As águas turvas das quimeras,
Sávio Pinto, colunista.
No
último dia 13.11.2014 a Medida Provisória 657 foi aprovada no Senado Federal
ratificando não só a vontade da Presidente da República e da Câmara Federal,
mas sobretudo o desejo popular de ter uma POLÍCIA JUDICIÁRIA Federal
autônoma, de Estado, que possa fazer frente aos grandes delitos nacionais, ou
seja, aos crimes cometidos pelos mega-facínoras do colarinho branco, que há SÉCULOS não
são punidos por um sistema criminal absolutamente DISCRIMINATÓRIO, SELETIVO e
exclusivamente para REPRIMIR POBRES, negros e prostitutas (desde que os últimos
não sejam ricos!).
Por
esse sentido, adiantamos ao leitor que um dos temas mais discutidos neste
último pleito eleitoral sem dúvida alguma foi o da segurança pública brasileira, onde foram
dissecados o papel das Polícias e do sistema de justiça criminal do Brasil. A
síntese das discussões é que o povo sente que algo não está bom (pelo contrário!).
Paga-se tanto imposto, tanta taxa, tanto tributo e os serviços de segurança
pública parecem nunca dar conta de tanta demanda! A insegurança galopeia ante
tanto titubear!
Por
um raciocínio superficial, os menos informados pensam e chegam à equivocada
conclusão de que somos o lugar da impunidade! Mero engano! Senhores, isso é só
a impressão. Quem pensa que o Brasil é um País da impunidade, engana-se
completamente! Temos uma população carcerária beirando os 600 mil, fora os
milhares de mandados de prisão a cumprir e os presos do sistema semi-aberto e
aberto que, se computados, passam das 700 mil pessoas punidas. Mas por que nos
chamam de País da impunidade? Porque a Polícia não pode investigar os GRANDES
CRIMINOSOS sem o aval do Poder Judiciário e do Ministério Público!
Sem
adentrar tanto no tema, por demais complexo, adiantamos que o senhor Randolf Rodrigues,
senador acidental e provisório pelo Amapá, foi um inimigo da nação brasileira,
do sistema republicano e de tudo aquilo que ele próprio prega e defende com
tanto ardor, eis que votou contra a AUTONOMIA DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL a ser
realizada pela Polícia Federal. Esse senhor, ouvindo muito menos o clamor das
ruas das ruas, senão os pleitos classistas (e imperialistas!) dos procuradores
da República, votou pelo amordaçamento e limitação da Polícia Judiciária
Federal e defendeu (ardorosamente e mesmo sem conhecer!) a implantação de um
modelo AMERICANO na polícia judiciária brasileira. Randolfe não leu o manual
completo dos E.U.A para ver o quanto o MP de lá é diferente do nosso, mas por
compromisso
Pelo
ideal de Polícia Judiciária (dominada pelo Ministério Público) que defende o provisório,
passageiro (adiantamos: uma só eleição!) Senador Randolf Rodrigues o Brasil
continuará a ser um país que pune indiscriminadamente EXCLUIDOS. Assim,
apontamos uma IMENSA contradição entre o discurso e a prática daquela que
sempre se colocou como ARAUTO da transparência, paladino da moralidade, tal
qual muitos dos que defende. O bom é que as águas turvas das quimeras sempre
passam, ainda mais quando o engodo é patente! Avante!
Sávio
Pinto, colunista.
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