Deputados definirão a LOA em
dezembro
Da
Redação
A Assembleia Legislativa ainda não tem uma data
certa para votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) que fixa as despesas para o
exercício 2015 de R$ 5,811 bilhões, bem acima do que foi estimado na LDO, em
aproximadamente R$ 5,5 bilhões. Os deputados continuam o processo de análise
para depois apresentar emendas e deslocar recursos de uma área para outra, caso
a distribuição feita pelo governador não seja a ideal, a exemplos do que já aconteceu
em outros anos.
De acordo com o relator da matéria, deputado Keka
Cantuária, os parlamentares estão sendo cautelosos ao analisar a questão
orçamentária, tendo como base os graves problemas apresentados pelo atual
governador em gerenciar os gastos públicos, principalmente, referente à
manutenção de alguns setores considerados essenciais como educação, Saúde e
Segurança Pública, além de pagamento de pessoal e terceirizados.
O parlamentar acredita ainda que o Estado, apesar
de anunciar quase sempre que a economia avançava e previa crescimento na
arrecadação, o governo não conseguiu implementar uma política concreta para que
isso ocorresse e o Estado não conseguiu manter as projeções anunciadas e
acredita que teve acumular baixa nas arrecadações até o fim de 2014, o que deve
causar certo impacto na receita no ano seguinte.
Obras - Sobre a proposta orçamentária de quase
R$ 6 bilhões para 2015, Keka foi enfático ao explicar que a elevação de quase
R$ 400 milhões do orçamento estimado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
para o que foi proposto pelo Executivo na Lei Orçamentária Anual (LOA), está
associada aos investimentos bancados com recursos do BNDES paradas por
problemas técnicos, avaliadas em mais de R$ 170 milhões. Também está incluso
recursos do programa Proinveste, que somam mais de R$ 200 milhões, e mais R$
160 milhões que não foram usados em 2014.
“Estamos sendo cautelosos em nossas análises até
mesmo para não inviabilizar o trabalho do próximo do governador, e por conta
disso, vamos aguardar o relatório dos técnicos da equipe do próximo gestor para
que apontem onde querem que sejam feitas alterações para que os deputados
possam apresentar as emendas necessárias no orçamento”, condicionou.
Toda essa cautela do parlamento é por conta do
pequeno crescimento a ser alcançado pelo Estado, que deve ficar na casa de 1%,
bem abaixo do estimado pelo governo estadual, a exemplo do que acontece com o
crescimento do país, que também deve fechar em 1,5%, abaixo do estimado pelo
governo federal. Segundo o relator, os cinco principais impostos que ajudam a
elevar a arrecadação estadual, em apenas dois o Estado deve alcançar a meta
estimada, ICMS com quase 84% arrecadados e o IPVA que já arrecadou quase 99% do
previsto para este ano.
No caso do Fundeb a situação é bem diferente, a
arrecadação está bem abaixo do esperado, apenas 62% do previsto. O mesmo
acontece com o Fundo de Participação dos Estados (FPE) que teve uma defasagem
em mais de 300 milhões de reais, a exemplo do que acontece com outros tributos
que estão em queda livre.
“Com toda essa deficiência financeira, teremos
dificuldades em elaborar uma receita orçamentária para 2015, já que alguns dos
principais tributos o governo não irá alcançar os 100% do que deveria ser
arrecadado”, sentenciou Keka.
Quanto à expectativa sobre o percentual destinado
ao Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) e ao Ministério Público Estadual (MPE).
Os dois, que inicialmente estavam com os percentuais determinados em 7,50% e
4,30%, respetivamente, na LDO, tiveram os percentuais vetados pelo governador
Camilo Capiberibe.
O veto governamental, que acabou sendo mantido pela
Assembleia Legislativa, deve acarretar em redução na previsão orçamentária do
TJAP e do MPE para 2015.
“É uma situação que pode ser revertida, mas para
isso tem que haver um entendimento com o próximo gestor, não podemos antecipar
nada e vamos continuar cautelosos para que até a conclusão dos trabalhos
tenhamos um orçamento definido e que não emperre a máquina administrativa”,
esclarece Keka.
A estimativa do parlamento é que a matéria seja
apreciada neste mês de dezembro. (Fonte:ASCOM/ALAP)
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