quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Olimpíadas 2016



Olimpíadas  2016:

Estruturas destruídas e promessas vazias dão prejuízos ao esporte amapaense



Atletas e técnicos lutam sozinhos para conquistarem vagas nas seleções nacionais das diversas modalidades esportivas. O sonho é estarem nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. A responsabilidade de conceder a estrutura adequada para a prática do esporte no Estado é da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Sedel). No Amapá o órgão não conseguiu manter e repor os equipamentos esportivos do Estado.


Reinaldo Coelho

Uma esperança de mudança no esporte do Amapá eram as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Com os Jogos no Brasil, em 2016, o Estado poderia pegar o embalo e iniciar uma nova era esportiva. Mas, a três anos da maior competição do esporte mundial, os atletas amapaenses seguem como se nada fossem acontecer e  praticam o esporte rotineiro.

Mas isso não é culpa do atleta, mas sim do gestor publico responsável pelas políticas públicas de esporte e lazer. De dar condições aos seus atletas de ponta e de alta competitividade, com locais apropriados para realizarem seus treinos e se aperfeiçoem tecnicamente. No mínimo um Centro Técnico Olímpico ou uma Vila Olímpica deveria ter sido construído, para apresentarmos representantes amapaenses nas seleções nacionais.

Esta é a geração de atletas amapaense que poderiam, e ainda podem lutar por uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2016. Uma geração órfã que sofre com o descaso, promessas repetidas à exaustão e a falta de perspectiva no estado que poderia ser um celeiro do esporte olímpico.

A responsabilidade de conceder a estrutura adequada para a prática do esporte no estado é da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Sedel). No Amapá o órgão não conseguiu manter e repor os equipamentos esportivos do estado.

A existência de locais públicos para a prática de esporte, seja ele qual for e onde for, é fundamental para qualquer cidadão, e dever de qualquer governante propor que estas sejam construídas e devidamente mantidas, cumprindo assim o que determina o art. 298, inciso V, da Constituição do Estado do Amapá, que dispõe sobre a “construção e manutenção de espaços devidamente equipados para as práticas desportivas e o lazer”.

A realidade é essa:

Mas não é o que acontece no Amapá isso pode ser comprovado percorrendo os bairros e conversando com atletas e moradores. Muitas denúncias de moradores, mostram  os vários problemas que impedem que as praças sejam utilizadas para fins de diversão ou da pratica esportiva. E o pior é que a situação já chegou aos Centros Desportivos Estaduais e Municipais, atrapalhando assim a execução de campeonatos estaduais e quando acontecem são feitos de maneiras inadequadas, pois os ginásios esportivos estão deteriorados, causando perigo e até risco de vida aos atletas.

Entre os problemas apresentado pelos moradores,  estão à falta de iluminação adequada, a falta de segurança no local, manutenção dos equipamentos destruídos pela ação de vândalos e marginais, que usam a praça em torno da arena para a prática de assaltos, agressões, tentativas de estupro e comercialização de drogas. Esses fatos acabam inibindo a população de se manifestar e zelar adequadamente pelo local.


Ginásio Avertino Ramos 


O velho Avertinão está precisando urgente de uma reforma geral, o único Ginásio Poliesportivo amapaense que atende todos os requisitos para receber eventos nacionais de qualquer modalidade. Mais uma vez estrou em pauta de discussão sua reforma, isso em fevereiro de 2014. O local apresenta diversas falhas estruturais e mesmo assim ainda recebe jogos de várias modalidades esportivas. A licitação para a reforma - que deve incluir arquibancada, vestiários, iluminação e instalações elétrica e hidráulica - ainda não foi lançada.


Piscina Olímpica 

Outra que sofre com descaso com o deporto é um  dos mais importantes espaços utilizados para o treinamento de atletas da natação em Macapá, o Centro Didático Parque Aquático Capitão Euclides Rodrigues, popularmente conhecido por Piscina Olímpica, está desativado. Recebe somente atletas máster de natação que ali treinam e dão continuidade as competições aquáticas nacionais e internacionais. O centro não está mais treinando os jovens atletas e nem realizando campeonatos estaduais. Por falta de estrutura.
Esse problema existe há algum tempo, o ápice acontece a partir de 2013 quando foi interditada. Muitas vezes são as pessoas que utilizam a piscina que compram os produtos para a limpeza, como cloro, por exemplo. Além disso, o trabalho de fortalecimento muscular na academia não dá mais para ser feito, pois os equipamentos estão sucateados e não oferecem as mínimas condições de segurança. 


Macapá
 Piscina do Glicério Marques

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Às áreas esportivas de responsabilidade da Prefeitura de Macapá, também estão sofrendo com o descaso, a Piscina do Glicério Marques, no Centro de Macapá, está inutilizável e impossibilitando os nadadores amapaenses de terem uma opção de treinos, pois a Piscina Olímpica também não pode ser utilizada. O local está entregue ao lixo, mato e animais peçonhentos. A piscina recebia aproximadamente 400 alunos entre crianças, atletas profissionais e idosos que praticavam hidroginástica. A reforma começou em 2008, mas teve de ser interrompida em 2009, ou seja, há seis anos.

