sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Pensando bem, o Direito




As águas turvas das quimeras,

Sávio Pinto, colunista.

No último dia 13.11.2014 a Medida Provisória 657 foi aprovada no Senado Federal ratificando não só a vontade da Presidente da República e da Câmara Federal, mas sobretudo o desejo popular de ter uma POLÍCIA JUDICIÁRIA Federal autônoma, de Estado, que possa fazer frente aos grandes delitos nacionais, ou seja, aos crimes cometidos pelos mega-facínoras do colarinho branco, que há SÉCULOS não são punidos por um sistema criminal absolutamente DISCRIMINATÓRIO, SELETIVO e exclusivamente para REPRIMIR POBRES, negros e prostitutas (desde que os últimos não sejam ricos!).
Por esse sentido, adiantamos ao leitor que um dos temas mais discutidos neste último pleito eleitoral sem dúvida alguma foi o da segurança pública brasileira, onde foram dissecados o papel das Polícias e do sistema de justiça criminal do Brasil. A síntese das discussões é que o povo sente que algo não está bom (pelo contrário!). Paga-se tanto imposto, tanta taxa, tanto tributo e os serviços de segurança pública parecem nunca dar conta de tanta demanda! A insegurança galopeia ante tanto titubear! 
Por um raciocínio superficial, os menos informados pensam e chegam à equivocada conclusão de que somos o lugar da impunidade! Mero engano! Senhores, isso é só a impressão. Quem pensa que o Brasil é um País da impunidade, engana-se completamente! Temos uma população carcerária beirando os 600 mil, fora os milhares de mandados de prisão a cumprir e os presos do sistema semi-aberto e aberto que, se computados, passam das 700 mil pessoas punidas. Mas por que nos chamam de País da impunidade? Porque a Polícia não pode investigar os GRANDES CRIMINOSOS sem o aval do Poder Judiciário e do Ministério Público!
Sem adentrar tanto no tema, por demais complexo, adiantamos que o senhor Randolf Rodrigues, senador acidental e provisório pelo Amapá, foi um inimigo da nação brasileira, do sistema republicano e de tudo aquilo que ele próprio prega e defende com tanto ardor, eis que votou contra a AUTONOMIA DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL a ser realizada pela Polícia Federal. Esse senhor, ouvindo muito menos o clamor das ruas das ruas, senão os pleitos classistas (e imperialistas!) dos procuradores da República, votou pelo amordaçamento e limitação da Polícia Judiciária Federal e defendeu (ardorosamente e mesmo sem conhecer!) a implantação de um modelo AMERICANO na polícia judiciária brasileira. Randolfe não leu o manual completo dos E.U.A para ver o quanto o MP de lá é diferente do nosso, mas por compromisso   
Pelo ideal de Polícia Judiciária (dominada pelo Ministério Público) que defende o provisório, passageiro (adiantamos: uma só eleição!) Senador Randolf Rodrigues o Brasil continuará a ser um país que pune indiscriminadamente EXCLUIDOS. Assim, apontamos uma IMENSA contradição entre o discurso e a prática daquela que sempre se colocou como ARAUTO da transparência, paladino da moralidade, tal qual muitos dos que defende. O bom é que as águas turvas das quimeras sempre passam, ainda mais quando o engodo é patente! Avante!       

Sávio Pinto, colunista.

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