Rio Amazonas...
A discussão sobre qual é o maior rio
do mundo atravessou séculos e só terminou nas últimas décadas do século XX.
Essa dúvida refletia-se também nos livros didáticos de Geografia em que o Rio
Amazonas aparecia como sendo o primeiro, segundo, terceiro e até mesmo o quarto
rio mais extenso do mundo. A discussão sobre o principal formador do Rio
Amazonas e, por conseguinte, sua extensão perdurou por séculos e só foi
definida na década de 1990, quando várias expedições científicas utilizando-se
de novas tecnologias de sensoriamento remoto, geoprocessamento e estiveram nos
Andes para conferir em campo as interpretações das imagens de satélite para
então definir sua nascente.
Em recente artigo publicado, José Alberto Lima de Carvalho, Professor de Geografia da
Universidade Federal do Amazonas, afirma que para compreender a discussão sobre
a extensão e formação do Rio Amazonas, é preciso entender um pouco de sua
história de ocupação pelos europeus. Afirma ainda que, (..) até fim do século
XIX, o Rio Marañon era considerado o tronco principal da Bacia Hidrográfica
Amazônica. Esse entendimento reflete de certa forma o processo histórico pelo
qual o Rio Amazonas foi conhecido pelos colonizadores. É fato que esse rio foi
conhecido no sentido inverso da maioria dos rios, ou seja, da nascente para a
foz. Isso porque os primeiros europeus a conhecer o Rio Amazonas foram os
espanhóis que já estavam estabelecidos na região andina, no noroeste da bacia,
desde os primeiros anos da colonização, enquanto os portugueses só chegaram à
sua foz em dezembro de 1616.
Ainda em seu artigo, o eminente
Professor destaca; (…) que a disposição dos rios que nascem no oeste e noroeste
da Bacia Amazônica faz com que o deslocamento no sentido a jusante, ou seja,
descendo o rio, conduza inevitavelmente ao Rio Marañon. Como a colonização
espanhola estava sendo intensificada nessa região andina, era evidente que as
incursões para o interior da bacia acontecessem a partir das cabeceiras desses
rios que deságuam no Rio Marañon. O conhecimento do Rio Amazonas, no sentido da
foz para nascente, só aconteceu no ano de 1637/1639, quando a expedição
comandada pelo capitão Pedro Teixeira subiu o Rio Amazonas até Iquitos, no
Peru.
A definição da nascente e extensão desse grande rio só aconteceu recentemente, quando cientistas do Projeto Amazing Amazon, pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) divulgaram, em 1995, resultados de pesquisas realizadas na nascente e ao longo de toda a sua extensão até a foz. Foram utilizadas imagens de satélite e realizando análises comparativas dos aspectos físicos e químicos das águas e dos sedimentos coletados nas nascentes e na foz do Amazonas, os cientistas daquele instituto concluíram que o Apurimac é o principal formador do Amazonas.Assim, conseguiram localizar a nascente do Apurimac e definiram que o mesmo nasce no Peru, entre os montes Mismi com 5.699 metros e Kcahuich com 5.577 metros de altitude, situado ao sul da cidade de Cuzco e próximo do Lago Titicaca. Coincidentemente, é o mesmo local onde a repórte Paula Saldanha e Roberto Werneck, na Expedição Pioneira à Nascente do Rio Amazonas, estiveram em 1994. Com essa definição do local da nascente do Amazonas, sua extensão até a foz foi medida em 7,1 mil quilômetros, passando a ser o maior rio do mundo em extensão.
A definição da nascente e extensão desse grande rio só aconteceu recentemente, quando cientistas do Projeto Amazing Amazon, pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) divulgaram, em 1995, resultados de pesquisas realizadas na nascente e ao longo de toda a sua extensão até a foz. Foram utilizadas imagens de satélite e realizando análises comparativas dos aspectos físicos e químicos das águas e dos sedimentos coletados nas nascentes e na foz do Amazonas, os cientistas daquele instituto concluíram que o Apurimac é o principal formador do Amazonas.Assim, conseguiram localizar a nascente do Apurimac e definiram que o mesmo nasce no Peru, entre os montes Mismi com 5.699 metros e Kcahuich com 5.577 metros de altitude, situado ao sul da cidade de Cuzco e próximo do Lago Titicaca. Coincidentemente, é o mesmo local onde a repórte Paula Saldanha e Roberto Werneck, na Expedição Pioneira à Nascente do Rio Amazonas, estiveram em 1994. Com essa definição do local da nascente do Amazonas, sua extensão até a foz foi medida em 7,1 mil quilômetros, passando a ser o maior rio do mundo em extensão.
No entanto, esses dados foram revistos em junho de 2007, quando os pesquisadores do Instituto Geográfico Militar do Peru, da Agência Nacional de Águas (ANA), do IBGE e do próprio Inpe definiram as vertentes onde nasce o Rio Amazonas. Foram utilizados pelos pesquisadores do Inpe a mesma ferramenta de sensoriamento remoto que foi medido também a extensão do Rio Nilo, o mesmo que rivaliza com o Rio Amazonas a primazia de ser o maior rio do mundo. O resultado da aplicação da metodologia mostra que o Amazonas tem 6.992,06 quilômetros de extensão, enquanto o Nilo tem 6.852,15 quilômetros. Portanto, o Amazonas é 140 quilômetros maior que o Nilo e, por conseguinte, o maior rio do mundo em extensão.
Diante de tais evidências, afirma o ilustre Professor José Alberto, (...) que a superfície estimada em 6,5 milhões de quilômetros, não é apenas a maior bacia hidrográfica do mundo, mas possivelmente um dos mais complexos sistemas fluviais e lacustres, notadamente na sua calha principal. Localizada na faixa equatorial, essa bacia drena água precipitada nos dois hemisférios, cujos valores médios precipitados é da ordem de 2.200 mm/ano. Esse alto índice de chuva que se precipita na bacia faz com que o Rio Amazonas descarregue no Oceano Atlântico um extraordinário volume de água estimado em 209 mil m3/s em média.
Conclui o Professor; (…) vale
ressaltar que o mais importante não é ser o Amazonas o maior rio do mundo em
extensão, mas conhecermos cada vez mais sua complexidade e importância para o
equilíbrio ambiental regional e global.
Sabe-se, por exemplo, que a Região Amazônica tem influência direta no índice de chuvas no Brasil Central e no litoral do Sudeste. A falta de chuva nessas regiões está comprometendo o abastecimento das médias e pequenas bacias hidrográficas e, por conseguinte, a captação e distribuição de água para as populações, tornando-se um problema de Estado.
Sabe-se, por exemplo, que a Região Amazônica tem influência direta no índice de chuvas no Brasil Central e no litoral do Sudeste. A falta de chuva nessas regiões está comprometendo o abastecimento das médias e pequenas bacias hidrográficas e, por conseguinte, a captação e distribuição de água para as populações, tornando-se um problema de Estado.
Adrrimauro
Gemaque (adrimaurosg@gmail.com)
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