma empresa do Canadá para sua colocação. O mau tempo também
seria outro fator que atrapalha o início da obra. Sem nenhuma pista de atletismo
oficial em Macapá, os atletas locais encontram dificuldades para treinar, aproveitando o entorno do próprio estádio
para manter o nível em competições estaduais e nacionais.
O corredor Thaisson Viana uma dos grandes nomes do
atletismo amapaense é fundista, senta falta da pista oficial o lhe
possibilitaria e aos colegas atletas de um local apropriado para treinar. “É
com ansiedade que esperamos a entrega dessa pista que há mais de 10 anos vem
sendo anunciada e sempre é adiada”.
Santana
Estádio Vilelão e Augusto
Antunes
Um
dos espaços mais tradicionais para a prática do futebol no município de
Santana, o Estádio Municipal Antônio Vilela, está em obras há mais de três anos
(Começou em 2012, na Gestão Nogueira) e ainda não tem previsão para ser
reinaugurado. O complexo inclui uma praça de alimentação. A falta de recursos é
uma das alegações da Prefeitura de Santana (PMS) para a conclusão do espaço,
além disso, não foi orçado no projeto, melhorias para o campo e suas
dependências.
A
reforma do Augusto Antunes, único espaço que hoje recebe os jogos do campeonato
estadual em Santana. O espaço deverá ganhar novas cabines de imprensa,
alojamentos e iluminação.
ARENAS DE BAIRROS
Pacoval – Campo do Kourou
Há mais de quatro anos, o chamado Campo do Kourou,
no bairro Pacoval, região central de Macapá, deveria ter sido transformado em
um pequeno complexo esportivo para atender os moradores daquela região. O único
espaço de lazer do bairro entrou em obras, que foram paralisadas por duas
vezes.
Durante todo esse período o espaço, ao invés de
ponto de prática esportiva e passeio para as famílias, servia apenas de esconderijo e ponto de
encontro para criminosos e drogados, segundo relatos de moradores do entorno.
Cansada, a própria comunidade derrubou os tapumes e hoje utiliza o espaço de
forma precária, pois as obras nunca foram retomadas.
Arena do
Renascer e Pantanal
Desde sua última revitalização, em 2008, quando
recebeu novos alambrados, playground, reforma das arquibancadas, da cabine de
transmissão de jogos e área para a prática de voleibol de areia, além de um
quiosque de alimentação, que a pracinha do bairro Pantanal, única opção de
lazer da comunidade, não recebe os devidos cuidados da Secretaria Estadual de Infraestrutura
– Seinf, uma vez que o bairro ainda pertence ao Governo do Estado.
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