sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

EDITORIAL

O voo da fênix




A fênix, ave mitológica que ressurgia das cinzas, de acordo com os gregos antigos, hoje é usada para definir muitas situações de superação. Ressurgir das cinzas é vencer as agruras, romper as amarras, reviver livrando-se de tudo o que era impedimento. Tal pássaro teria um dos voos mais belos já visto por olhos humanos.  
Pois bem, o Estado do Amapá pode ser esta fênix, pois ressurgiu das cinzas depois de um período sombrio de atraso que o fez retroceder. Durante quatro longos anos, esse pequeno pedaço de chão com seus dezesseis municípios presenciou e sentiu na pele as atitudes de um déspota que governava focado no próprio umbigo.
Cercado de bajuladores e cego pelo brilho do poder, ele mal conseguiu ver um palmo à frente do nariz. E como uma criança que acabou de ganhar um brinquedo novo, entusiasmou-se em seu mundo particular deixando de lado a realidade que estava do lado de fora das janelas de seu palácio.
Feito menino mimado, comprou briga com quem pôde e não pôde. Fez beicinho, virou as costas, deu de ombros. E lá, do lado de fora das paredes, nos casebres do feudo, os súditos observavam o menino de brinquedo novo que fazia beicinho.
O estrago foi imenso. Descaso por todos os lados. Até um dos ícones desse Estado, por onde passaram os grandes mestres da comunicação em seus tempos áureos, foi relegada ao esquecimento e virou peça de joguete. Esta é a Rádio Difusora de Macapá, que como instrumento de comunicação viu seu dever sagrado de informar cair por terra. De seus microfones não saíam mais informações. A ordem era o achincalhe, o ataque pessoal, a desmoralização em uma estratégia de política suja, onde o que importava era tentar denegrir e atingir até mesmo a vida pessoal dos adversários. A informação foi banida desta emissora histórica e deu lugar a um desfile vergonhoso de horrores.
E o povo, observando a tudo, atônito. E como não há mal que seja para sempre, paciente e sabiamente esperou contando dias e meses. A cada amanhecer, um dia riscado na folhinha até a data da revolução. Dia em que a fênix ressurgiria das cinzas e voaria livre simbolizando a liberdade calada na garganta de cada um. Pois a grande fênix surgiu sacudindo as cinzas das asas, retomando a vida depois de anos de espera.
É chegado o momento de olhar para frente lamentando o passado sombrio que merece ser esquecido. Olhar para frente é ver o horizonte repleto de possibilidades e acreditar em cada uma. É saber que apesar de tudo foi-se capaz de ressurgir das cinzas e preparar para voar de novo. 


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