Estádio Glicério Marques

As obras de ampliação do Estádio Glicério de Souza Marques começaram em 2009 e depois seis meses foram paralisadas e continuam assim durante esses seis anos.
 O que se vê atualmente é um canteiro de obras e construções inacabadas, deterioradas pelo tempo, além de restos de materiais que possivelmente iriam ser utilizados nas atividades de reparo. A empresa construtora da ampliação rescindiu o contrato firmado por conta de defasagem de preços e abandonou as obras
O projeto de reforma do estádio foi lançado em 2006, através de emenda parlamentar que disponibilizou ao Município R$ 8 milhões, com prazo inicial de dois anos para a conclusão. As obras estavam divididas em três fases: reforma das cabines de som, drenagem e manutenção do gramado, além de reforma e construção de arquibancadas ao redor do campo.
Em 2013 o Velho Gliceirão palco de grandes jogos e de grandes nomes do futebol amapaense e nacional recebeu uma maquiagem foi feita reforma nas antigas arquibancadas e nas cabines de imprensa para receber jogos da Copa do Brasil e dos campeonatos locais, mas após laudo técnico do Corpo de Bombeiros condenou as estruturas corroídas pelo tempo, danificadas após a passagem de um vendaval. De acordo com a Corporação, as sustentações poderiam oferecer riscos aos torcedores.

Apesar da reforma parcial, o 'Glicerão' ainda não oferece condições para uma boa partida de futebol. O gramado do estádio está desgastado e em algumas partes do campo foi colocado areia para cobrir buracos que estavam expostos.



Pista de atletismo do Estádio Zerão

“Pista de atletismo do estádio 'Zerão' ficará pronta em julho”, disse o governo em janeiro de 2014. Estamos em Outubro, nove meses depois e nada da construção da tão sonha pistas dos praticantes do atletismo amapaense. 

De acordo com a Seinf, a construção da pista faz parte da segunda etapa da reforma do estádio e deve seguir os padrões exigidos pela Federação Internacional de Atletismo.

O material para a construção da pista já está no local e depende uma empresa do Canadá para sua colocação. O mau tempo também seria outro fator que atrapalha o início da obra. Sem nenhuma pista de atletismo oficial em Macapá, os atletas locais encontram dificuldades para treinar,  aproveitando o entorno do próprio estádio para manter o nível em competições estaduais e nacionais.

O corredor Thaisson Viana uma dos grandes nomes do atletismo amapaense é fundista, senta falta da pista oficial o lhe possibilitaria e aos colegas atletas de um local apropriado para treinar. “É com ansiedade que esperamos a entrega dessa pista que há mais de 10 anos vem sendo anunciada e sempre é adiada”.



Santana
Estádio Vilelão e Augusto Antunes


Um dos espaços mais tradicionais para a prática do futebol no município de Santana, o Estádio Municipal Antônio Vilela, está em obras há mais de três anos (Começou em 2012, na Gestão Nogueira) e ainda não tem previsão para ser reinaugurado. O complexo inclui uma praça de alimentação. A falta de recursos é uma das alegações da Prefeitura de Santana (PMS) para a conclusão do espaço, além disso, não foi orçado no projeto, melhorias para o campo e suas dependências. 


A reforma do Augusto Antunes, único espaço que hoje recebe os jogos do campeonato estadual em Santana. O espaço deverá ganhar novas cabines de imprensa, alojamentos e iluminação.

 ARENAS DE BAIRROS

Pacoval – Campo do Kourou


Há mais de quatro anos, o chamado Campo do Kourou, no bairro Pacoval, região central de Macapá, deveria ter sido transformado em um pequeno complexo esportivo para atender os moradores daquela região. O único espaço de lazer do bairro entrou em obras, que foram paralisadas por duas vezes.
Durante todo esse período o espaço, ao invés de ponto de prática esportiva e passeio para as famílias,  servia apenas de esconderijo e ponto de encontro para criminosos e drogados, segundo relatos de moradores do entorno. Cansada, a própria comunidade derrubou os tapumes e hoje utiliza o espaço de forma precária, pois as obras nunca foram retomadas.


Arena do Renascer e Pantanal



Desde sua última revitalização, em 2008, quando recebeu novos alambrados, playground, reforma das arquibancadas, da cabine de transmissão de jogos e área para a prática de voleibol de areia, além de um quiosque de alimentação, que a pracinha do bairro Pantanal, única opção de lazer da comunidade, não recebe os devidos cuidados da Secretaria Estadual de Infraestrutura – Seinf, uma vez que o bairro ainda pertence ao Governo do Estado.


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