A ENERGIA ELÉTRICA NO AMAPÁ
Rodolfo Juarez
Terminou o ano de
2014, mas não terminaram os atropelos decorrentes das repetidas faltas de
fornecimento de energia elétrica no Amapá. Todos os dias, em bairros
diferentes, o fornecimento de energia é interrompido sem que haja qualquer
explicação antes ou depois do ocorrido.
Acontece que depois
do ocorrido sempre sobra prejuízo para a população que, desavisada e sem saber
o que fazer, apenas lamenta muito embora tenha notícia de que a empresa
concessionária conta com um setor para tratar especificamente desse assunto,
mas que está tão desacreditado que não representa confiança para ninguém.
O consumidor de
energia elétrica no Estado do Amapá, que desde o ano passado convive com
aumentos que engordam a sua conta de energia, muito embora não lhe seja
informado os motivos desses aumentos. O fato é que o insuportável aumento de
40% anunciado pelo governo federal, além de não ser bem recebido por ninguém do
povo, a empresa local, entregue pelo Governo para a Eletrobrás, não dá qualquer
satisfação para deixar o consumidor menos intranquilo.
As notícias
veiculadas nacionalmente indicam que um dos motivos da falta de energia ou o
corte do fornecimento calculado pelo fornecedor, deve-se a não chegada do
Linhão do Tucuruí no Amapá.
A pergunta do
consumidor é a trivial: que culpa tem ele, o consumidor, pelo atraso na
conclusão das obras?
Se for remontar a
história política recente – e não tão recente assim – pelo menos três senadores
já foram eleitos falando no Linhão do Tucuruí.
Agora, vencidos todos
os prazos, é que o Governo vem com essa história de atraso prejudicial,
alegando fatores como dificuldades por ser na floresta e falta de licença
ambiental. É bom lembrar que a floresta já estava antes da elaboração dos
primeiros estudos e a “tal” licença ambiental é dada pelo próprio governo.
Então porque a
população tem que pagar o “pato”?
Estas justificativas
já não convencem ninguém, pois os grandes favores aparecem nos termos aditivos,
elaborados com a desculpa da busca do equilíbrio financeiro do contrato, muito
embora o que se veja, é uma espécie de ação para tapar o sol com a peneira, depois
que o acordo é celebrado, tudo continua como se nada tivesse prejudicado o
andamento da obra e o cumprimento do cronograma.
Já chega de
hipocrisia, de redundância nas justificativas. O que está faltando é o
fortalecimento da fiscalização para que essa mesma fiscalização não seja
“engolida” pela empresa e muito menos por qualquer conluio que envolva os
processos das grandes obras.
Os aumentos no
fornecimento de energia são contrários aos interesses da população,
principalmente aquela mais pobre e que não tem mais qualquer reserva para
suportar esses aumentos.
O aperto que o
Governo Federal passa no momento não se deve aos pobres, mas sim àqueles que
não conseguem ser agentes públicos que compreendam a sua função e sejam
honestos.
Observa-se que o
problema está maior que a capacidade de resolvê-los. O que fazer é um questão,
portanto, de governo, mas é a população que está arcando com as consequências.
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